11 outubro, 2008

SOFRIMENTOS DE CRISTO E SALVAÇÃO-V


V-O PAPEL CENTRAL DO ESPÍRITO SANTO

Graças ao facto de fazermos um com Cristo, nós fomos incorporados na Família de Deus, tornando-nos filho em relação a Deus Pai e irmãos em relação a Deus filho.

Com seu jeito maternal de amar, o Espírito Santo conduz-nos ao Pai que nos acolhe como filhos e ao Filho que nos acolhe como irmãos, diz São Paulo:

“Todos os que se deixam guiar pelo Espírito Santo são filhos de Deus. Vós não recebestes um espírito de escravidão para andardes no temor.

Pelo contrário, recebestes um Espírito de adopção graças ao qual chamais “Abba”, ó Pai (…).

Ora, se somos filhos somos também herdeiros. Somos herdeiros de Deus pai e co-herdeiros com Cristo, pressupondo que com ele sofremos, para também com ele sermos glorificados (Rm 8, 14-17).

Deus sonhou este plano de Amor desde toda a eternidade, talhando-nos para a comunhão familiar com Deus, diz a Carta aos Romanos:

“Àqueles que Deus conheceu antecipadamente, também os predestinou para serem uma imagem idêntica à do seu Filho, de tal modo que este é o primogénito de muitos irmãos” (Rm 8, 29).

A comunidade cristã é o sacramento desta unidade orgânica universal já enxertada e assumida em Deus.

São Paulo diz que os membros da comunidade formam o corpo de Cristo: “Comemos de um só pão para formarmos um só corpo” (1 Cor 10, 17).

E mais à frente acrescenta: “Vós sois membros do Corpo de Cristo. E cada um de vós é uma parte deste corpo” (1 Cor 12, 27).

Sabemos como o corpo é mediação de encontro e comunicação. A comunidade, como Corpo de Cristo, é mediação de encontro e comunicação do mundo com Cristo ressuscitado.

Podemos dizer que Jesus Cristo é a raiz desta união orgânica universal e o Espírito Santo é o princípio vital que anima e dinamiza todo o organismo.

Ele é a Água Viva que faz brotar no nosso íntimo uma nascente de Vida Eterna (Jo 7, 37-39).
Ele é a seiva que circula da cepa da videira que é Cristo, para os ramos, que somos nós (cf. Jo 15, 1-8).

Graças a esta seiva que nos vivifica e torna fecundos, nós vamos abandonando os frutos da carne, passando a dar frutos de vida eterna, diz a Carta aos Gálatas:

“A carne deseja o que é contrário ao Espírito e o Espírito o que é contrário à carne. Se sois conduzidos pelo Espírito não estais sob o domínio da carne, pois as obras da carne são patentes:

fornicação, impureza, devassidão, idolatria, feitiçaria, inimizades, contendas, ciúmes, fúrias, ambições, discórdias, partidarismos, invejas, bebedeiras, orgias e outras coisas parecidas.

Sobre estas coisas vos previno como já o fiz antes: Os que praticam estas coisas não herdarão o Reino de Deus.

Por seu lado, os frutos do Espírito São: amor, alegria, paz, paciência, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, auto-domínio. Contra estas coisas não há lei. Os que são de crucificaram a carne.

Se vivemos pelo Espírito, sigamos o Espírito. Não nos tornemos soberbos, provocando-nos e tendo inveja uns dos outros” (Gal 5, 17-26).

Com seu jeito maternal, o Espírito Santo anima e dinamiza a comunhão que nos une de modo orgânico com a Santíssima Trindade.

Querendo exprimir o dinamismo vital do Espírito Santo no nosso íntimo, São Paulo diz que o Espírito Santo é o amor de Deus derramado nos nossos corações (Rm 5, 5).

Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

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