31 agosto, 2008

O HOMEM E OS VALORES-I

I-A COMUNICAÇÃO DOS VALORES

Os valores são inscritos na consciência humana como propostas ideais de acção. É mediante o processo educativo que os valores vão sendo comunicados à pessoa, de modo a formar a sua consciência.

A pessoa não nasce consciente. Isto quer dizer que não nasce habitada pelos valores. À medida que os valores vão sendo comunicados à criança, esta começa a sentir o apelo dos valores na sua consciência.

Isto não pode acontecer sem um contexto de relações com um mínimo de qualidade humanizante.

Quando a criança começa a habitar-se, isto é, a ser consciente, já está habitada por aqueles que lhe foram comunicando os valores.

Mas a pessoa humana não é apenas uma fotocopiadora, isto é, não se limita a receber os dados e a mantê-los como coisas estáticas.

É verdade que os primeiros conteúdos da consciência são o que a pessoa recebeu dos outros. Mas os dados recebidos são tijolos para construir o edifício da pessoa a emergir e a estruturar-se na história.

Podemos dizer que os valores são apelos ideais que convidam a pessoa a estruturar-se de acordo com eles.

Por se situarem ao nível do ideal, os valores nunca deixam de ser uma interpelação a ir mais longe, pois o real humano nunca atinge de modo pleno a meta do ideal.

Por outras palavras, existe uma distância entre o ideal proposto pelos valores e o real da pessoa em construção.

Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

O HOMEM E OS VALORES-II


II-VALORES E ESTRUTURAÇÃO HUMANA

À medida que vão sendo inscritos na consciência, os valores são uma voz que vai interpelando a pessoa a agir de acordo com eles.

Como a pessoa é um ser que vive e se realiza em sociedade, os valores interpelam tanto no sentido da humanização da pessoa como no sentido da humanização da sociedade.

Como vemos, os valores nunca se esgotam ou deixam de ser úteis, pois o real da pessoa em construção nunca atinge o limiar da realização ideal proposta pelos valores.

Os valores são apelos que se fazem ouvir na consciência da pessoa, de modo especial quando se trata de decidir, optar e agir.

À medida que a pessoa responde ao chamamento dos valores estes moldam e configuram a sua personalidade.

À medida que a pessoa age em conformidade com o valor “verdade” torna-se verdadeira.
À medida que a pessoa age em harmonia com os apelos da liberdade, torna-se livre.

À medida que o ser humano age em conformidade com o valor “Justiça” torna-se uma pessoa justa.

As pessoas que tomam a sério os apelos do valor fraternidade, torna-se fraterna. Do mesmo modo, a pessoa que age em harmonia com o valor fidelidade, torna-se realmente fiel.

Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

O HOMEM E OS VALORES-III

III-RELAÇÕES HUMANAS E VALORES

A maneira eficaz de transmitir os valores é a dinâmica das relações. Por outras palavras, a via eficaz para transmitir os valores não é a teoria, mas a experiência relacional.

Os valores que fomos recebendo através dos outros constituem a matriz básica de uma realização pessoal.

Mas os valores podem ser bem ou mal comunicados. Imaginemos um casal que está sempre a dizer aos filhos para serem verdadeiros.

No entanto, com frequência estes pais pedem aos filhos para mentirem em seu nome, a fim de se verem livres de incómodos ou dificuldades.

É evidente que o valor verdade está a ser mal comunicado a consciência destas crianças está a ser mal estruturada.

Os filhos aprendem com o que os pais fazem, não com o que eles dizem. É esta a e razão pela qual há consciências bem formadas e consciências mal formadas.

Na prática os grandes valores universais. Mas podem ser bem ou mal comunicados. Quando são bem comunicados, os valores são o alicerce de uma consciência bem formada.

Quando isto acontece, os valores são realmente a orientação segura para a humanização das pessoas e das sociedades.

Por outras palavras, os valores são a rocha firme sobre a qual podemos edificar com segurança a nossa casa, tanto a nível da pessoa, como da família ou da sociedade.

Só as pessoas que procuram realizar-se de acordo com os grandes valores atingem verdadeira profundidade humana.

É muito importante que as crianças comecem cedo a aprender que há valores básicos que não podem ser postos em causa.

Além disso, devem ser ajudadas pelos adultos a adquirir um leque de valores o mais amplo possível.

Os pais ou educadores que não comunicam uma escala sólida de valores á criança não lhe estão a proporcionar um alicerce sólido para se realizarem como pessoas.

Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

28 agosto, 2008

LOUVANDO A DEUS PELO DOM DE CRISTO-I

I-O LUGAR DE CRISTO NO PLANO DE DEUS

Deus Santo,
Nós vos damos graças pelo dom de Jesus Cristo e pelo plano de salvação que realizaste através dele.

Graças à sua fidelidade à sua missão, a Criação está de novo inserida no vosso plano tal como Vós, Trindade Santa, o tínheis sonhado desde toda a eternidade (Mt11, 25).

Pai Santo,
Tu enviaste o teu Filho para ser a cúpula da Criação. São Paulo diz que o mundo foi criado por Cristo e para Cristo (1 Cor 8, 6; Col 1, 15-20; Flp 2, 6-11).

Ele é o medianeiro da comunhão entre Deus e o Homem (1 Tm 2, 5). Por ele nós fomos inseridos na Família Divina, a fim de adquirirmos a nossa plena dignidade.

Por isso ele é o princípio e o fim da Criação, como diz a Carta aos Colossenses (Col 1, 15-20).

Uma vez inseridos na Família de Deus, as pessoas humanas adquirem a sua plena igualdade e dignidade em Cristo.

Em comunhão Convosco
Calmeiro Matias

LOUVANDO A DEUS PELO DOM DE CRISTO-II

II-TODOS IGUAIS, EMBORA ORIGINAIS E IRREPETÍVEIS

Deus Santo,
Graças a Jesus Cristo, todos os seres humanos têm a mesma dignidade, seja qual for a sua condição rácica, linguística, sexual ou social.

Eis as suas palavras: “Já não há diferença entre judeu ou grego, escravo ou livre. Já não há diferença entre homem ou mulher, pois todos formamos um em Jesus Cristo” (Ga 3, 28).

Esta igualdade radica no facto de estarmos todos organicamente unidos a Cristo. Na sua oração após a ceia pascal, Jesus recorda esta verdade quando diz a Deus Pai:

“Eu neles, tu em mim, Pai, a fim de eles serem perfeitos na unidade. Deste modo o mundo conhecerá que me enviaste e os amaste a eles, tal como me amaste a mim” (Jo 17, 23).

Deus Santo,
É verdade que o pecado de Adão não anulou o vosso plano amoroso a respeito da Humanidade.

Mas a infidelidade do Homem cria bloqueios e oferece resistência à acção do Espírito Santo na História e no coração das pessoas.

Eis o sentido da afirmação de São Paulo segundo a qual as pessoas que estão em Cristo são uma nova criação (2 Cor 5, 17).

Eis a razão pela qual a Encarnação do Filho de Deus teve de acontecer como redenção, isto é, como restauração e recriação do projecto humano.

Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

LOUVANDO A DEUS PELO DOM DE CRISTO-III

III-EM CRISTO, DEUS RECONCILIOU O HOMEM CONSIGO


Deus Santo,
Sois um Deus sempre disposto a perdoar. São Paulo diz que, graças a Jesus Cristo, Deus reconciliou a Humanidade consigo, não levando mais em conta os pecados dos homens” (2 Cor 5, 18-19).

Isto que dizer que a fidelidade plena e incondicional de Cristo venceu a infidelidade humana, dando origem à nossa reconciliação com Deus.

Ao ressuscitar, Jesus possibilitou-nos uma comunicação nova com o Espírito Santo, o qual, com seu jeito maternal de amar, fez de nós membros da Família Divina (cf. Rm 8, 14-17; Ga 4, 4-7).

É este o sentido do ensinamento de São Paulo quando afirma que o Espírito Santo é o amor de Deus derramado nos nossos corações (Rm 5, 5).

O ser humano está a construir-se na história como pessoa, isto é, como ser livre, consciente, responsável e capaz de comunhão amorosa.

Isto quer dizer que somos imagens perfeitas de Deus, uma comunhão amorosa de três pessoas.

Eis a razão pela qual já podemos tomar parte da comunhão familiar do próprio Deus. Com a sua infidelidade, Adão criou bloqueios ao projecto salvador de Deus.

Cristo, com a sua fidelidade incondicional ao projecto de Deus, restaurou a nossa comunhão com Deus, colocando-nos de novo no caminho da Salvação.

Adão conduziu-nos para o caminho da morte. Jesus Cristo, ao ressuscitar, colocou-nos no caminho da vida eterna.

Assim como todos morrem em Adão, diz São Paulo, todos ressuscitam em Jesus Cristo, o Novo Adão (Rm 5, 17).

Deus Santo,
Glória a Vós que sois Pai, Filho e Espírito Santo!
Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

25 agosto, 2008

DEUS IMPRIMIU A BONDADE NA CRIAÇÃO-I


I-DEUS INSCREVEU A BONDADE NAS SUAS OBRAS

No relato da Criação, o Livro do Génesis não se cansa de repetir que as obras da Criação são boas, pois Deus imprimiu nelas o selo da bondade.

Quando Deus criou as estrelas, os planetas, as plantas e os animais, reconheceu que no interior de cada coisa criada havia bondade.

Ao criar a luz, Deus viu que a luz era boa. Então o Senhor Deus separou a luz das trevas (Gn 1, 4).

E Deus chamou Terra ao solo seco e Mar ao conjunto das águas. E Deus viu que tudo isto era bom (Gn 1, 10).

E Deus disse: “Que a Terra germine plantas cada qual com as sementes próprias da sua espécie e árvores que produzam frutos e sementes segundo a sua espécie. E Deus viu que isto era bom” (Gn 1, 12).

Deus Criou o Sol para iluminar o dia e a Lua para iluminar a noite e separou a luz das trevas. E Deus viu que isto era bom (Gn1, 18).

Deus também criou os grandes monstros marinhos, as criaturas vivas que se movem nas águas, bem como as aves, todos segundo as suas próprias espécies. E Deus viu que isto era bom (Gn 1, 21).

Depois, Deus criou também os animais selvagens e os animais domésticos segundo as suas próprias espécies. E Deus viu que isto era bom (Gn 1,25).

Finalmente, Deus criou o Homem à sua própria imagem, à imagem de Deus o criou. Deus criou-os como varão e mulher. Então Deus abençoou-os e disse-lhes: Sede fecundos e multiplicai-vos, enchei a Terra e dominai-a (…).

E Deus viu que tudo o que tinha feito era muito bom. Houve tarde e manhã e foi o sexto dia (Gn 1, 27-31).

Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

DEUS IMPRIMIU A BONDADE NA CRIAÇÃO-II

II-A BONDADE DO HOMEM É UM MANDAMENTO

A bondade das criaturas que nos rodeiam ajudam-nos a encontrar a presença e a bondade de Deus na Criação.

Na verdade, as perfeições e a bondade das criaturas são sinais da perfeição e da bondade infinita de Deus.

Mas foi sobretudo nas pessoas Humanas que Deus imprimiu o selo da bondade. Nos seres humanos a bondade é uma tarefa, pois Deus não nos criou acabados, a fim de nos podermos realizar como pessoas livres.

A bondade humana resulta do amor, essa dinâmica de bem-querer que tem como origem a pessoa e como meta a comunhão.

Amar é escolher os outros como nosso próximo, isto é, eleger as pessoas como alvo da nossa atenção e bem-querer.

Os seres humanos vão-se tornando bons na medida em que vão fazendo o bem aos outros, facilitando a sua realização e felicidade.

Por outras palavras, fomos criados para nos irmos criando em relações de amor com os outros.
Isto quer dizer que Deus não nos faz sem termos parte na nossa própria realização.

Eis a razão pela qual o amor é o único mandamento de Jesus para nós: “Este é o meu mandamento, disse Jesus, que vos ameis uns aos outros, como eu vos amei” (Jo 15, 12).

A bondade humana, portanto, é uma vocação, isto é, um chamamento que Deus nos faz através da sua Palavra.

Como esta tarefa é difícil, Jesus, ao ressuscitar, deu-nos o Espírito Santo que nos ajuda e facilita a tarefa de nos tornarmos bons.

Em Comunhão convosco
Calmeiro Matias

DEUS IMPRIMIU A BONDADE NA CRIAÇÃO-III

III-BONDADE E FIDELIDADE

A nossa vocação a ser bons é um chamamento que Deus nos faz no sentido de nos realizarmos e atingirmos a nossa felicidade.

Na verdade, a vontade de Deus a nosso respeito coincide sempre com o que é melhor para nós.
Jesus diz que a maneira de crescermos na bondade é sermos fiel ao mandamento novo que ele nos deu.

Este mandamento é novo, pois não foi dado aos animais, pois estes não têm capacidade para fazer projectos de amor.

Eis as palavras de Jesus: “Dou-vos um mandamento novo: amai-vos uns aos outros como eu vos amei” (Jo 13, 34).

São João diz que nós “Passámos da morte para a vida porque amamos os irmãos. O que não ama o irmão permanece na morte” (1 Jo 3, 14).

Para a bíblia, a pessoa está viva na medida em que comunica com os outros em relações de fraternidade e comunhão.

A bondade humana é, pois, uma tarefa que temos nas nossas mãos e que ninguém pode realizar por nós.

A bondade só pode construir-se através da comunhão com os irmãos. Vamo-nos tornando bons na medida em que fazemos o bem às outras pessoas.

Eis o que diz a Primeira Carta de São João: “Aquele que odeia o seu irmão é um homicida e bem sabeis que os homicidas não têm parte na vida eterna” (1 Jo 3, 15).

Como habita de modo permanente no nosso coração, o Espírito Santo capacita-nos para fazermos o bem e, portanto, para nos tornarmos bons.

Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

DEUS IMPRIMIU A BONDADE NA CRIAÇÃO-IV

IV-FAZER O BEM PARA SER BOM

Como é um ser em construção, a pessoa humana faz-se, fazendo. Por outras palavras, a pessoa que faz o bem torna-se boa. A pessoa que comunica em verdade torna-se verdadeira.

A pessoa que procura realizar obras de justiça, torna-se justa. A pessoa humana não é igual ao que diz, mas sim igual ao que faz.

Nenhuma pessoa é capaz de ser boa sem a acção do Espírito Santo no seu coração. São Paulo explica isto na carta aos Romanos. Eis o que ele diz:

“A esperança não nos engana, pois sabemos que o amor de Deus foi derramado nos nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado” (Rm 5, 5).

A Carta aos Gálatas diz que o amor é a fonte da bondade e do bem: “Pois toda a lei se resume nisto: amarás o teu próximo como a ti mesmo” (Ga 5, 14).

E a carta aos Romanos acrescenta: “O amor não prejudica o próximo, pois o amor realiza a Lei de Moisés na sua máxima perfeição.” (Rm 13, 10).

Jesus Cristo é o sinal máximo da fidelidade e da bondade de Deus, pois ele enviou-nos o seu Filho para nos introduzir na sua Família.

Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

22 agosto, 2008

O MODO DE DEUS SE DAR A CONHECER-I

I-O DEUS QUE SE DIZ DE MODO GRADUAL

Deus Santo,
Hoje queria louvar-vos pela maneira bonita como vos dais a conhecer aos seres humanos.

Quem não tem coração capaz de comungar não vos pode conhecer, diz a bíblia. De facto, Vós não sois uma espécie de tabuada que devamos memorizar para depois repetir.

Vós dissestes a Moisés que estais sempre a ser de modo novo. Vós sois um Deus que nunca envelhece!

Recordo as palavras que dissestes a Moisés quando no alto da Montanha lhe falaste a partir da sarça que ardia sem se consumir:

“Eu Sou Aquele que Sou”, dissestes Vós a Moisés (Ex 3, 14). Moisés tirou a conclusão de que sendo Vós um "EU SOU", sois um Deus sempre a ser uma novidade constante.

Como não sois um Deus estático podeis acompanhar o vosso povo na caminhada do deserto. Isto quer dizer que vós sois um Deus se só existe no presente.

Na verdade, vós sois uma emergência permanente de três pessoas de perfeição infinita em total convergência de comunhão amorosa. Nunca fostes um Deus no passado!

Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

O MODO DE DEUS SE DAR A CONHECER-II

II-REVELAÇÃO E A PEDAGOGIA DE DEUS

Por serdes um Deus de perfeição infinita, não vos podeis revelar ao Homem de uma só vez. Na verdade, o Homem só de modo gradual e progressivo vos pode entender.

É por esta razão que o mistério da Santíssima Trindade, apesar de ser o essencial do mistério de Deus, só foi revelado no final.

Foi só depois de outros dados importantes terem sido revelados Vós vos dissestes, Deus Santo, como comunhão trinitária.

Primeiro revelastes a vossa natureza de Deus único, dizendo aos profetas que, além de Vós, não há mais nenhum Deus.

Depois de vos terdes revelado como único Deus, já havia condições para o Homem entender o passo seguinte.

Foi então que Jesus nos ensinou que existe um só Deus, mas que este Deus não é um sujeito sozinho.

O vosso coração é comunitário. A plenitude divina é uma comunhão amorosa de três pessoas. Na verdade, não pode haver vida pessoal em plenitude fora de uma comunhão orgânica e dinâmica.

A nossa fé diz-nos que a Divindade é três pessoas em relações de amor. Deste modo nós sabemos que Deus não é um sujeito em solidão, mas uma família em comunhão.

Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

O MODO DE DEUS SE DAR A CONHECER-III

III-VÓS SOIS INTERACÇÃO AMOROSA

Trindade Santa,
Nós fomos criados à vossa imagem e semelhança! Eis a razão pela qual a solidão nos asfixia, pois estamos talhados para a comunhão.

Olhando a realidade de Deus por este prisma compreendemos o que a bíblia quer dizer quando afirma que Deus é Amor (1 Jo 4, 7).

Por serdes pessoas em relações, o conhecimento de Deus não é uma questão teórica. Só podemos conhecer a Deus, diz a Primeira Carta de São João, se amarmos os irmãos (1 Jo 4, 7-8).

Sucede o mesmo para acontecer conhecimento profundo entre as pessoas humanas. É por esta razão que o conhecimento dos esposos não resulta de uma mera actividade mental, mas sim de uma cadeia de relações sérias de amor.

Glória a Vós, Trindade Santa, que sois Pai, Filho e Espírito Santo!

Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

20 agosto, 2008

DIÁLOGO SOBRE A VIDA ETERNA COM DEUS-I

I-SÓ UM AMOR INFINITO NOS PODE PREENCHER

Deus Santo,
Obrigado por terdes criado a Humanidade com esta capacidade maravilhosa de comungar com a Divindade.

Naquilo que temos de bom somos realmente parecidos com Deus. Por termos sido criados à imagem e semelhança de Deus, estamos talhados para o encontro, o diálogo e a comunhão.

Assim como a vida biológica não pode subsistir sem água, do mesmo modo a pessoa humana, privada de amor, não pode emergir, acabando por definhar e morrer.

Na verdade, o amor não é uma questão secundária, pois é o fundamento da realidade. Com efeito, o Deus Criador é amor. Tudo brotou a partir dessa comunhão familiar divina que é a Santíssima Trindade.

Podemos dizer que o amor de Deus é omnipotente, mas apenas nas coisas que são possíveis ao amor.

Dizer que Deus é amor é entrar no coração da realidade, isto é, na sua interioridade máxima.

Quando dizemos que Deus é amor infinito queremos dizer que é relações de comunhão familiar com uma perfeição infinita (1 Jo 4, 7-8; 16).

Em comunhão Com Deus
Calmeiro Matias

DIÁLOGO SOBRE A VIDA ETERNA COM DEUS-II

II- A DIVINDADE É O NOSSO DESTINO

Talhadas para a comunhão com as pessoas divinas, as pessoas humanas podem emergir e crescer sempre como capacidade de amar.

Mas este crescimento só pode ser realizado por nós em relações de amor com os demais. O Espírito Santo está connosco mas nunca em nosso lugar.

A dignidade da pessoa humana começa no facto de não nascer determinada. Somos realmente semelhantes a Deus, pois só podemos emergir e estruturar-nos em contexto de comunhão amorosa.

A vida pessoal em comunhão familiar amorosa é a única realidade que existiu desde toda a eternidade.

Com efeito, no princípio, só existia Deus, emergência permanente de três pessoas de perfeição infinita em total convergência de comunhão amorosa.

A génese das galáxias ainda não tinha sido iniciada e já existia a comunhão familiar divina. Como Deus é amor, a génese do Universo foi iniciada pela força criadora do Amor.

Como sabemos, a plenitude da pessoa não está em si, mas na comunhão amorosa. Se a Divindade é comunhão amorosa de três pessoas, então Deus é vida em plenitude, pois a plenitude da vida amorosa não é a pessoa mas a comunhão.

Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

DIÁLOGO SOBRE A VIDA ETERNA COM DEUS-III

III-A GALÁXIA DAS PESSOAS EM COMUNHÃO

Uma vez assumidos e incorporados na festa da Vida Plena da Santíssima Trindade, passamos a fazer parte da galáxia personalizada do Reino de Deus.

Deus é a Vida Plena, pois é uma comunhão de amor infinitamente perfeito. Podemos dizer que a Vida Plena precedeu o Universo.

Ainda antes de acontecer a explosão gigantesca que pôs em marcha a génese do Universo já existia o Amor.

À imagem da Divindade, a Humanidade está a emergir e a constituir-se como comunhão de pessoas.

É verdade que as pessoas humanas não são iguais às divinas, mas são-lhe proporcionais. As pessoas humanas já podem entrar em reciprocidade amorosa com as pessoas divinas, pois têm uma coração capaz de comungar.

Esta possibilidade tornou-se realidade pelo mistério da Encarnação através do qual o divino se enxertou no humano.

Graças a este enxerto, as pessoas humanas são assumidas e plenificadas na comunhão com as divinas.

Com o aparecimento da vida pessoal-espiritual, a evolução criadora atingiu o limiar da eternidade.

Depois, ficou esperando por Cristo, a fim de atingir a divinização. Os seres humanos estão a emergir como pessoas em construção.

Crescer como pessoa significa crescer em densidade espiritual e capacidade de comungar amorosamente.

A vida pessoal, como sabemos, não é uma questão de quantidade. Não se mede ao quilo nem se avalia pelo volume. Não se mede ao metro nem se analisa pelo cálculo das superfícies.

Mas podemos conhecer a qualidade e a grandeza de uma pessoa, estando atentos ao seu jeito de amar.

Em Comunhão convosco
Calmeiro Matias

DIÁLOGO SOBRE A VIDA ETERNA COM DEUS-IV

IV-NO REINO DE DEUS AS PESSOAS SÃO EVIDENTES

A identidade espiritual de uma pessoa é o jeito de amar, o qual é a expressão da qualidade do coração dessa pessoa e da sua profundidade de amar.

No Reino de Deus seremos eternamente conhecidos e identificados, pelo nosso jeito de amar.
O jeito de amar de uma pessoa confere-nos o critério para conhecermos o modo como se realizou enquanto esteve em emergência na História.

É mediante o amor que a pessoa se encontra e encontra Deus e os irmãos, pois a pessoa possui-se a si, a Deus e aos irmãos na medida em que se dá.

Ao dar-se, a pessoa não se perde. Pelo contrário, encontra-se na reciprocidade da comunhão amorosa cujo coração é a comunhão da Santíssima Trindade.

Devido à densidade espiritual da vida pessoal os seres humanos já pertencem à cúpula da vida constituída em densidade definitiva.

Na verdade, não serve para a Vida Eterna quem se recusa a amar. O Espírito Santo vai-nos moldando e configurando com Cristo, pois ele é, como diz São Paulo, “O amor de Deus
foi derramado nos nossos corações (Rm 5, 5).

Obrigado Trindade Santa, por nos chamardes a tomar parte na plenitude da vossa comunhão familiar!

Comungar convosco, Deus Santo, é possuir a Vida Eterna!

Em Comunhão convosco
Calmeiro Matias

17 agosto, 2008

PEDINDO A DEUS O DOM DA SABEDORIA-I

I-A SABEDORIA QUE VEM DE DEUS

Trindade Santa,
Vós sois o único Deus Verdadeiro. Vós sois a nossa origem e a meta da nossa História!

Todo o Universo teve em Vós a sua origem. Nada existiu antes de Vós. Todas as coisas têm em Vós a sua origem, mas não vos confundis com nenhuma delas.

A Carta aos Efésios diz que Vós sois o princípio unificador de toda a Criação: “Há um só Corpo e um só Espírito. Existe apenas uma esperança à qual fostes chamados.

Há um só Senhor, uma só fé, um só baptismo, um só Deus Pai que é Pai de todos” (Ef 4, 4-6).

Filho Eterno de Deus,
Nós te damos graças pelo mistério da Encarnação pelo qual nós passamos a ser membros da Família Divina.

Ao falar da tua vinda, o evangelho de São João diz que te tornaste nosso irmão por amor e ainda assim foste rejeitado:

“Veio para o que era seu, e os seus não o receberam. Mas aos que o receberam deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus.

Estes não nasceram dos laços do sangue, nem de um impulso da carne, nem da vontade do homem, mas sim de Deus.

E o Verbo Encarnou e veio habitar entre nós. E nós vimos a sua glória, a glória que possui como Filho Unigénito do Pai, Cheio de Graça e de Verdade” (Jo 1, 12-14).

Em Comunhão convosco
Calmeiro Matias

PEDINDO A DEUS O DOM DA SABEDORIA-II

II-A SABEDORIA GERA SENSATEZ E BONDADE

Espírito Santo, és tu quem fecunda os nossos corações com os talentos, isto é, as possibilidades de que dispomos para levar por diante a tarefa da nossa humanização.

Optimiza as possibilidades que o Pai, pela mediação dos nossos irmãos, vai colocando no nosso coração e ajuda-nos a ser fieis a esses dons, a fim de atingirmos a comunhão do Reino com um coração fiel como o de Jesus.

Depois, com teu jeito maternal de amar, dinamiza e fortalece a nossa comunhão com o Pai e o Filho, introduzindo-nos na comunhão familiar de Deus.

Nós sabemos que és tu, Espírito Santo, quem fortalece e anima a imensa comunhão orgânica constituída pela Humanidade inteira.

Tu és também o vínculo maternal da comunhão orgânica que une a divindade com a Humanidade.

Por outras palavras, tu és o coração que dinamiza o mistério da Encarnação, essa interacção humano-divina que une de modo orgânico a interioridade humana de Jesus com a interioridade divina do Filho Eterno de Deus.

Pai Santo, dá-nos essa Sabedoria que está contigo desde o princípio da Criação.

Eis como o Livro da Sabedoria a menciona: “A intimidade da Sabedoria com Deus indica a nobreza da sua origem, pois o Senhor do Universo amou-a deste o princípio.

Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

PEDINDO A DEUS O DOM DA SABEDORIA-III

III-SABEDORIA E CONHECIMENTO DE DEUS

A Sabedoria está iniciada na ciência de Deus e foi ele quem inspirou as obras da Criação (…). Se há alguém que deseje uma vasta experiência, una-se à Sabedoria, pois ela conhece o passado e prevê o futuro.

A Sabedoria penetra as subtilezas da linguagem e tem a chave dos enigmas. Sabe interpretar os sinais e prodígios e antecipa o sentido das idades e dos tempos” (Sb 8, 3-8).

E depois acrescenta: “Deus de Bondade, dá-me a Sabedoria que se senta junto do teu trono, a fim de eu não ser excluído do número dos teu filhos (…).

Mesmo que alguém fosse perfeito entre os homens, nada seria sem a sabedoria que vem de ti” (Sb 9, 4-6).

Suscita-nos, Espírito Santo, homens sábios que possam transmitir-nos a Palavra de Deus ao jeito de Cristo, a fim de caminharmos de modo seguro para ti.

Envia-nos profetas que denunciem a hipocrisia dos poderosos e dos ricos que exploram e machucam os pobres sem pudor nem vergonha.

Devido ao materialismo que reina na vida dos senhores deste mundo desumanizado, a Humanidade está a perder os horizontes da sabedoria que vem da Palavra de Deus.

Há cada vez mais dificuldade em discernir o bem, devido à confusão do mundo em que vivemos.

Dá-nos, Espírito Santo, bons evangelizadores, a fim de aprendermos a separar com clareza o bem do mal e a ter um sentido claro do mistério de Deus e do Homem.

Ajuda os cristãos a serem testemunhas de Evangelho, pois vivemos num mundo sem esperança.

Precisamos de homens e mulheres apaixonados pelo trabalho da evangelização do mundo, a fim de os seres humanos conhecerem a verdade da salvação em Cristo.

Dá-nos homens corajosos que sejam no mundo uma luz capaz de nos ajudar a caminhar no sentido da justiça e da paz. Ámen!

Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

13 agosto, 2008

ERA CONHECIDO COMO JESUS DE NAZARÉ-I

I-TOMAVA DEUS E O HOMEM A SÉRIO

Por vezes as pessoas chamavam-lhe o profeta de Nazaré, pois era notório o modo como ele tomava Deus e o Homem a sério.

A sua grande paixão era fazer a vontade de Deus, libertando as pessoas das amarras do sofrimento e do pecado.

Eis algumas das suas afirmações que confirmam esta verdade: “O meu alimento é fazer a vontade daquele que me enviou e realizar a sua obra” (Jo 4, 34).

Na oração do Pai-Nosso, ensinou os discípulos a pedirem para que a vontade de Deus se realize de modo perfeito na Terra, tal como se realiza no Céu” (Mt 6, 10).

O Espírito Santo habitava nele com a plenitude dos seus dons, como diz o evangelho de São João:

“Aquele que Deus enviou transmite a Palavra de Deus, pois Deus não lhe deu o Espírito por medida” (Jo 3, 34).

Podemos dizer que Jesus era profeta em plenitude, pois tinha a plenitude do Espírito Santo. Na verdade, a revelação de Deus atingiu o limiar da plenitude com a sua mensagem.

Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

ERA CONHECIDO COMO JESUS DE NAZARÉ-II

II-A SUA PALAVRA TINHA A FORÇA DA PALAVRA DE DEUS

O profeta de Nazaré anunciava o plano salvador de Deus com uma compreensão e profundidade à qual não chegaram os demais profetas.

É por esta mesma razão que tinha uma autoridade plena para denunciar tudo o que se opõe ao plano salvador de Deus.

Jesus Tomava sempre a defesa dos que não eram capazes de se defender. As pessoas que tinham a sorte de o encontrar ficavam mais felizes, pois o seu jeito de se relacionar era libertador.

Como acontece com os profetas, Jesus nunca teve a pretensão de ser rico ou poderoso. Defendia a partilha dos bens como caminho para chegar à abundância.

Se tiverem a coragem de partilhar, sugeria ele com o seu jeito de falar e agir, os bens da terra chegarão para todos e ainda vai sobrar.

Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

ERA CONHECIDO COMO JESUS DE NAZARÉ-III

III-ERA SIMPLES E AMAVA SEM FINGIMENTO

As pessoas apercebiam-se de que o profeta de Nazaré amava sem fingimento. Um dia chamou-se a si mesmo um homem manso e humilde de coração. Mas não era fraco nem cobarde.

Preferia conviver e acompanhar com os pobres e a gente simples. Como tinha a plenitude do Espírito, nunca foi cobarde, e levou a sua missão até ao fim, apesar de se aperceber do perigo em que estava a incorrer.

Jamais defendeu a morte dos pecadores, apesar de sonhar com a com a destruição do pecado, essa dinâmica negativa que impede a humanização das pessoas.

Foi esta a razão pela qual inaugurou o baptismo no Espírito, pois ele sabia que só o Espírito Santo é capaz de renovar o coração das pessoas.

Costumava dizer que os seres humanos têm de nascer de novo pelo Espírito Santo, a fim de atingirem a densidade da vida nova (Jo 3,6).

Denunciava os que oprimiam em nome da política, do dinheiro ou da religião.

Em Comunhão convosco
Calmeiro Matias

ERA CONHECIDO COMO JESUS DE NAZARÉ-IV

IV-ATINGIU A DENSIDADE MÁXIMA DO AMOR

Passou a vida a fazer o bem. Eis a razão pela qual nunca deixou ninguém mais pobre ou com falta de sentidos para viver.

Nunca deixou ninguém mais pobre ou com falta de sentidos para viver. Não fazia alarde dos seus gestos de doação ou generosidade.

A sua mensagem e as atitudes que tomava punham em causa as forças opressoras que dominavam a sociedade do seu tempo.

Eis a razão pela qual os poderosos não queriam que ele vivesse. Apesar de passar a vida a fazer bem a toda a gente, eram muitos os que desejavam a sua morte.

Os que o odiavam mataram-no, pensando que, deste modo, faziam calar de uma vez por todas a sua voz profética.

Apesar de se aperceber disto, Jesus não desistiu da sua missão, pois vivia e agia como um profeta de modo total e incondicionalmente fiel.

No íntimo do seu coração, o Espírito Santo dizia-lhe que Deus toma partido pelos que gastam a vida pelas causas do amor.

Tinha a certeza de que Deus é fiel e de que a sua missão vinha dele. Eis a razão pela qual ele estava seguro de que Deus não o deixaria ficar no vazio da morte, apesar das intenções assassinas dos seus inimigos.

Como se deu totalmente, a sua vida passou a circular no mais íntimo do nosso coração. Com efeito, ao ressuscitar, a sua vida passou a ser um dom partilhado e difundido no coração das pessoas que se abrem à comunhão.

Na verdade, o Espírito Santo que o habitava em plenitude tornou-se o Sangue da Nova Aliança.
Jesus chamou-lhe a Água Viva a circular e jorrar vida em Plenitude.

Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

ERA CONHECIDO COMO JESUS DE NAZARÉ-V

V-ELE É A CABEÇA DA NOVA HUMANIDADE

Levou o amor até à sua profundidade máxima, isto é, dar a vida por aqueles a quem se ama, como ele mesmo ensinou (Jo 15, 13.

Tornou-se a cepa da videira cujos ramos são todos os seres humanos. À medida em que nos vai comunicando o Espírito Santo, o nosso coração é recriado e configurado com o seu coração.

Os que acolhem a sua Palavra começam a compreender e a entrar na Comunhão Universal da Família de Deus.

Os que o odiavam destruíram a sua morada terrestre, deixando-a vazia. Mas Deus restaurou a sua vida, fazendo dele o alicerce da Nova Humanidade.

Como pão que se reparte para alimentar os outros, partilhou os bens, a vida e a Palavra de Deus.

Só atacava o que desumaniza o homem e o impede de se realizar e ser feliz. Nunca confundia o pecado com o pecador.

Em relação ao pecador só pensava só pensava em libertá-lo, curando o seu coração das feridas do seu pecado.

A vitória sobre o pecado acontece no coração das pessoas pela acção do Espírito Santo que nos vai fazendo passar do egoísmo para o amor e a comunhão fraterna.

Ele é a garantia da nossa Vida Eterna. Ele é o Cordeiro de Deus quye tira o pecado do mundo!

Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias