31 janeiro, 2007

Jesus, Rosto de Deus...

Às vezes, Jesus, parece que olhamos para o que já conhecemos desde sempre
mas vemos tudo de maneira nova!
A verdade é que estamos sempre a ser diferentes, não é?
Sempre os mesmos, mas sempre de um jeito novo… e é bom assim.

Apaixona-me o modo como anunciavas o Evangelho da Vida
nos caminhos, lugarejos e cidades da tua Palestina…

Para usar a língua do teu povo, dirigias-te sempre aos “anawim”.
“Anawim” significa pobres.
Mas não simplesmente naquele sentido de “pobreza” que hoje lhe damos…

“Anawim” significa literalmente os “curvados sob um peso”,
os “esmagados”, os que vivem “vergados”.
Os evangelistas falam disto de uma maneira muito bonita,
colocando tantas vezes na tua boca a expressão: “Levanta-te!”

Aos fariseus, doutores da lei e sacerdotes do Templo,
entretanto, uma das acusações que fazias era que “colocavam fardos pesados sobre os ombros das pessoas, nos quais eles próprios não tocavam nem com um dedo”…

Oh, Jesus, como é diferente o teu Evangelho
daqueles palavreados vazios que tantas vezes se dizem “em teu nome”…

“Evangelho” significa “Boa Notícia”.
E a verdade é que a Boa Notícia não é “boa” para toda a gente ao mesmo tempo e da mesma maneira!
Porque a Boa Notícia é para uns libertação e esperança, ao mesmo tempo que é para outros denúncia e conversão...

Ña tua Vida revela-se e realiza-se a Plenitude do Projecto Amoroso de Deus,
não de maneira abstracta, mas muito concreta:
nas tuas escolhas, atitudes, palavras…

E é claro na tua Vida que Deus, ao agir na nossa história,
tem sempre como destinatários e colaboradores
os mais pobres e marginalizados, os “anawim”.

É verdade que “Deus não faz distinção de pessoas”, como diz a escritura.
Isto significa que Deus não é arbitrário, não é injusto nem existem nele pré-juízos: “o seu Amor é como o Sol, que nasce sobre bons e maus”…

Mas também é verdade que ao longo de toda a história bíblica,
Deus sempre optou claramente pelo mundo dos oprimidos…

Desde o princípio, quando se apaixonou por um “bando de escravos” no Egipto,
em vez de se enamorar de uma grande nação…

Não há nada menos neutro que o Amor: o Amor toma partido, escolhe, decide-se…

Este jeito do Amor de Deus que escolhe sempre o mundo dos oprimidos para os Libertar
não é apenas uma “opção de Deus” entre outras possíveis…
Não é como se Deus se revelasse a Si próprio e, depois, escolhesse os “anawim” como destinatários privilegiados da Sua acção…

É exactamente nesta escolha e através desta escolha que Deus Se revela a nós!

Este jeito do Amor de Deus que toma partido pelos “anawim”
é o próprio caminho da revelação do Rosto de Deus.

Por isso em ti, Jesus, o Rosto de Deus se vê tão claro…

És, na verdade, o Rosto Humano do Amor de Deus,
a Revelação máxima dos traços do Rosto do Pai
a Realização perfeita dos traços do Rosto do Filho
e o Instrumento fiel da acção do Espírito Santo.

Sê para sempre bendito pela tua Fidelidade Salvadora!


Tenho a certeza de que este dia vai ser BOM!
Rui Santiago

22 janeiro, 2007

O PECADO GERA O HOMEM VELHO



Deus Santo,
Obrigado por nos terdes enviado Cristo para edificar o Homem Novo, isto é, a Humanidade edificada sobre o alicerce da fraternidade.

Mas o pecado é uma força que resiste à edificação deste Homem Novo configurado com Cristo.
Eis algumas atitudes que moldam o homem velho e se opõem ao amor, a força criadora do Homem Novo:


*O homem velho estrutura-se na mentira

Quando a mentira se torna frequente no pensar e no agir de um ser humano, este edifica-se como pessoa mentiros, isto é, geradora de mentiras continuadas.


A mentira vai-se tornando dominante, ao ponto de a pessoa fazer da mentira a sua verdade.


*O homem velho tem uma mente e um coração endurecidos, isto é, insensíveis ao novo e ao diferente que brotam da dinâmica criadora do amor.

A rigidez mental é um sinal claro de que a pessoa tem uma mente e um coração de homem velho


*A pessoa que vive na mentira endurece a mente e o coração, podento mesmo ficar impedida de ver as coisas com a luz e os critérios de Deus.


Quanto mais a pessoa se solidifica como homem velho, maior é o endurecimento do coração que se manifesta numa crescente teimosia que a impedem de mudar o rumo da vida no sentido do amor e da comunhão.


*O homem velho é egocêntrico, por isso não se abre à fraternidade.

O maior perigo deste egocentrismo é a pessoa ficar presa desi mesma e, portanto, incapaz de atingir a sua plenitude, pois a plenitude da pessoa não se encontra em si, mas na reciprocidade do amor.


*O homem velho é vingativo.

A penssoa de mente envelhecida pensa que o perdão é uma fraqueza que vai contra dignidade da pessoa.


A realidade é precisamente o contrário!

Com efeito, a capacidade de perdoar é um dom maravilhoso que vem do Espírito Santo, o perito da reconciliação e das relações de comunhão.


Só quando se dispõe a perdoar, a pessoa se liberta do rancor obsessivo que a impede de amar e de viver em paz.


*O homem velho é invejoso e, portanto, infeliz.

Em vez de se alegrar, o invejoso sofre e amargura-se com o bem que acontece aos outros.


A pessoa invejosa pode ter muito mais dos que as pessoas das quais sente inveja. Mas o simples facto de ver nos outros algo que ela não é para ela uma fonte de rancor e raiva interior.


Deus Santo,

Vós sois uma comunhão de três pessoas distintas.

Mas as diferenças entre vós, Pai, Filho e Espírito Santo optimizam a a vossa comunhão e reciprocidade amorosa.


Ajudai-nos, Trindade Santa, a ter um coração capaz de se alegrar com o bem dos outros

Amen.


Com uma grande saudação fraterna

Calmeiro Matias





















15 janeiro, 2007

A ARTE DE VENCER O EGOÍSMO


Deus Santo,
Jesus convidou-nos a lutar contra as forças negativas do egoísmo, a fim de criarmos laço de amor e comunhão e, deste modo, podermos criar uma terra melhor.

Na verdade, o egoísmo pode ser vencido através de gestos e aitudes de doação e amor.
Estou a recordar algumas atitudes que me parecem fundamentais para vencermos em nós as forças negativas do egoísmo:

-Tomar a sério a pessoa e a dignidade de cada ser humano.
-Aceitar o outro por ele ser o que é e não por ele fazer aquilo que eu gostaria que ele fizesse.
-Procurar comunicar sempre esperança e optimismo, em vez de pessimismops estéreis que oprimem as pessoas e bloqueiam a sua realização.
-Recusar-mo-nos a alimentar nos nossos corações sentimentos negativos, tais como ressentimentos ou planos de vingança.

Espírito Santo,
Tu és mestre na arte de favorecer e alimentar as relações de amor.
Ajuda-nos a não estarmos a olhar constantemente para os nossos interesses pessoais.
Ensina-nos a arte de olhar e saber descobrir as necessidades e os interesse dos nossos irmãos.

Dá-nos, Espírito Santo, a limpidez da mente e a sabedoria do coração, a fim de estarmos atentos às qualidades dos outros e compreeendermos que o bem que os outros fazem não deixa de o ser só porque não foi feito por nós.

Ajuda-nos a estar atentos à história concreta das pessoas com as quai convivemos, a fim de sermos capazes de as aceitar e compreender.

Na verdade, o passado de uma pessoa possibilita e condiciona o seu presente.
Ajuda-nos, Espírito Santo, a compreender que não somos bons em tudo, a fim de termos a capacidade e a humildade de aceitar os talentos e a cooperação dos outros.

Uma pessoa adulta sabe que o amor não se confunde com apego sentimentalista ou tendência a dominar e substituir o outro.

A pessoa que ama de verdade não está sempre a exigir do outro disponibilidade e serviço, mas sabe estar disponível nos momentos em que alguém precisa do seu apoio.

A pessoa que que ama, ao dar um conselho, procura comunicar sempre o melhor da sua experiência e do seu saber.

À medida em que a pessoa vence as forças do egoísmo começa a ser capaz de se alegrar com os sucessos dos outros como se fossem os seus próprios.

Deus Santo,
Ajudai-me a vencer as forças negativas do egoísmo.

Com uma saudação muito amiga
Calmeiro Matias


08 janeiro, 2007

Plenitude dos Tempos e valor do Tempo...

Ninguém sabe, Jesus, em que dia mesmo é que nasceste.
Quando chegou a altura de escolher um dia para celebrar,

escolheram o dia 25 de Dezembro
porque então se fazia uma festa no Império Romano
para louvar o “deus Sol”.

Já que tu és “a Luz do mundo”… (Jo 1, 9)

Eu gosto também que celebremos o teu Natal assim no fim do ano
porque logo uns dias depois temos oportunidade de mudar de ano…
Bem sei, Jesus, que do dia 31 de Dezembro para o dia 1 de Janeiro
não acontece nada de extraordinário, mas todas as passagens têm um simbolismo especial, um sabor a renascimento…

Começar um ano novo
faz-me sempre pensar no valor do Tempo.

E isto calha apenas seis dias depois do teu Natal,

que á a inauguração da “Plenitude dos Tempos”,
uma expressão de Fé muito bonita do Apóstolo Paulo
para dizer a plenitude do dom de Deus
que em ti se realiza e inaugura
a “fase dos acabamentos” da Humanidade. (Gal 4, 4-7)

Na Plenitude dos Tempos percebemos

que Deus não guarda nada para Si.
Na tua Ressurreição,
“o Amor de Deus foi derramado nos nossos Corações
pelo Espírito Santo que nos foi dado”! (Rom 5, 5)

Na Plenitude dos Tempos percebemos

que Deus é Fiel ao Projecto que prometeu
e com o qual Se comprometeu:
criar o Ser Humano à Sua imagem e semelhança
para o assumir na Sua própria Família.

Na Plenitude dos Tempos percebemos também
que o que falta realizar deste projecto na História é a nossa parte…

Por isso, Jesus, queria pedir-te

por mim e por todos os Seres Humanos nossos irmãos,
para que o Tempo que Vivemos
seja História que Construímos!

Tu que és o inaugurador da Plenitude dos Tempos,

ensina-nos a humanizar todos os nossos tempos
para que a Vida se torne História,
e a História se torne Céu!

Sim, Jesus, porque a Ressurreição da Vida

é a transfiguração da nossa História Humanizada
em Eternidade Divinizada.

Eu te bendigo, Jesus,
pela tua Fidelidade incondicional ao Projecto de Deus,
e peço-te um Coração sensato e bom, fiel como o teu,
para Construir no Tempo a Vida que o transcende…


Tenho a certeza de que este dia vai ser Bom!
Rui Santiago