III-EQUILÍBRIO AFECTIVO E FELICIDADE
Quanto mais equilibrada for a afectividade de uma pessoa mais capacitada ela estará para se relacionar positivamente e decidir pelo seu bem e o bem dos outros.
O nosso corpo é um ser de necessidades: fome, sede, necessidade de conforto, de repouso, de movimento, de sono, de vigília, de higiene e outras.
Como sabemos, muitos dos nossos comportamentos estão associados às nossas necessidades corporais: comer, vestir, higiene, sexualidade e outras.
As pessoas afectivamente mais carentes tendem a responder de modo desequilibrado a estas necessidades fundamentais.
Por vezes observamos comportamentos desajustados, os quais têm muitas vezes a ver com o facto de as pessoas não terem recebido ternura quando eram crianças.
Estas carências tendem a manifestar-se em exageros na busca de prazeres, de satisfações, em atitudes intolerantes ou agressivas, ou então em exigências inadequadas.
O equilíbrio afectivo de uma pessoa ganhará muito se esta pessoa souber lidar de modo adequado com a sua condição de ser sexuado.
A nível afectivo, a pessoa não pode prescindir da sua condição de homem ou mulher. É importante assumirmos este facto e vivê-lo de modo consciente e natural.
É este o caminho para nos podermos realizar e ser felizes. As pessoas que passam a vida a reprimir a sua afectividade têm muitos mais problemas e tornam-se agressivas pelo facto de estarem descompensadas.
Ao criar-nos, Deus imprimiu em nós as Suas impressões digitais. É por esta razão que nós somos seres talhados para as relações e a comunhão amorosa.
Seja qual for a vocação de uma pessoa, a questão afectiva não pode ser reprimida ou negada.
Podemos dizer que uma pessoa afectivamente equilibrada é uma pessoa basicamente feliz.
Nenhuma pessoa é capaz de gostar de si antes de alguém ter gostado dela. Na verdade, a ternura dos outros para connosco leva-nos a gostar de nós e, portanto, a sermos capazes de gostar dos demais.
Somos seres talhados para as relações. A condição sexual de uma pessoa confere às suas relações o carácter da diferença. Esta diferença não significa ser melhor ou pior.
A nossa afectividade é um manancial enorme de possibilidades criativas no campo das relações, das artes, das letras, de compromissos sociais, da fé, e sobretudo do amor.
A nossa realização afectiva será tanto mais perfeita quanto mais conduzir ao dom de si pelos outros.
Uma pessoa humana será tanto mais fecunda e feliz quanto mais conseguir uma vida afectiva equilibrada.
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