07 maio, 2008

O MISTÉRIO DA AFECTIVIDADE HUMANA-I

I-TALHADOS PARA O ENCONTRO

Podemos dizer que a pessoa humana é um ser parecido com Deus. Na verdade, a Humanidade é constituída por pessoas e a Divindade também.

Ainda antes de ter início a génese do Universo, já existiam três pessoas em relações de comunhão amorosa.

Deus tem um coração comunitário. Ao criar-nos imprimiu este seu jeito de comungar no nosso coração.

Eis a razão pela qual nós somos seres famintos de amor. Isto quer dizer que a nível afectivo os seres humanos não são ilhas.

Como seres vivos, os seres humanos interagem com o mundo que nos rodeia: climas, plantas, animais, e no caso especial das pessoas humanas com a família e a sociedade em que vivem.

A criança tem uma fome enorme de ternura. É a ternura que a compensa face às muitas dificuldades que tem de enfrentar.

Hoje sabe-se que os seres humanos que em criança não recebera, afectos e ternura suficiente ficam com bloqueios que condicionam a sua realização.

De facto, ninguém é capaz de amar antes de ter sido amado. E o mal amado ama mal, isto é, com bloqueios, perturbações e muitos altos e baixos.

A sensibilidade das pessoas é como que o rosto das vivências afectivas que nos foram marcando, desde o seio materno.

As pessoas cuja história é constituída por mais estímulos negativos que positivos sentem-se muitas vezes tristes e vazias sem conhecerem as razões de tal insatisfação.

As coisas parecem-lhes cinzentas. Pelo contrário, as pessoas cuja história é sobretudo marcada por estímulos afectivamente positivos estão interiormente muito mais capacitadas para se sentirem felizes e facilitarem a realização das outras pessoas.

Como vemos, a afectividade varia de uma pessoa para outra. Também aqui começámos por ser o que os outros fizeram de nós. É dos outros que recebemos os talentos.

Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

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