26 janeiro, 2010

HORIZONTES E CONTEÚDOS DA FÉ CRISTÃ

A nossa fé ensina que existe um só Deus, o qual não é um sujeito, mas uma comunhão orgânica e dinâmica de três pessoas. Deus é relações e comunhão familiar.

Os cristãos acreditam que existe uma só bíblia constituída por dois testamentos. A revelação bíblica afirma que Deus é o Criador de todo o Universo.

Fundamentados na Palavra de Deus, nós acreditamos que, pelo mistério da Encarnação, a Divindade se enxertou na Humanidade, a fim de os seres humanos serem divinizados.

Acreditamos que o Filho Eterno de Deus se manifestou em grandeza humana através de Jesus de Nazaré.

Acreditamos que a dinâmica da Encarnação assenta na união orgânica e interacção do Filho de Deus com o Filho de Maria.

Acreditamos que Cristo é o ponto de encontro do melhor de Deus com o melhor do Homem.
Acreditamos que nesta união humano-divina, o humano e o divino fazem um, mas sem se confundirem nem fundirem.

Acreditamos que o enxerto do divino no humano aconteceu no seio da Virgem Maria.
Acreditamos que a pessoa do Espírito Santo é o princípio animador da comunhão orgânica constituída pelo Filho Eterno de Deus e Jesus de Nazaré.

Acreditamos que o Espírito Santo, com seu jeito maternal de amar tem uma missão central no mistério da Encarnação.

Por isso afirmamos com o Credo que o Filho de Deus encarnou pelo Espírito Santo. Acreditamos que Deus decidiu revelar-se, através do povo bíblico, primeiro, e depois formou o povo da Nova e Eterna Aliança com gente de todas as raças, línguas e povos da terra.

Acreditamos que o Novo Povo de Deus, ao contrário do Antigo, não é constituído apenas por uma raça, uma língua, uma nação ou uma nacionalidade.

Deste modo, o Novo Povo de Deus é sacramento da Universalidade do Plano Salvador de Deus
Acreditamos que Deus, por ser amor, não condena ninguém. As pessoas que vão para a morte eterna condenam-se por sua própria decisão.

Acreditamos que, ao criar o Homem, Deus interveio de modo especial comunicando ao barro primordial do qual saiu Adão o hálito da vida como dizem as Escrituras (Gn 2, 7).
Acreditamos que Deus nunca está longe do Homem, pois ele habita a interioridade do Universo.
Com efeito, a morada de Deus é um campo espiritual contínuo de interacções amorosas, o qual constitui a interioridade máxima do Universo.

Por outras palavras, Deus nunca vem a nós a partir de fora ou de longe, mas vem sempre ao nosso encontro a partir de dentro.

Acreditamos que o encontro de Deus com o Homem acontece no coração do Homem. Isto quer dizer que o Homem, para se encontrar com Deus tem de ir de fora para dentro.

Acreditamos que o Espírito Santo é o amor de Deus derramado nos nossos corações, como diz São Paulo (Rm 5,5).

Acreditamos que o Homem é um ser em construção, tanto ao nível físico, como psíquico, social ou espiritual.

Acreditamos que a pessoa humana não se esgota na dimensão biológica. Por isso, ao morrer, a interioridade espiritual do ser humano é assumida e incorporada na Família de Deus.

Acreditamos que a humanização do Homem é uma tarefa ética que implica dizer sim aos apelos do amor e dizer não ao que se opõe ao amor.

Acreditamos que o anúncio do Evangelho é um serviço fundamental para o bem da Humanidade.
Acreditamos que a disposição de viver e agir como discípulo de Jesus Cristo é a melhor opção para o cristão se realizar e ser feliz.

Acreditamos que o anúncio do Evangelho é um acto profundo de amor a Deus e aos irmãos.
Em comunhão convosco
Calmeiro Matias


21 janeiro, 2010

O PODER SALVADOR DA PALAVRA DE DEUS



Pai Santo

O nosso coração é o ponto encontro entre nós e a tua Palavra. É aí que a tua Palavra se faz-se sentir de modo suave, mas firme e sem ambiguidade.

Quando nos toca, a tua Palavra nunca nos deixa confusos e sem ver claro o caminho que devemos seguir.

A tua palavra é uma melodia musical e é poesia por não se esgotar na em meros conceitos.

Pai Santo

Quando experimentamos a novidade da tua Palavra, os ruídos incomodam-nos e por isso preferimos o silêncio.

Por outras palavras, a tua Palavra não é como os trovões que assustam as crianças nem como os relâmpagos que aterrorizam os velhinhos.

A tua Palavra liberta e dá sabedoria às pessoas de todas as idades, raças, línguas e povos.
Pai Santo

A tua Palavra faz-se ouvir no íntimo do nosso ser, pois o Espírito Santo fala no nosso coração.
A pessoa que saboreia a tua Palavra nunca fica igual, pois ela é criadora e eficaz.

Apesar de ser forte e dinâmica, a tua Palavra não é como um ciclone que destrói e provoca o caos.

Também não é como as chuvas torrenciais que destroem as sementeiras e as árvores de fruto.

Apesar das marcas indeléveis que a tua Palavra imprime em nós, ela nunca é ruidosa, pois faz-se ouvir nas vibrações do amor.



A tua Palavra gera luz no nosso coração, fazendo nascer o dia na noite da nossa solidão.

Pai Santo
Tu és o Deus da Palavra.

Quando falas no nosso íntimo, nós sentimos o nosso coração a vibrar, pois a tua Palavra agarra-nos por dentro.

Quando o homem acolhe a tua Palavra começa a nascer nele uma vontade irresistível de anunciar a vida e amor.

De facto, a tua Palavra suscita profetas e apóstolos.

Pai Santo

Tu és a Fonte da Palavra. Falas hoje como ontem, falas de manhã e à tarde.

Apesar de ser suave, a tua Palavra é segura e decidida e por isso nunca gera ambiguidade.

Eis o que diz o evangelho de São João: “No princípio era a Palavra. A Palavra era Deus e estava em Deus.

Foi pela Palavra que tudo começou a existir e sem a Palavra nada veio à existência.

Na Palavra estava a Vida de tudo o que veio a existir e a Vida era a Luz dos Homens.

A luz brilhou nas trevas, mas a trevas não a acolheram” (Jo 1, 1-5).

“Mas às pessoas que a receberam deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus” (Jo 1, 12).

Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias





18 janeiro, 2010

UM CORAÇÃO QUE SÓ DEUS PREENCHE

É admirável esta capacidade humana de comungar com o próprio Deus. Na verdade, naquilo que temos de bom somos parecidos e proporcionais a Deus.

Por ter sido talhado para o encontro e a comunhão com Deus, o Homem só pode chegar à sua plenitude mediante a assunção e incorporação na Família de Deus. O caminho desta incorporação é Jesus Cristo e a força desta assunão é o Espírito Santo.

Por outras palavras, só a força do amor nos pode assumir no limiar da Comunhão divina. São Paulo diz que o Espírito Santo é o amor de Deus derramado nos nossos corações.

Assim como a vida biológica não pode subsistir sem água, do mesmo modo a pessoa humana, privada de amor, não pode atingir a sua plenitude.

Por outras palavras, o amor não é de modo algum uma questão secundária, pois é o fundamento do próprio Cosmos.

Com efeito, o Deus Criador é amor. Tudo brotou a partir dessa comunhão familiar divina que é a Santíssima Trindade.

Dizer que Deus é amor é entrar no coração do Universo, isto é, na sua interioridade máxima.
Quando afirmamos que Deus é amor infinito queremos dizer que ele é relações de amor e perfeição infinita (1 Jo 4, 7-8; 16).

Talhadas para a comunhão com as pessoas divinas, as pessoas humanas podem emergir e crescer sempre em capacidade de amar.

A dignidade da pessoa humana começa no facto de não nascer determinada. Esta condição é fundamental para o ser humano se estruturar como pessoa livre, consciente, responsável e capaz de amar.

A génese das galáxias ainda não tinha sido iniciada e já existia a comunhão familiar divina. A génese do Universo foi iniciada pela força criadora do Amor.

Isto significa que a vida em plenitude precedeu o Universo! Com o aparecimento da vida pessoal-espiritual, a evolução criadora do Universo atingiu o limiar da eternidade.

Emergir como pessoa significa estruturar-se e crescer em densidade espiritual e capacidade amorosa de comungar.

O modo de conhecermos a qualidade e a grandeza de uma pessoa é estar atento ao seu jeito de amar.

No Reino de Deus seremos eternamente conhecidos e identificados, pelo nosso jeito de amar.
No Reino de Deus, o jeito de amar de uma pessoa dá-nos o critério para conhecer e avaliarmos a realização histórica de uma pessoa.

Devido à sua densidade espiritual as pessoas humanas já pertencem à cúpula da vida imortal, chamadas à plenitude da ressurreição com Cristo.
Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias



14 janeiro, 2010

O PARAÍSO É A META DA HISTÓRIA

Nós podemos dizer que o relato do Livro do Génesis sobre o Paraíso é uma alegoria sobre o plano sonhado por Deus para a plenitude dos tempos.

Isto significa que o texto do Génesis não pretende afirmar que alguma vez tenha existido uma humanidade perfeita a viver num estado de plenitude.

Pelo contrário, não se trata de uma realidade existente num princípio mítico, mas da plenitude que aguarda a Humanidade:
“Quando chegou a plenitude dos tempos, Deus enviou o seu Filho nascido de uma mulher (…), a fim de recebermos a adopção de filhos” (Gal 4, 4-6).

A Carta aos Romanos diz que Jesus Cristo é o Novo Adão (Rm 5,17). Como cabeça da Humanidade reconciliada com Deus, ele é a Árvore da Vida que nos dá o fruto da Vida Eterna:
“Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a Vida Eterna e eu hei-de ressuscitá-lo no último dia.
Na verdade, a minha carne é verdadeira comida e o meu sangue é uma verdadeira bebida. Quem come a minha carne a bebe o meu sangue fica a morar em mim e eu nele.
Assim como o Pai que me enviou vive e Eu vivo pelo Pai, também o que me come viverá por mim” (Jo 6, 54-57).

É significativo observar como São João tem o cuidado de acentuar que este mistério da comunhão orgânica com Cristo ressuscitado não é antropofagia:
“E se virdes o Filho do Homem subir para onde estava antes? O Espírito é que dá vida, a carne não presta para nada. As palavras que vos disse são Espírito e Vida” (Jo 6, 62-63).
A carne de Jesus ressuscitado é a sua realidade humana glorificada a qual forma um todo orgânico com a Humanidade.
O sangue do Cristo glorioso é a seiva da Árvore da Vida Eterna, isto é, o Espírito Santo. Com Jesus ressuscitado, a Humanidade é assumida no paraíso e incorporada na família de Deus.
Deste modo, o Paraíso, sonhado pelo livro do Génesis, torna-se finalmente realidade. Os que são alimentados pelo fruto da Árvore da Vida, isto é, o Espírito Santo, tomam parte na Vida Eterna, sendo organicamente incorporados na Família de Deus, como diz São Paulo (Gal 4, 4-7).
O Livro do Apocalipse diz que no Paraíso, os eleitos são todos alimentados pelo fruto da Árvore da Vida:
“Felizes os que lavam as suas vestes, para poderem entrar pelas portas da Cidade e terem acesso à Árvore da Vida” (Apc 22, 14).
A Vida Nova em Cristo não é uma questão de simples sujeição a um código ético com normas bem estruturadas.
Viver em comunhão com Cristo significa estar unido de modo orgânico a Jesus ressuscitado. O princípio animador desta relação e comunhão com o Senhor ressuscitado é o Espírito Santo.
A comunhão orgânica com Cristo é um dom gratuito de Deus. Ponhamos um exemplo: comparemos o Homem ferido pelo pecado a um limoeiro doente e envelhecido pela doença da ferrugem.
Apesar de ser um limoeiro de alta qualidade, agora, carcomido pela ferrugem, dá frutos de péssima qualidade.
O proprietário do limoeiro pensou nas hipóteses que tinha para salvar o limoeiro. Foi então que lhe surgiu a ideia de cortar um pequeno rebento que ainda se mantinha são e enxertá-lo numa laranjeira jovem e robusta.
Uma vez enxertado, o rebento do limoeiro, sem deixar de ser limoeiro, recebe a seiva da laranjeira e num curto espaço de tempo começa a dar limões de excelente qualidade.
Isto quer dizer que a seiva da laranjeira optimizou o limoeiro e os seus frutos. Foi isto que aconteceu à Humanidade pelo mistério da Encarnação, como diz Jesus com o exemplo da videira:
“Permanecei em mim, que eu permaneço em vós. Tal como o ramo não pode dar fruto por si mesmo, mas só permanecendo na videira, assim acontecerá também convosco, se não permanecerdes em mim.
Eu sou a videira e vós os ramos. Quem permanece em mim e eu nele, esse dá muito fruto, pois sem mim nada podeis fazer” (Jo 15, 4-5).
Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias


09 janeiro, 2010

A MORADA DOS RESSUSCITADOS COM CRISTO

Pai Santo,
Louvado sejas por Jesus Cristo e pela plenitude da vida que nos vem por ele. Ao ressuscitar, Jesus passou da face exterior da realidade para a sua face interior, isto é, para a dimensão na qual acontece a Comunhão Universal que é a vossa Família!

A vossa morada é um campo espiritual contínuo de interacções amorosas, o qual constitui a interioridade máxima do Universo.

Isto significa que tu, Pai Santo, tal como o teu Filho e o Espírito Santo, nunca vêm a nós a partir de fora.

Antes da criação do Universo, Só Vós existíeis, Trindade Santa. Vós sois um mistério de relações amorosas.

O Universo está em génese. Emerge como uma génese estrutural gigante exterior a Vós. A Vossa presença à marcha criadora do Universo acontece como força que possibilita a marcha criadora do Universo.

Vós possibilitais como força interior, mas sem jamais manipular o processo criador que acontece segundo uma sequência de causas e efeitos.

Isto é possível porque Vós, Deus Santo, imprimistes na singularidade inicial um feixe de possibilidades capazes de obter um sucesso.

Foi esta singularidade inicial que deu origem à explosão primordial, o big bang, o ponto e o instante a partir do qual começa a génese criadora do Universo.

É por esta razão que o Universo está marcado com o selo das relações e vós habitais nas coordenadas da interioridade máxima do Cosmos.

Podemos dizer com toda a verdade que Deus constitui a interioridade máxima do real. E nós, graças a Cristo ressuscitado, já fomos assumidos na vossa Família, passando a habitar as coordenadas da universalidade e da equidistância que constituem a dimensão infinita da vossa morada.

Pai Santo,
Com a sua ressurreição, Jesus Cristo venceu a morte para si e para nós, pois ele faz um todo orgânico e dinâmico com todos nós.

Na véspera da sua passagem para a face interior da realidade, Jesus prometeu-nos que nós habitaríamos para sempre com ele na Festa do Vosso Reino.

Por outras palavras, como temos parte na ressurreição de Jesus, Jesus garantiu-nos que temos habitação garantida na Comunhão da Vossa Família.

Eis as palavras da promessa de Jesus, pouco antes de partir para o Pai:
"Não vos deixarei órfãos, pois eu voltarei a vós (...). Nesse dia compreendereis que eu estou no meu Pai, vós em mim e eu em vós" (Jo 14, 18-20).

Com este modo de falar, Jesus queria dizer que também nós seremos assumidos com ele na plenitude da Família de Deus.

A promessa de Jesus também nos dá a certeza de que os nossos seres queridos que, pelo acontecimento da morte nasceram para a plenitude da Vida Eterna estão perto de nós.

Com efeito, nas coordenadas da universalidade e da equidistância, já não há lonjura, mas sim omnipresença e equidistância a tudo e a todos.

Obrigado, Deus Santo, pois não há distância entre nós e a Comunhão Universal do vosso Reino!
Com efeito, no ponto onde termina a nossa interioridade espiritual limitada começa a interioridade espiritual ilimitada da Comunhão Universal do Reino de Deus.
O animador desta comunhão orgânica universal é o Espírito Santo. Eis a razão pela qual ele está sempre à porta do nosso coração.

Quando pela fé e pelo amor abrimos os nossos corações, o Espírito Santo, com seu jeito maternal de amar, introduz-nos na onda da Comunhão Universal do vosso Reino.

É esta a dinâmica da Nova Criação reconciliada com Deus em Cristo, como diz São Paulo (2 Cor 5, 17-19).

É este o mistério do Homem Novo que teve início com a Encarnação e atingiu a sua plenitude com a ressurreição de Cristo.

Por outras palavras, através da Encarnação o Divino enxertou-se no humano, a fim de este ser divinizado no momento da morte e ressurreição de Jesus Cristo, graças ao facto de formarmos com ele uma união orgânica, interactiva e dinâmica

Com Cristo somos, pois, assumidos como filhos na Família Divina como filhos em relação adeus Pai e como irmãos em relação ao Filho de Deus.

O Espírito Santo é a ternura maternal de Deus que nos introduz na comunhão da Santíssima Trindade.

Cada vez que os cristãos celebram a Eucaristia celebram este mistério, de modo particular no momento de comer e beber o pão e o vinho.

Nesse momento, os crentes exprimem a sua vontade de reforçar esta união orgânica e interactiva com Jesus Cristo, a fim de serem assumidos com ele na Festa do Reino de Deus.

São Paulo diz que quando comemos o pão e bebemos o vinho da Eucaristia estamos a robustecer a nossa união orgânica com Cristo: "Comemos do mesmo pão porque fazemos um só Corpo" (1 Cor 10, 17).

O evangelho de São João diz que o Espírito Santo é a Carne e o Sangue de Jesus ressuscitado, o qual faz de nós participantes da sua ressurreição:

"Quem come a minha carne e bebe o meu sangue fica a morar em mim e eu nele. Assim como o Pai que me enviou vive e eu vivo pelo Pai, assim também aquele que come a minha carne e bebe o meu sangue viverá por mim" (Jo 6, 56-57).

Ao comerem o Pão e beberem o Vinho da Eucaristia, os cristãos estão a afirmar que é no interior da pessoa humana que acontece a união e a interacção que nos diviniza.

Obrigado, Trindade Santa, pelo mistério admirável da Encarnação e da Ressurreição de Cristo!
Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias


05 janeiro, 2010

A EVANGELIZAÇÃO COMO FORMA DE AMAR

Deus precisa de nós, a fim de a Palavra de Deus chegar a todos os povos.

É por esta razão que o Espírito Santo consagra e capacita homens e mulheres para a missão da evangelização.

Quando é realizada em sintonia com a inspiração e a força do Espírito Santo, a acção evangelizadora é fecunda e sempre um bem para a Humanidade.

Na verdade, a evangelização é um acto de amor aos irmãos, pois a Palavra de Deus confere sentido à vida e cria novas razões para viver e amar.

Mas os apóstolos e os profetas não se podem esquecer de que a eficácia da acção evangelizadora é obra de Deus. Nós somos mediações.
Necessárias, é certo, mas apenas mediações para o Espírito Santo dizer no coração das pessoas a Boa Nova da Salvação.

Por outro lado, as pessoas evangelizadas são também um dom de Deus para o evangelizador, pois este também é evangelizado quando anuncia o Evangelho.

O Apóstolo será uma boa mediação se agarrar a vida no essencial, iluminando-a com o mistério de Deus, de Cristo e do Homem no plano de Deus.

O bom evangelizador acredita que Deus realizou o seu plano salvador em Jesus Cristo cujo mistério assenta nos dois pilares do Natal e da Páscoa.

Pelo mistério do Natal, o divino enxertou-se no humano, a fim de a Humanidade ser divinizada.
Pelo mistério da Páscoa Jesus, ao ressuscitar, difundiu para nós a força do Espírito Santo que nos incorpora na Família de Deus como filhos e herdeiros de Deus Pai e irmãos e co-herdeiro com o Filho de Deus.
Evangelizar é, pois, proclamar este plano amoroso de Deus que em Jesus Cristo fez da Humanidade a Família Universal de Deus.

Evangelizar é ajudar as pessoas a saborear a Verdade de Deus e do Homem na sua profundidade máxima, a fim de seres pessoas livres.

As pessoas que nada fazem para sair do erro, da mentira e da ignorância nunca chegarão ser pessoas livres.

Jesus disse aos discípulos que o Espírito Santo possui a Verdade Plena e quer conduzir-nos para ela (Jo 16, 13).

São Paulo diz que o Espírito Santo, por ser o Espírito da Verdade é também o Espírito da liberdade (Gal 5, 1-2).

A verdade é a compreensão e enunciação correcta e adequada da realidade de Deus, do Homem, da História e do Universo.

Quanto mais crescermos Verdade, mais capacitados estamos para avançar no processo da nossa humanização, condição essencial para a nossa divinização.

Foi por esta razão que Jesus, na véspera da sua morte, garantiu aos discípulos que depois de ressuscitar, lhes enviaria o Espírito Santo com a missão de os conduzir à verdade total (Jo 16, 13).

Uma vez que a verdade tem como horizonte a compreensão e enunciação correcta e adequada da realidade de Deus, do Homem e História, só Deus pode possuir a Verdade Plena.

Eis a razão pela qual só o Espírito Santo nos pode conduzir com segurança à Plenitude da Verdade.

O Evangelizador é uma mediação do Espírito Santo, a fim de este conduzir as pessoas para a verdade e, deste modo, poderem saborear o sentido e a alegria da Salvação.
Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias