29 fevereiro, 2008

BAPTISMO E AMOR DE DEUS

Deus Santo,
Nós vos damos graças pelo sacramento do baptismo, celebração da fé que proclama o vosso plano de salvação para nós.

A celebração do baptismo proclama o vosso plano de nos criar à vossa imagem e semelhança e fazer de nós membros da vossa Família.

O baptismo é o grande sacramento que proclama o perdão do pecado e a reconciliação da Humanidade com Deus, fazendo de nós uma nova Criação, diz São Paulo (2 Cor 5, 17-19).

O baptismo cristão é diferente do baptismo de João Baptista que era simplesmente um rito de lavagem.

O baptismo cristão proclama o dom do Espírito Santo que nos vem de Cristo ressuscitado e faz de nós membros da Família Divina, filhos em relação a Deus Pai e irmãos em relação ao Filho eterno de Deus (Rm 8, 14-16).

O baptismo também anuncia que a Humanidade forma a única Família de Deus e que Jesus Cristo é, como diz São Paulo, o primogénito de muitos irmãos (Rm 8, 29).

O baptismo celebra e proclama uma verdade que já existe no coração dos seres humanos, graças à ressurreição de Cristo.

Por outras palavras, a filiação divina e a reconciliação com Deus que o baptismo proclama são já um dom concedido por Deus e que já habita o coração dos crentes que vão ser baptizados.

No momento do seu baptismo, Jesus já era o Filho de Deus, mas foi nesse momento que tu, Pai Santo, o proclamaste o declaraste teu Filho (Mc 1, 9-11).

Do mesmo modo, a pessoa que vai ser baptizada já é filha de Deus, mas é no momento do seu baptismo que a Igreja proclama publicamente esta sua condição de Nova Criação em Cristo (2 Cor 5, 17).

Senhor Jesus ressuscitado,
Os crentes são inseridos na Igreja pelo baptismo. Nesse momento tu os chamas, a fim de testemunhas do amor salvador de Deus para todos os seres humanos.

Obrigado, Deus Santo, pelo vosso amor para connosco!

Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias


28 fevereiro, 2008

ESPÍRITO SANTO E A RESSURREIÇÃO DO HOMEM


Deus Santo,
Obrigado por sermos pessoas a crescer com densidade vida espiritual livre, consciente, responsável e capaz de amar.

É verdade que o nosso corpo é uma realidade biológica, mas o nosso interior é espiritual e está a emergir como pessoa livre, consciente e responsável.

À medida em que emerge e se fortalece, o nosso ser interior constitui-se como ser único, original e irrepetível.

Cada pessoa é uma novidade em relação a todas as outras pessoas. Ninguém é uma cópia do outro. Eis a razão pela qual ninguém está a mais na comunhão da Família de Deus!

Ao ressuscitar, Jesus deu-nos o Espírito Santo como fonte de uma vida nova. Tornou-se o sangue de Cristo a alimentar a nossa vida espiritual.

Eis a razão pela qual Jesus ressuscitado é o princípio e a garantia da nossa ressurreição como diz o evangelho de São João:

“No último dia, o mais solene da festa, Jesus, de pé, exclamou: se alguém tem sede venha a mim. Quem crê em mim que sacie a sua sede!

Como diz a Escritura, hão-de correr do seu coração rios de água viva. Ao dizer isto, Jesus estava a referir-se ao Espírito Santo que iriam receber os que acreditassem nele.

Com efeito, o Espírito ainda não tinha vindo por Jesus não ter sido glorificado”. (Jo 7, 37-39).
No mesmo evangelho de São João, Jesus diz o seguinte:

“Eu sou a ressurreição e a Vida. Quem crê em mim, mesmo que tenha morrido, viverá. Aquele que crê em mim e vive não morrerá” (Jo 11, 26).

O nosso ser interior vai-se robustecendo pela acção do Espírito Santo, diz São Paulo (2 Cor 4, 16).
Seremos eternamente as pessoas que soubermos construir agora em comunhão com os nossos irmãos.
Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias





27 fevereiro, 2008

DIÁLOGO COM O DEUS QUE HABITA EM NÓS-I

I-TU ÉS UM DEUS PRÓXIMO

Deus Santo,
A nossa Fé diz-nos que Vós nunca estais longe de cada ser humano.

Na verdade, Vós habitais no mais íntimo de cada um de nós, com o diz a Primeira Carta aos Coríntios:

“Não sabeis, diz São Paulo, que sois templo de Deus e que o Espírito Santo habita em vós?
Se alguém destrói o templo de Deus, Deus o destruirá, pois o templo de Deus é santo.” (1 Cor 3, 17-17).

Nós vos agradecemos o facto de vos relacionardes com cada pessoa de modo único e diferente.

O vosso amor por nós faz com que nos tomeis a sério e ameis cada ser humano assim como ele é.

Podemos dizer que sois um Deus que se faz à nossa medida, a fim de comunicar connosco de modo adequado.

Apesar de vos relacionardes de modo único com cada pessoa, Vós conseguis dar-vos de modo pleno a todos os seres humanos.

Com efeito, ninguém tem Deus só para si, apesar de cada pessoa o ter de modo diferente.

O amor é difusivo, por isso Vós expandis a vossa ternura pelos biliões de pessoas que viveram, vivem e viverão ao longo dos milénios.

Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

DIÁLOGO COM O DEUS QUE HABITA EM NÓS-II

II-ESTÁS COM CADA PESSOA E EM TODAS

Espírito Santo,
Tu és o princípio difusivo do amor de Deus no coração de cada pessoa humana.

São Paulo diz que tu és o amor de Deus derramado nos nossos corações (Rm 5, 5).

Quando vamos à praia, por exemplo, nós damo-nos conta de que o sol da praia é para todos os que o procuram.

Não é pelo facto de o Pedro se estar a bronzear que a Margarida fica privada do sol.

A difusão do sol por todos é um sinal do vosso amor, Deus Santo, a difundir-se para todos os seres humanos.

Mas ao contrário do sol que nos atinge a partir de fora, o Espírito Santo anima-nos e conduz-nos a partir de dentro.

Vós sois, Deus Santo, a interioridade máxima de todas as coisas.

A luz e o calor do sol chegam até nós, vindos de longe. O Espírito Santo, pelo contrário, põe-nos em comunicação com o Pai e o Filho, fazendo que Vós, Deus Santo, sejais em nós o Deus connosco.

O Espírito Santo, com seu jeito maternal de amar conduz-nos a Deus Pai que nos acolhe como filhos e a Deus Filho que nos acolhe como irmãos.

Na verdade, o nosso coração é o ponto de encontro com Deus.

É aí que o Espírito habita de modo permanente e nos configura com Jesus Cristo.

Precisamos do ar para respirar e viver. Felizmente que o ar está difundido por toda a terra.

Do mesmo modo, o Espírito Santo está em todos nós, pois precisamos dele para renascer, como Jesus disse a Nicodemos.

Deus Santo,
Os Actos dos Apóstolos dizem que Vós nunca estais longe, pois vivemos em Vós. Eis as suas palavras:

“O Deus que criou o mundo e tudo o que nele habita, é o Senhor do Céu e da Terra. Ele não habita em santuários feitos pela mão do Homem, nem é servido por mãos humanas, como se precisasse de alguma coisa.

É ele que dá a vida, a respiração e tudo o mais. Criou a partir de Adão toda a Humanidade, a fim de ela habitar sobre a face da terra” (Act 17, 24-26).

Depois acrescenta: “É nele que vivemos, nos movemos e existimos, pois já somos família sua.
Portanto, se nós somos família de Deus não devemos pensar que a Divindade é semelhante ao ouro, à prata ou à pedra esculpida pela mão do homem” (Act 17, 28-29).

Louvado sejais Deus Santo que sois uma comunhão familiar e nos introduzistes na vossa Família através de Jesus Cristo!

Glória a ti Pai bondoso!
Glória a ti, Filho de Deus e nosso irmão!
Glória a ti, Espírito Santo que és o amor de Deus derramado nos nossos corações!

25 fevereiro, 2008

TEMOS UMA MORADA NA FESTA DE DEUS

Deus Santo,
Vós sois o Deus da comunicação. Desde toda a eternidade, sois uma Família na qual acontece a festa do diálogo e do encontro.

Vós não sois uma essência estática, nem uma estátua sem vida, como os ídolos que não falam nem sorriem, apesar de terem boca, olhos e nariz talhados por um escultor.

Vós sois desde toda a eternidade uma comunhão familiar de três pessoas. Podemos dizer que o coração da Divindade é uma comunhão familiar onde acontece um diálogo permanente de amor.
Como sois uma comunidade acolhedora, também nós temos lugar na Vossa Festa Familiar.

Vós sois, Deus Santo, Amor Criador. Eis a razão pela qual a música e a poesia também têm lugar na Festa da Vossa Família.

Tal como uma mãe canta para serenar o filhinho que tem ao colo, assim a vossa ternura se difunde para nós em vibrações musicais de uma harmonia maravilhosa.

No coração das relações do Pai com o Filho no Espírito Santo nasce de modo permanente uma alegria infinita, e uma felicidade total.

Por isso Jesus falava de Vós, dizendo que sois o Deus da Festa! A vossa casa, dizia Jesus é a comunhão e a festa das núpcias do Cordeiro!

A vossa morada é a comunhão universal em cujo banquete todos dançam o ritmo do amor.
O vosso Reino é, como Jesus dizia, a Festa das Bodas Eternas, onde emerge uma alegria sempre nova!

Obrigado por sermos convidados a tomar parte na vossa Festa da Vida Eterna e da Felicidade.
O vosso Reino é o ponto de encontro onde a Paz, a Harmonia e o Amor são os pilares da Comunhão Universal!


Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias










23 fevereiro, 2008

A ARTE DE CONSTRUIR FRATERNIDADE-I

I-O AMOR COMO ALICERCE DA FRATERNIDADE

A experiência de uma vida partilhada e fraterna é muito importante para a pessoa se sentir equilibrada e feliz.

De facto, a fraternidade e o amor são o ambiente apropriado para o crescimento e felicidade da pessoa humana.

Ao amar os outros seres humanos, construímo-nos como pessoas e possibilitamos a realização e felicidade das outras pessoas.

Na verdade os seres humanos que gastam a vida pelas causas do amor merecem uma estátua, isto é, um reconhecimento por parte da Humanidade.

Estes seres humanos foram capazes de se realizar e ajudar os outros a realizar o parto difícil da emergência pessoal-espiritual.

Como sabemos, ninguém é capaz de amar antes de ter sido amado.

Podemos dizer com toda a verdade que a pessoa, ao amar os outros, está a ser fiel ao amor com que foi amada.

A lei do amor é esta:
Em primeiro lugar é o amor dos outros que nos capacita para amar.

Eis a razão pela qual os mal-amados ficam a amar mal, isto é, ficam condicionados nas suas capacidades de amar.

Na verdade, as pessoas mal-amadas ficam marcadas por bloqueios e condicionamentos no seu jeito de amar.

Como sabemos, as pessoas gostam de se sentir amadas, pois o dos outros por fá-las sentir-se aceites, valorizados e tomados a sério.

Quando sentimos que os outros nos valorizam gostamos de partilhar o que fazemos e sentimo-nos capazes de ir mais longe nas nossas realizações.

Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

A ARTE DE CONSTRUIR FRATERNIDADE-II

II-PASSOS PARA CONSTRUIR FRATERNIDADE

Há uma série de atitudes e gestos que nos que todos podemos assumir, a fim de facilitarmos a construção da fraternidade.

A título de exemplo podemos indicar algumas dessas atitudes e gestos, a fim de melhor nos humanizarmos e facilitarmos a humanização dos outros:

Tentar compreender o outro na sua realidade mais profunda.

Treinar-se na arte de ajudar os outros a gostar de si, aceitando as suas diferenças e valorizando as suas realizações.

Aceitar o outro por ser o que é e não tanto por fazer o que eu quero que ele faça.

Aprender a confiar nas outras pessoas e procurar merecer e a sua confiança.

Atenção às atitudes e realizações dos outros, felicitando e valorizando essas mesmas realizações.

Estar atento às crises de crescimento das pessoas com quem vivemos e tentar ajudá-las a contornar essas crises, pois, como sabemos, não há crescimento sem crises.

Nas conversas e no convívio com os outros preferir empregar palavras que exprimam esperança, evitando as conversas pessimistas e negativas.

Não deixar que no nosso coração permaneçam sentimentos negativos, tais como ressentimentos, planos de vingança, tristeza provocada pela inveja e tantas outras coisas que nos roubam a felicidade e a alegria de viver.

Que o nosso lema seja sempre comunicar numa linha de verdade e autenticidade mesmo que, por vezes, os outros não gostem.

É importante cultivarmos o sentido de pertença em relação à família, aos grupos ou à Igreja da qual fazemos parte.

Procuremos tomar consciência das nossas qualidades e defeitos, bem como das qualidades e defeitos das pessoas com as quais vivemos, a fim de tornarmos mais autênticas as nossas relações com os outros.

É importante termos consciência de que o bem feito pelos outros não deixa de o ser só porque não foi feito por nós.

Se procurarmos compreender a história das pessoas com as quais convivemos, seremos capazes de as amar mais e melhor.

Lembremo-nos de vez em quando que os outros são um dom para nós, pois são mediações que Deus nos dá para a nossa realização. Na verdade, ninguém se realiza sozinho.

Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

A ARTE DE CONSTRUIR FRATERNIDADE-III

III- DA FRATERNIDADE À COMUNHÃO DO REINO

Procuremos ter presente o facto de pertencermos à Família de Deus na medida em que procuramos criar laços de fraternidade com as outras pessoas.

Com efeito, a nossa pertença à família de Deus acontece na medida em que formamos uma comunhão orgânica e dinâmica com as outras pessoas.

Se nós só podemos fazer parte da Família de Deus em comunhão com os outros, então temos de construir um coração fraterno e aberto à comunhão com eles.

Como Sabemos, a Família de Deus não assenta nos laços do sangue, mas sim nos laços de comunhão com o Espírito Santo.

Nos grupos de convívio ou de vivência da Fé é importante mostrarmo-nos abertos a novas formas de pensar e caminhar em grupo.

Tomar consciência de que preciso dos outros. De facto, ninguém é bom em tudo.

Por isso há uma grande diversidade de talentos e carismas, dons e ministérios na comunidade.

A maneira mais profunda de amar é deixar que os outros se realizem com as suas diferenças.

Na verdade, nós não somos a medida dos demais, pois cada pessoa é única, original e irrepetível.

Ao encontrarmos pessoas que fazem do amor fraterno o centro da sua vida, demos graças a Deus, pois estas pessoas são um tesoiro inestimável.

Conviver com pessoas assim é um privilégio, pois capacitam-nos para crescermos como pessoas livres, conscientes, responsáveis e capazes de reciprocidade amorosa.

Tomemos consciência de que na questão da fraternidade o fundamental é eleger o outro como alvo de bem-querer, a atitude primeira para construir o amor.

O amor é, na verdade, a dinâmica do crescimento pessoal e da comunhão fraterna.

Deus é uma comunhão amorosa. A bíblia diz que Deus é amor (1 Jo 4, 7-8).

A nível humano o amor surge como uma dinâmica de bem-querer que tem como origem a pessoa e como meta a fraternidade universal.

Um coração é fraterno quando é capaz de eleger os outros como irmãos, procurando aceitá-los como são e agir de modo a facilitar a sua realização e felicidade.

Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

22 fevereiro, 2008

GRATIDÃO DE UM HOMEM EM CONSTRUÇÃO

Trindade Santa,
Vós sois um Deus Fiel e Verdadeiro! Vós sois uma comunidade de amor infinito.

Obrigado por nos terdes amado ainda antes de nos terdes criado. Ao criar-nos inacabados, vós quisestes que fôssemos vossos colaboradores, tornando-nos autores de nós próprios.

Espírito Santo,
São Paulo diz que tu és o amor de Deus derramado nos nossos corações (Rm 5, 5). Obrigado por esse jeito maternal com que nos amais de modo incondicional.

Tu és, Espírito Santo, o hálito da vida que, no princípio, saiu das narinas de Deus e entrou no interior do barro primordial que deu origem ao Homem.

O evangelho de São João diz tu tens a missão de nos conduzir à Verdade plena (Jo16, 13). Eis a razão pela qual te queremos pedir que nos ajudes a compreender o mistério do Homem em construção, a fim de o podermos construir numa linha de fidelidade ao plano de Deus.

Espírito Santo,
Ajuda-nos, para que as nossas palavras e atitudes sejam fortes como as dos profetas e difundam paz e harmonia no nosso mundo.

Senhor Jesus Ressuscitado,
Caminha connosco e ajuda-nos a moldar um coração semelhante ao teu, a fim de facilitarmos a realização e felicidade das pessoas que se cruzam connosco na vida.

Ajuda-nos, Jesus, a caminhar como filhos da luz para podermos ser testemunhas da tua Palavra junto dos nossos irmãos.

Pai Santo,
Ajuda-nos a cumprir a tua vontade, tanto nas nossas decisões como nos nossos projectos de vida.
Nós sabemos que a tua vontade coincide sempre com o que é melhor para nós.

Ajuda-nos, Pai Bendito, a edificar em harmonia com a vossa vontade, a fim de podermos atingir a nossa meta que é o vosso Reino.

Na verdade, foi esta a plenitude para a qual nos sonhaste!

Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

21 fevereiro, 2008

A DOR DA PESSOA MAL AMADA-I

I-SEM AMOR, A PESSOA NÃO EMERGE

Deus Santo,
Sem amor o coração humano está vazio. Torna-se árido como um deserto ressequido.

No coração vazio não germina a alegria que dá razões para cantar e vigor para agir. Nós sabemos que a pessoa humana só tem capacidade de amar depois de ter sido amada.

O coração da pessoa que não foi amada está vazio. No coração vazio só habita a solidão, essa dor que brota do facto de nos sentirmos em comunhão.

Sem laços de comunhão, a pessoa não se possui nem é capaz de se amar. Do mesmo modo, sem um coração animado pelo amor, a pessoa não tem capacidade para ajudar os outros a serem pessoas felizes.

Sem amor, o coração da pessoa é habitado apenas pela a angústia e o medo e a solidão. A experiência diz-nos que, sem água, as plantas secam e os animais não podem viver.

Do mesmo modo, a pessoa que não ama definha espiritualmente.

Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias




A DOR DA PESSOA MAL AMADA-II


II-DEUS COMO FONTE DO AMOR

Espírito Santo,
São Paulo diz que tu és o amor de Deus derramado nos nossos corações (Rm 5, 5).

Fortalece os nossos corações, a fim de não deixarmos sem amor as pessoas que se encontram connosco na vida. Capacita-nos para fazermos aos outros aquilo que gostaríamos que eles nos fizessem.

Fortalece o nosso coração, a fim de não nos deixarmos dominar pelo desejo de ter sempre mais, esquecendo que os bens nos são dados para criarmos fraternidade e comunhão.

Modela o nosso coração em harmonia com o coração de Cristo que passou a vida a fazer bem a toda a gente.

Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

20 fevereiro, 2008

A BONDADE NA CRIAÇÃO E NO HOMEM-I

I-A BONDADE NA CRIAÇÃO

Deus Santo,
O Livro do Génesis não se cansa de repetir que as obras criadas por Deus são boas. Logo no princípio afirma: “E Deus viu que a luz era boa (Gn 1, 4).

“Ao solo seco, Deus chamou Terra, e ao conjunto das águas, chamou mares. E Deus viu que isto era bom” (Gn 1, 10).

Depois, Deus disse: “Que a Terra germine plantas cada qual com as sementes próprias da sua espécie e árvores que produzam frutos e sementes segundo a sua espécie. E Deus viu que isto era bom” (Gn 1, 12).

Em seguida, Deus “Criou o Sol para iluminar o dia e a Lua para iluminar a noite e, deste modo, separar a luz das trevas. E Deus viu que isto era bom” (Gn1, 18).

Em seguida, “Deus criou os grandes monstros marinhos e as criaturas vivas que se movem nas águas, segundo as diversas espécies.

Depois “Criou as aves, segundo as suas diversas espécies. E Deus viu que isto era bom” (Gn 1, 21).

Em seguida “Criou os animais selvagens segundo as suas espécies e os animais domésticos segundo as diversas espécies. E Deus viu que isto era bom” (Gn 1,25).


Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias






A BONDADE NA CRIAÇÃO E NO HOMEM-II


II-A BONDADE DO HOMEM É UMA TAREFA

Finalmente, “Deus criou o Homem à sua própria imagem. À imagem de Deus o criou. Criou-os Varão e mulher.

Depois Deus abençoou-os e dizendo: Sede fecundos e multiplicai-vos. Enchei a Terra e dominai-a (…). E Deus viu que tudo o que tinha feito era muito bom” (Gn 1, 27-31).

Todas estas afirmações querem dizer que Deus é bom e por isso imprimiu a bondade em todas as coisas criadas por ele.

Para os seres humanos a bondade é uma vocação e um mandamento: “Este é o meu mandamento, disse Jesus, que vos ameis uns aos outros, como eu vos amei” (Jo 15, 12).

Depois acrescentou: “Dou-vos um mandamento novo: amai-vos uns aos outros como eu vos amei” (Jo 13, 34).

Ser bom, para nós, não é apenas uma questão de qualidades naturais, mas um chamamento que nos é feito por Deus.

Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

19 fevereiro, 2008

VÓS SOIS UM DEUS QUE NÃO DESILUDE-I

I-AJUDA-NOS PARA BEM VOS CONHECERMOS

Trindade Santa,
Hoje queria agradecer-vos a caminhada na fé que me deu a possibilidade de olharmos a vida com um sentido e um horizonte novo e mais profundo.

Espírito Santo,
Sem ti era impossível chegarmos à fé, pois esta não é o resultado de simples raciocínios humanos, mas sim uma sabedoria que vem da Palavra de Deus.

Filho Eterno de Deus,
Obrigado por esse gesto de amor incondicional que foi a Encarnação.

Espírito Santo,
Com o teu jeito maternal de amar, tu nos conduzes a Deus Pai que nos acolhe como filhos e ao Filho de Deus que nos acolhe como irmãos.

Na verdade, és tu quem nos em nos incorpora na Família de Deus, e nos leva a clamar Abba, ó Pai, como diz São Paulo (Rm 8, 14-15; Ga 4, 4-7).

Eis a razão pela qual a Carta aos Romanos diz que tu és o amor de Deus derramado nos nossos corações (Rm 5, 5).

És tu, Espírito Santo, quem nos transmite o conhecimento dos mistérios de Deus, de Cristo e do Homem.

Na verdade, nós só podemos conhecer destes mistérios aquilo que tu nos revelas.

Eis a razão pela qual não podemos deixar de aprofundar sempre a vossa Palavra.

Só deste modo podemos matar a fome e a sede que temos de vós.


Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias



VÓS SOIS UM DEUS QUE NÃO DESILUDE-II



II-AJUDA-NOS PARA BEM VOS ANUNCIARMOS

Queremos conhecer-vos melhor, para mais vos amarmos e melhor vos anunciarmos.

Na verdade, a qualidade da nossa acção evangelizadora depende da compreensão que temos dos mistérios de Deus e do mistério do Homem.
Eis a razão pela qual a nossa gratidão não cessa de crescer, Deus Santo.

Vós sois uma novidade a acontecer e a revelar-se de modo constante.
Isto é assim porque sois amor e o amor nunca se repete. Sem deixardes de ser sempre o mesmo Deus, Trindade Santa, vós o estais sendo de maneira sempre nova.

Dizer que a vossa natureza é imutável, não quer dizer que vós sois uma essência estática.

A vossa natureza é relações interpessoais em plena e permanente comunhão amorosa.

Neste sentido sois uma natureza imutável, pois nunca deixais de ser um dinamismo de bem-querer que tem como origem as pessoas divinas e como meta a comunhão trinitária.

Sem vós, Deus Bendito, a nossa vida não tinha sentido. Eis a razão pela qual vos queremos dizer com toda a verdade que queremos ser sempre para vós Santíssima Trindade!
Glória a vós, Deus três vezes santo que sois Pai, Filho e Espírito Santo.

Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

04 fevereiro, 2008

O Mistério da Vida Nova


Deus Santo, Vós sois o Senhor da Vida.
Vós não nos criastes para a morte.
Morrer é, na realidade, a derradeira possibilidade de renascer.
Apenas os seres humanos sabem que vão morrer.

Deus Santo,
Obrigado por termos consciência de que um dia havemos de morrer.
Na verdade, a consciência da nossa morte é um dom,
pois ilumina o sentido fundamental da vida.
Os animais não sabem que um dia morrerão, por isso não têm sentidos para viver.
O sentido da vida e o sentido da morte caminham a passo igual.

Obrigado, Deus Santo, porque o sentido da vida e da morte
é mais amplo e profundo na fase final da nossa vida.
Nessa altura descobrimos que o amor é a grande razão que vale,
tanto para viver como para morrer.

Eis a razão pela qual Jesus só nos deixou o mandamento do amor.
Ele próprio nos disse que a densidade máxima do amor se atinge
quando alguém dá a vida pelos que ama.
Eis as suas palavras:
“É este o meu mandamento: que vos ameis uns aos outros como eu vos amei.
Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a vida pelos seus amigos” (Jo 15, 12-13).
Quem amou até à morte nasceu para a plenitude da vida.
Por outras palavras, felizes dos que gastaram a vida pelas causas do amor!
Para estas pessoas, a morte final não tem o sentido de uma tragédia sem saída,
pois os que passaram a vida a amar souberam ir morrendo em cada dia
ao egoísmo que tenta impedir o nascimento do Homem Novo.

O homem egoísta é o homem velho nascido de Adão,
o qual torna a morte uma tragédia.
Morrer para dar vida é a maneira mais perfeita de rebentar os muros da própria finitude.
Com efeito, o Homem Novo não pode nascer sem que o Velho vá morrendo.
Realmente não podemos nascer para a Vida Nova
chamada à plenitude da Comunhão Universal sem morrermos à vida velha.

Na verdade, a morte não atinge o homem interior, pessoal e espiritual,
pois este é proporcional a Deus, Família eterna de três pessoas.
Por outras palavras, temos de morrer gradual e progressivamente ao egoísmo,
isto é, à vida velha, cuja dinâmica é a lei da selva.
A meta da vida velha é o fracasso da morte.
A maneira concreta de morrer à vida velha é gastá-la pelas causas do amor.
Sábias são as pessoas que sabem ir morrendo,
a fim de dar vida aos outros e edificarem a sua vida eterna.

A nossa vocação fundamental sobre a terra
não é apenas manter o mais possível a vida mortal, mas edificar a vida eterna.

Deus Santo,
Vós nos chamastes a construir a Vida Nova, aquela que não morre.
Nós vos louvamos pelo chamamento que nos fazeis
no sentido de construirmos a vida eterna mediante a dinâmica do amor.

Glória a ti, Jesus Cristo, que venceste a morte no próprio acto de morrer!
Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias