28 setembro, 2007

O jeito especial de Jesus amar

Deus Santo,
louvado sejas por teres preparado o coração de Jesus
para amar daquele jeito tão especial.

Apesar de ser um homem como todos nós,
ele tinha a plenitude do Espírito Santo
graças ao qual amava à maneira do próprio Deus.

São Paulo diz que o Espírito Santo
é o amor de Deus derramado nos nossos corações (Rm 5,5).
Foi o Espírito Santo que moldou e capacitou o coração de Jesus
para amar com o jeito do próprio Deus.

Certo dia, Jesus explicou aos discípulos
o que significa amar ao jeito de Deus e disse-lhes o seguinte:
o segredo para o ser humano se tornar
verdadeiramente parecido com Deus é amar a todos,
inclusive os seus inimigos.

Por si só, a pessoa humana não é capaz de fazer isto.
Mas quando se deixa conduzir pelo Espírito Santo,
a pessoa passa a ser capaz de amar incondicionalmente como Deus.
Por outras palavras, quando uma pessoa começa a amar os seus inimigos,
isso significa que está amar à maneira de Deus.

Este jeito de amar é um fruto
da acção do Espírito Santo no nosso coração,
como São Paulo ensina na Carta aos Gálatas:
“São estes os frutos do Espírito:
amor, alegria, paz, paciência, benignidade,
bondade, fidelidade, mansidão e auto domínio” (Ga 5, 22).
É verdade que o amor de Deus, em nós,
não substitui o nosso amor; mas optimiza-o,
isto é, torna-o excelente, capaz de chegar onde, por si só,
o amor humano não era capaz.

Deste modo, apesar dos nossos inimigos nos quererem mal,
o Espírito Santo fortalece os nossos corações
ao ponto de nos capacitar para lhes fazer bem.

Isto é muito difícil, mas as pessoas que tomam esta decisão
tornam-se capazes de modificar o mundo.

Em outra ocasião Jesus ensinou isto mesmo,
mas de maneira diferente, dizendo:
“Faz aos outros o que gostarias que eles te fizessem a ti”.

Pai Santo, nós te louvamos por nos teres dado Jesus Cristo.
Ao ressuscitar, ele deu-nos a possibilidade
de comunicarmos de maneira nova com o Espírito Santo,
capacitando-nos para amar de uma maneira nova.
Este jeito novo de amar é o Mandamento Novo de Jesus
e, ao mesmo tempo, um dom do Espírito Santo.

Obrigado, Cristo ressuscitado, pelo dom do Espírito Santo
que nos capacita para amarmos ao jeito de Deus. Glória a ti Jesus Cristo!

Em Comunhão Convosco

Calmeiro Matias


23 setembro, 2007

A tua Palavra é fonte de Comunhão

Jesus Ressuscitado, a tua palavra continua a ecoar hoje,
dois mil anos depois dos teus encontros, refeições,
jornadas missionárias e gestos proféticos na palestnia.

O Evangelho do Reino
não permanece entre nós como uma ideia antiga ou uma lembrança,
mas como um convite permanente do Espírito Santo
no íntimo dos teus discípulos
e de todas as pessoas de Boa Vontade
que procuram a Verdade e a Justiça.

A tua Palavra não é uma lembrança do passado...

Continuas hoje o propôr o Evangelho da Vida
àqueles que aceitam os desafios do Reino!
Continuas hoje a fazê-lo pela linguagem íntima do Espírito Santo
que nos une a ti e nos faz escutar-te
em muitas mediações e sinais:
a Escritura, a celebração comunitária, a oração,
os irmãos, os acontecimentos lidos à luz da Fé, os sinais dos tempos...

Uma das coisas à qual continuas hoje a desafiar-nos
é à Sabedoria de Partilhar.
O ser humano não vale por aquilo que tem,
mas por aquilo que ama, e o amor manifesta-se na abertura aos outros.

Viver na lógica da posse, das coisas e dos outros,
conduz o Coração humano ao fracasso, porque o amor não domina!
De mil maneiras, Jesus, revelaste e dizes ainda hoje,
que a "adoração e o louvor" que interessam a Deus
não acontecem em Templos esplendorosos
construídos por mãos humanas...

O "lugar" de Deus é no mais íntimo das nossas relações
e, por isso, no mais íntimo de nós próprios!
Fazer das nossas relações pessoais
um Templo da presença de Deus significa isto:
que os nossos encontros pessoais sejam um "ponto-de-encontro" com Deus,
uma manifestação da Sua presença...

Em todas as culturas, o Templo sempre significou ponto-de-encontro com Deus,
manifestação da Sua presença e morada de Deus.
Tu disseste, Jesus, que podiam destruir o Templo de Jerusalém,
porque reedificarias o verdadeiro Templo na Ressurreição,
o Templo do teu Corpo.

Isto não significa uma reanimação biológica do teu cadáver,
mas o Dom do Espírito Santo que iniciaria a dinâmica
de formação do teu Corpo Real, Vivo, Histórico, Universal:
a comunhão orgãnica de todos os homens e mulheres da história
que entram na dinâmica da Nova Humanidade
da qual tu és a Cabeça,
o "primogénito de muitos irmãos", como te chamava o Paulo.

Nós somos hoje o teu Corpo, Jesus Ressuscitado!

Que as nossas relações, a nossa maneira de vivermos com todos,
sejam manifestação de que o teu Espírito actua em nós
e Deus tem a Sua morada no mais íntimo
dos nossos encontros e dos nossos gestos de doação.

Ajuda-nos a não querermos possuir ninguém...

E em relação às coisas que posuímos, os nossos bens,
ajuda-nos a sermos suficientemente sábios
para não lidarmos com eles na lógica do egoísmo,
mas antes da partilha e da solidadriedade.

Para que, como tu nos ensinaste sempre,
os bens que temos não sejam causa de divisão entre as pessoas,
mas motivo para a comunhão.



Tenho a certeza que este dia vai ser BOM!
Rui Santiago

19 setembro, 2007

Diálogo com o Espírito Santo


Espírito Santo,
és o rosto maternal de Deus!

Por seres a fonte do amor, és uma presença que nos convida e ajuda a ser livres.
De facto, ser livre é ser capaz de se relacionar amorosamente com os outros
e interagir criativamente com as coisas e os acontecimentos.

Jesus, animado com a tua força, Espírito Santo, iniciou a sua missão dizendo:
“O Espírito Santo está sobre mim
porque me consagrou para anunciar o Evangelho aos pobres.
Enviou-me a proclamar a libertação dos presos
e a mandar em liberdade os oprimidos” (Lc 4, 18).

São Paulo diz que tu, Espírito Santo, és a fonte da liberdade:
"Onde está o Espírito do Senhor ressuscitado,
aí está a liberdade” (2 Cor 3, 17).

A tua acção libertadora na nossa vida
acontece pela mediação de muitas pessoas
que são para nós dons do teu amor.

Todos os gestos de amor encontram em ti a sua raiz, Espírito Santo.
Sem a tua acção vivificante no interior da comunidade cristã,
as celebrações sacramentais não passam de ritos estéreis e vazios.

Do mesmo modo, sem a tua presença inspiradora no coração dos crentes,
as Sagradas Escrituras não passariam de letra morta.
Referindo-se a este aspecto,
o Apóstolo Paulo diz que "a letra mata, mas o Espírito dá vida" (2 Cor 3, 6).

Foste tu, Espírito Santo, que ressuscitaste Jesus.
És também tu que nos ressuscitas e fazes de nós membros da Família Divina.
És a força que une e dinamiza o enxerto do divino no humano em Jesus Cristo.

Por outras palavras, és tu, Espírito Santo,
o laço da união orgânica que existe
entre o Filho eterno de Deus e Jesus de Nazaré, o Filho de Maria!

É a força do teu amor que faz jorrar rios de Vida Eterna
nos nossos corações (Jo 7, 37-39).
Foste tu que capacitaste o coração maternal de Maria,
a fim de ela amar o seu Filho com o jeito do próprio Deus.

O teu amor maternal, Espírito Santo,
é o beijo que Deus deu ao barro primordial do qual brotou Adão.
São Paulo diz que és
"o amor de Deus derramado nos nossos corações" (Rm 5, 5).

Glória a ti Espírito Santo.

ALELUIA!

Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias


16 setembro, 2007

Renascimento e Humanização

Deus Santo,
nascemos para renascer.
O nosso ser interior, por ser espiritual,
nasce da dinâmica maternal do Espírito Santo
e não dos impulsos da carne

nem do querer dos seres humanos (cf. Jo 1, 12-14).

Nascemos para entrar na marcha da humanização
cuja lei é: “Emergência pessoal mediante relações de amor
e convergência para a Comunhão Universal”.

Emergir como pessoa significa crescer em densidade espiritual
e capacidade de interagir com os outros em dinâmica de comunhão.

A marcha da evolução trouxe-nos
até à complexidade cerebral própria do homem.

Com este salto biológico aconteceu a hominização,
estrutura natural capaz de iniciar a humanização.

Como ser em realização histórica,
a pessoa humana está a emergir e a estruturar-se
em duas dimensões profundamente diferentes:

a exterior que é o nosso ser individual e mortal,
e a interior que é o nível do ser pessoal que é espiritual
e, portanto, irreversível ou imortal.

O nosso ser espiritual é ressuscitável, isto é,
tem condições para ser divinizado
mediante a assunção na comunhão orgânica da Família de Deus.

No interior do nosso ser exterior emerge o interior
como o pintainho emerge dentro do ovo.

Portanto, a plenitude da vida pessoal, por ser espiritual,
acontecerá no dia em que o ovo eclodir
e o pintainho nasça para a comunhão universal.

Nascemos para renascer e emergirmos como pessoas
talhadas para a Comunhão orgânica e
dinâmica da Santíssima Trindade.

Ressuscitamos com Cristo,
pois o Homem é proporcional ao próprio Deus.
Na verdade, a Divindade é pessoas
e a Humanidade também.

Fechado em si e separado da comunhão,
o ser humano está estado de malogro.

Apenas em relação com os outros,
a pessoa se possui e encontra a sua plena identidade.

Ser pessoa é ter um coração capaz de eleger o outro
como alvo de amor.

Com efeito, temos a capacidade de eleger os outros
como irmãos, mesmo para lá dos laços do sangue.

Foi assim também que as pessoas divinas nos elegeram
como membros da sua Família:
filhos em relação a Deus Pai
e irmãos em relação ao Filho de Deus.

Como o Espírito Santo é a ternura maternal de Deus,
é através dele que somos inseridos na Família Divina!

A pessoa, para emergir, tem de renascer,
pois está em processo histórico de humanização.

A nossa identidade, mesmo ao nível espiritual,
é histórica. De facto, para nos dizermos
temos de contar sempre uma história.

Não acontece o mesmo com as pessoas divinas,
pois Deus é uma emergência permanente
de três pessoas de perfeição infinita e em total convergência
de comunhão de amor familiar.

O nosso ser pessoal-espiritual "mede-se"
pela capacidade de amar e comungar.
Na verdade, a pessoa não vale pelo que tem,
mas sim por aquilo que é.

À medida em que renascemos,
emergimos como seres livres, conscientes e responsáveis.

Estamos talhados para a comunhão com Deus
a cuja imagem fomos moldados.

Eis a razão de ser desta fome de renascer e transcender
que levamos connosco.

É uma voz permanente a convidar-nos para vencer
os limites da raça, da nacionalidade, dos laços do sangue
e da nossa condição social ou sexual.

Deus Santo,
como nascemos talhados para Deus
já pertencemos à cúpula da criação
que é a comunhão Universal da Humanidade com a Divindade.


Um grande Abraço para todos,
Calmeiro Matias

04 setembro, 2007

Fracassos e Confiança em Deus


Deus Santo,
muitas vezes sentimo-nos inseguros
e com medo de tomar iniciativas.

A realização de uma pessoa implica fazer projectos,
procurando, ao mesmo tempo, atingir metas e objectivos.

Nós sabemos que no caminho de uma realização pessoal de sucesso
também acontecem fracassos.

É sinal de boa maturidade saber começar de novo
após os fracassos que nos acontecem na vida.

A grandeza de uma pessoa não consiste em não falhar,
mas em saber seguir em frente depois dos reveses.

A pessoa que não aceita a possibilidade de fracassar
tem muita dificuldade em correr riscos e atingir objectivos.

Os medos bloqueiam a capacidade de sonhar e elaborar
novos projectos para atingir a própria realização pessoal.

São Paulo tinha consciência de que o grande protagonista
da sua acção evangelizadora era o Espírito Santo:

“Estou agradecido àquele que me dá força e me consagra
para o serviço do Evangelho” (1 Tim 1, 12).

O medo de correr riscos é a causa
de muitas histórias fracassadas.

As pessoas persistentes acabam sempre por chegar ao sucesso,
apesar dos fracassos que possam surgir no percurso.

Deus Santo,
ajuda-nos a não cairmos na fuga fácil
que consiste em deitar a culpa dos nossos fracassos
para cima dos outros, armando-nos em vítimas.

Este modo de proceder é o grande obstáculo
que nos impede de contornar e ultrapassar as crises
que os fracassos fazem surgir na nossa caminhada.


Senhor Jesus, a tua ressurreição é a prova de que,
após um fracasso, é sempre possível o sucesso.

Dá-nos a sabedoria para compreendermos
que numa vida de sucesso há sempre fracassos pelo meio.

Glória a ti, Jesus Cristo,
pois tiveste a coragem de acreditar sempre
na força do Espírito Santo e na fidelidade de Deus!



Um grande Abraço,
Calmeiro Matias