09 agosto, 2007

Amor e Solidão

Deus Santo,
sem amor o coração humano está vazio,
acabando por ficar árido como um deserto ressequido.

No coração vazio não germina a alegria

que dá vigor à existência.
Com o coração vazio,
a pessoa não se pode estruturar

como ser de encontro e comunhão.

O coração é o núcleo profundo
a partir do qual emerge e se configura

a nossa interioridade espiritual.
É a raiz da qual brota a seiva que alimenta

as nossas relações de comunhão.

No coração vazio só habita a solidão,
isto é, o tormento de não poder comungar.
Sem amor no coração,
a pessoa não consegue possuir-se
nem atingir a sua plenitude.

Na verdade, a pessoa só se possui
na medida em que comunga com os outros.
Sem um coração animado pelo amor,
a pessoa não tem capacidade
para se encontrar com os outros de modo construtivo.

Sem amor no coração
o ser humano está afundado
num abismo insondável de silêncio.

Mesmo que grite não consegue fazer-se ouvir.

Com efeito,
só encontramos eco nas pessoas com as quais comungamos.
Sem amor, o coração da pessoa
é um espaço onde apenas habita a angústia e a solidão.

Quando o coração está vazio de amor a pessoa experimenta a morte!

Sem água, as plantas secam e os animais não podem viver.
Assim acontece à pessoa que não tem amor no coração.
O amor é uma dinâmica de bem-querer
que tem como origem a pessoa
e como meta a comunhão.

Com um coração vazio de amor,
a pessoa está privada da força necessária
para construir a vida.
Só o amor preenche o coração humano.
Amar é eleger o outro como alvo de bem-querer
e aceitá-lo como é, apesar de ser diferente de nós.

Amar é também agir
de modo a facilitar a realização e a felicidade dos outros.

Amar é encontrar-se plenamente,
pois a pessoa só se encontra e possui
na medida em que se dá.

É importante cultivar atitudes
e realizar pequenos gestos
que impeçam o coração de ficar vazio:
Dar ânimo às pessoas que nos rodeiam
e se encontram abatidas ou tristes.
Ver nos outros pessoas queridas de Deus,
membros da grande Família Divina
e amá-las, fazendo-lhes o bem que pudermos.
Não nos deixarmos dominar
pelo desejo de ter sempre mais
sem pensar nos outros.
Resistir à tentação de querer ser sempre o maior
e dominar os demais.
Não se deixar conduzir apenas
pelas coisas que são agradáveis,
mas saber renunciar ao prazer de um coisa
quando isso é importante para o nosso crescimento e maturidade.

Mostrar o meu amor e a minha solidariedade,
ajudando nos trabalhos lá de casa
como, por exemplo, lavar a loiça sem protestos nem mau humor.
Comer a comida,
mesmo no dia em que não fique muito ao meu gosto.

Pensar em pequenos gestos
que fortaleçam as relações de amor
com os membros da família.
Evitar atitudes que possam mostrar indiferença
em relação às pessoas com quem vivo,
tanto em casa como na escola ou no lugar de trabalho.

Espírito Santo,
ajuda-nos a estar atentos
aos pequenos gestos de atenção e amor,
a fim de não experimentarmos a dor de um coração vazio.

Amen


Com um Abraço Fraterno
Calmeiro Matias