11 outubro, 2008

SOFRIMENTOS DE CRISTO E SALVAÇÃO-IV

IV-OS APÓSTOLOS E OS TEXTOS DO SERVO SOFREDOR

Perante a dificuldade de justificar a morte de malfeitor sofrida por Jesus, os Apóstolos recorrem a Isaías (cf. Is 52,13-53-12) e ao Salmo 21, dois textos que tratam o tema do Justo Sofredor e o valor redentor da sua humilhação e morte.

Ao mesmo tempo, os dois textos afirmam que Deus tomou partido por ele, razão pela qual o sofredor termina vitorioso, vencendo a própria morte.

O Novo Testamento tem muitos textos que são um eco destes textos. Procedendo assim, os Apóstolos queriam afirmar aos judeus que Jesus não foi um mal querido de Deus.

As coisas deviam acontecer deste modo, pois já estavam anunciadas com antecedência.
São vários os textos que se tornam um eco dos textos do Servo:

A Primeira Carta de São Pedro diz que Jesus foi o justo Sofredor que carregou sobre si os nossos pecados:

“Carregou sobre si os nossos pecados sobre o madeiro da Cruz, a fim de que nós, estando mortos para o pecado, possamos viver na justiça. Fomos curados nas suas feridas” (1 Pd 2, 24).

A Segunda Carta aos coríntios diz que um morreu por todos (2 Cor 5, 14). Deus tomou partido por Jesus, ressuscitando-o e glorificando-o. Como a Humanidade e Jesus formam uma unidade orgânica, todos nós fomos assumidos e glorificados nele e com ele.

É isto que a Segunda Carta quer dizer quando afirma: “Eis uma palavra digna de confiança: Se morremos com Cristo também viveremos com ele” (2 Tim 2, 11).

Pelo facto de formamos um todo orgânico com Cristo, diz São Paulo, todos temos a mesma dignidade.

Já não há distinções de raça, de língua, de estatuto social, ou devido à condição sexual das pessoas.

Eis as suas palavras: “Já não há diferença entre judeu ou grego, escravo ou livre. Já não há diferença entre homem ou mulher, pois todos formamos um em Jesus Cristo” (Gal 3, 28).

No evangelho de São, Jesus diz o seguinte: “Nesse dia compreendereis que eu estou no Pai, vós em mim e eu em vós” (Jo 14, 20).

Após a Ceia Pascal, Jesus faz oração ao Pai pedindo-lhe para que o Homem e Deus façam uma única comunhão orgânica:

“Eu neles, tu em mim, Pai, a fim de eles serem perfeitos na unidade. Deste modo o mundo conhecerá que me enviaste e os amaste a eles, tal como me amaste a mim” (Jo 17, 23).

Em comunhão Convosco
Calmeiro Matias

Sem comentários: