23 outubro, 2008

A PRESENÇA DE MARIA NA IGREJA NASCENTE-III

III-MARIA E A IGREJA NASCENTE

Os Actos dos Apóstolo testemunham que Maria, após a Páscoa, se fazia acompanhar do seu núcleo familiar a que o Novo Testamento chama irmãos de Jesus (Act 1, 14).

O texto de João, utilizando um simbolismo muito bonito, diz que Maria, após a Páscoa, continua a sua missão maternal de mediação especial do Espírito Santo no interior do resto fiel.

O Novo Testamento, de modo especial o Livro dos Actos dos Apóstolos e os escritos de São Paulo vêem neste resto fiel o embrião do Novo povo de Deus.

Como sabemos, a dinâmica do amor maternal é básica para o desenvolvimento de qualquer embrião.

A teologia do resto fiel vem associada à ideia de um castigo que deixará o povo de Deus reduzido a um pequeno resto.

Esse dia será trágico, pois os pecadores vão ser aniquilados. Só escapará o resto fiel o qual se apoiará sobre uma Nova aliança assente, não na letra das tábuas de pedra dadas a Moisés no Monte Sinai, mas no dom do Espírito Santo.

O dia do Senhor está próximo, dizia o profeta Ezequiel. Aproxima-se o tempo: o Senhor vai derramar a sua cólera. Nesse dia o ouro e a prata não poderão salvar (Ez 7, 5-19).

Os justos vão ser assinalados, a fim de escaparem à ira do Senhor, formando assim o resto fiel.
Todos serão exterminados, excepto os assinalados na fronte, os quais constituem o pequeno resto que Deus vai poupar. (Ez 14, 22).

Deus vai conceder um coração e um espírito novos aos que restarem fiéis. Estes serão reconduzidos para Jerusalém onde encontrarão a felicidade, a paz e a prosperidade (Ez 11, 17-19).

Os poderosos vão ser humilhados. Os simples e pobres vão ser exaltados. As coisas vão mudar, pois o humilde será exaltado e o que está no alto será humilhado (Ez 21, 30-31).

São Lucas via em Maria um membro eminente deste resto fiel. É por esta razão que ele põe na boca de Maria o hino do Magnificat composto com estas palavras do profeta Ezequiel (Lc 1, 46-56).

O Novo Testamento vê a Igreja nascente como o pequeno resto, o pequeno rebanho à frente do qual o Senhor vai colocar um pastor que sairá da casa de David, como disse o profeta Ezequiel (Ez 34, 11-25).

O evangelho de São Lucas põe na boca do anjo da anunciação uma síntese destas palavras de Ezequiel:

“Ele será grande e será chamado filho do Altíssimo, pois vai herdar o trono de seu pai David.
Ele vai reinar para sempre sobre a casa de Jacob e o seu reinado não terá fim” (Lc 1, 32-33).

Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

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