22 novembro, 2006

O CONHECIMENTO DE DEUS




Deus Santo,

Hoje queria louvar-vos pela maneira bonita como vos destes a conhecer à Humanidade.


Vós não sois uma espécie de tabuada que devamos memorizar para depois repetir.

Na Bíblia, vós dissestes a Moisés que estais sempre a ser sem jamais vos repetirdes.

Eis a razão pela qual sois um Deus que nunca envelhece!


Recordo as palavras que dissetes a Moiés no alto da montanha quando lhe falastes a partir da sarça ardente:

"EU SOU AQUELE QUE SOU" (Ex 3, 14).


Moisés tirou a conclusão que vós sois um "EU SOU", isto é um Deus que está sempre a ser.

Isto quer dizer que vós sois um Deus se só existe no presente.


Na verdade, vós sois uma emergência permanente de três pessoas de perfeição infinita em total convergência de comunhão amorosa.

Nunca fostes um Deus no passado!


Por serdes um Deus de perfeição infinita, não vos revelastes de uma só vez.

Na verdade, o Homem não podia entender-vos de uma só vez.

Por isso o mistério da Santíssima Trindade só foi revelado na plenitude da Revelação.


Primeiro revelastes a vossa natureza de Deus único, dizendo aos profetas que, além de Vós, não há mais nenhum Deus.


Depois de vos terdes revelado como único Deus, já havia condições para o Homem entender o passo seguinte.


Foi então que Jesus nos ensinou que existe um só Deus, mas que este Deus não é um um sujeito sozinho, pois sois a plenitude da vida e, como Jesus nos disse, a vida só é vida plena em comunidade.

Pela Fé nós sabemos que a Divindade é três pessoas em relações de amor.


Com Jesus nós ficámos a compreender que vós não sois um Deus solidão, mas uma comunhão familiar de três pessoas.

Trindade Santa,
Como fomos criados à vossa imagem e semelhança, também nós estamos talhados para a comunhão.

Eis a razão pela qual a solidão nos asfixia!


Agora compreendemos o que a Bíblia quer dizer quando afirma que Deus é Amor (1 Jo 4, 7).

Também já compreendemos que, por serdes pessoas em relações, o conhecimento de Deus não é uma questão teórica.


Para vos conhecermos temos de nos relacionarmos convosco, Deus Santo, e com os irmãos.

Sucede o mesmo para acontecer conhecimento profundo entre as pessoas humanas.

Basta ver, por exemplo, como o conhecimento dos esposos não resulta de uma mera actividade mental, mas sim de uma cadeia de relações sérias de amor e comunhão.

A Primeira Carta de São João diz que o conhecimento de Deus só pode acontecer através do amor a Deuse aos irmãos.

Eis as suas palavras:
"Caríssimos, amemo-nos uns aos outros, pois o amor vem de Deus.
Quem não ama não pode conhecer a Deus, pois Deus é amor" (1 Jo 4,7).

O conhecimento de Deus, afinal, é sobretudo uma actividade do coração!


Em comunhão Convosco
Calmeiro Matias
















16 novembro, 2006

Era uma vez uma jovem do tamanho do seu SIM


Bom Deus,
as pessoas vulgares que encontramos na vida
não nos deixam saudades.

Mas há outras,
aquelas cuja lembrança ainda nos faz sorrir ou chorar…
Há pessoas que passam nas nossas vidas
cujos olhos parecem reflectir o Teu olhar,
cujos gestos transparecem a Tua ternura,
cujas palavras transportam a Tua paz…

Há pessoas assim, Bom Deus,
que se abrem a Ti de tal maneira
que nos abrem a Ti através delas…

Era uma vez uma jovem assim…
Chamava-se Maria,
como tantas outras lá da aldeia onde morava.
Mas esta tinha um brilho especial,
daqueles que vem de dentro.

Era uma vez uma jovem que fez da vida um enorme SIM,
e do coração um permanente
FAÇA-SE EM MIM SEGUNDO A TUA VONTADE!

Esta jovem, como tantas Marias de Nazaré, era casada.
Como tantas Marias de Nazaré, deu à luz.
Mas tudo era especial
no dia-a-dia da jovem alegre de Nazaré…

Não fazia coisas diferentes,
mas fazia tudo de um jeito diferente…
Nada do que fazia era extraordinário na vida da aldeia.
Mas era extraordinária a alegria e a simplicidade irradiantes
com que fazia todas as coisas, até as mais pequenas.

Ia à fonte buscar água,
passava manhãs inteiras no tanque da aldeia
a lavar cueiros do filhote
e roupas suadas do marido carpinteiro,
cozinhava em pequenas panelas de ferro e potes de barro…
Não era mais rica nem mais pobre
que as outras Marias de Nazaré.
Mas era mais feliz…

Tu eras o centro do seu coração,
e ela era a menina dos Teus olhos.
Foi para Jesus transparência da Tua ternura,
mediação do teu Amor,
voz da Tua Palavra.

Ao seu colo e ao seu lado,
Jesus cresceu em sabedoria,
em estatura e em graça,
porque ela própria era uma mulher grande.

Quem a via,
não via mais que a simples e alegre Mariazinha de Nazaré.

Mas nós sabemos que ela era também
a mulher de coração forte,
porque ser-Te fiel sem condições
não está ao alcance dos fracos.

Era também a mulher com coragem inquebrável,
porque entregar-Te nas mãos a iniciativa da vida
só é possível a quem está disposto a arriscar sem garantias.

Era também a mulher de fé inabalável,
porque confiar que Tu continuas a ser fiel
mesmo quando a vida nos esbofeteia sem avisar
e nos faz sofrer injustamente
é um privilégio dos profetas.

Era uma vez uma jovem simples de Nazaré
que era uma mulher grande.

Somos do tamanho das nossas opções.

E Maria é do tamanho do seu SIM,
um SIM do tamanho do mundo,
que ainda hoje continua a ecoar
no coração dos que cantam a Boa Nova da Salvação:
já estamos salvos,
já somos filhos amados de Deus Pai,
já a nossa vida é assumida em Deus
e tornada plenitude nele.

Porque um Menino um dia nasceu…

E esse Menino era o Menino de Maria!
.
Tenho a certeza que este dia vai ser BOM!
Rui Santiago

07 novembro, 2006

O SEGREDO DO MENINO DE MARIA


Trindade Santa,
Obrigado pela maneira maravilhosa como conduzistes os acontecimentos até ao nascimento do Menino de Maria.

A notícia espalhou-se rapidamente entre as pessoas de Nazaré, pois o Menino de Maria levava em si um segredo que transparecia no seu olhar, mas que ninguém era capaz de adivinhar.

O Menino de Maria era uma criança traquina como todas as crianças!
Chorava, tinha fome de felicidade e ia alimentando sonhos e esperanças.

À medida em que crescia,
Este Menino mostrava uma grande capacidade de amar, como acontece com os meninos que são bem amados.

As pessoas comentavam entre si que o Menino de Maria era uma criança encantadora.
Mas ninguém podia suspeitar que aquele Menino era o Salvador da Humanhidade.

Na verdade, ninguém suspeitava que um dia, o Menino de Maria havia de chamar Pai ao próprio Deus.

As pessoas que o tomavam ao colo não podiam imaginar que, no sorriso daquela criança, se estava a manifestar a ternura de Deus em grandeza humana.

Na verdade, jamais alguém podia suspeitar que, no coração desta criança, o divino se tinha enxertado no humano, a fim de a Humanidade ser divinizada, isto é, organicamente assumida na vossa Família Trindade Divina.

Com o nascimento desta criança, a Humanidade deu um salto qualitativo:
De não divina, passou a estar divinizada, podendo chamar "Abba", Papá, a Deus Pai, e irmão ao próprio Filho de Deus.

O segredo oculto no coração do Menino de Maria consiste em que o melhor da Divindade está unido de modo orgânico e dinâmico com o Melhor da Humanidade.
Foi no coração deste Menino que começou a germinar a Nova Humanidade (2 Cor 5, 17-19).

O Menino de Maria crescia como outra criança qualquer.
Chamava Pai a um homem e mãe a uma mulher.

No interior deste Menino esta a robustecer-se a Árvore da Vida cujo fruto, o Espírito Santo, ficaria ao alcance da Humanidade.

Graças ao Menino de Maria,
A salvação ficou ao alcance de todos nós.

Jesus Cristo,
A tua Mãe é realmente bendita entre as mulheres!
ela é digna de ser louvada por todas as gerações, pois pelo Menino que nasceu dela, veio a salvação para toda a Humanidade.

Glória a ti, Maria,
Pois a tua maternidade foi a grande mediação do amor salvador de Deus!

Com uma saudação muito amiga
Calmeiro Matias

02 novembro, 2006

REALIZAÇÃO PESSOAL E FRACASSOS


Deus Santo,
Hoje gostava de falar-vos das hesitações e medos que, por vezes, surgem e nos bloqueiam, impedindo-nos de tomar iniciativas e correr riscos.

Na verdade, para um cristão os medos não têm muito sentido, pois sabemos que o Espírito Santo está connosco dia e noite.
No entanto, as nossas atitudes nem sempre coincidem com os conteúdos da nossaFé.

Nós sabemos que a realização pessoal implica fazer projectos, procurando atingir metas e objectivos.
Mas por vezes temos medo!

Ajuda-nos, Espírito Santo, a entender que numa história de sucesso há sempre fracassos pelo meio.
Mas nunca pode acontecer uma história de sucesso sem que uma pessoa tenha a coragem de programar, decidir e corrrer riscos.

Perante os fracassos, a pessoa com boa maturidade sabe que existem novas ocasiões para recomeçar.

Na verdade, a grandeza da pessoa não consiste em não falhar, mas em saber seguir em frente depois de um fracasso.

A pessoa que não tem a coragem de aceitar as possibilidades do fracasso não é capaz de sonhar novas aventuras e fazer projectos com a possibilidade de poderem acontecer fracassos.

Ajuda-nos, Espírito Santo, a recordar frequentemente este princípio fundamental:
"Depois de um fracasso, novas oportunidades se lavantam".

Ajuda-nos também, Espírito Santo, a recordar com frequência a verdade fundamental da vossa presença constante no nosso coração.

Estais connosco, e disponível para nós, vinte e quatro horas por dia. Além disso, a vossa ajuda é totalmente gratuita. Obrigado Espírito Santo!

Nós sabemos que tu não nos substituis. Mas se tivermos a simplicidade de te falar dos nossos planos e se dermos espaço para agires em nós, a nossa vida será imensamente mais fecunda em realizações válidas para nós e para a Humanidade.

São Paulo estava muito consciente deste facto quando escreveu que tu és, Espírito Santo, o amor de Deus derramado nos nossos corações (Rm 5,5).

Ajuda-nos, a fim de compreendermos que o caminho do malogro é recusar-se a recomeçar depois de um fracasso.

Também é muito importante não cairmos na tentação da fuga, culpando os outros dos nossos fracassos, armando-nos em vítimas.

As pessoas persistentes acabam sempre por descobrir as decisões e os passos certos para atingirem a meta do sucesso.

Espírito Santo,
Ajuda-nos a entender que a pessoa faz-se, fazendo. Realiza-se, realizando.
É assim que emerge o Homem livre, pois a liberdade é a capacidade de se relacionar amorosamente com os outros e interagir criativamente com as coisas e os acontecimentos.
Amen!

Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias