IV-CRISTO É HOMEM CONNOSCO E DEUS COM O PAI
Devido à sua condição divina, o Filho é igual ao Pai. Mas devido à sua condição de homem, o Pai é maior do que o Filho:
“Ouvistes o que eu vos disse: “Eu vou mas voltarei para vós”. Se me tivésseis amor, devíeis alegrar-vos por eu ir para o Pai, pois o Pai é mais do que eu” (Jo 14, 28).
O evangelho de São João diz que os judeus, ao notarem que Jesus se fazia igual a Deus, ficaram furiosos e decidiram matá-lo:
“Devido ao facto de Jesus realizar estes prodígios em dia de sábado, os judeus começaram a perseguí-lo.
Em resposta, Jesus disse-lhes: “O meu Pai continua a realizar obras até agora, e eu também continuo!”
Perante tais afirmações, mais cresceu neles o desejo de o matarem, pois não só anulava o sábado, como chamava a Deus seu Pai, fazendo-se, deste modo, igual a Deus” (Jo 5, 16-18).
Podemos dizer que a compreensão de Cristo como Filho Eterno de Deus não foi o ponto de partida, mas sim o ponto de chegada da caminhada da revelação.
Com efeito, compreender o mistério de Cristo com este alcance supõe um salto de qualidade enorme, muito além do que os judeus podiam esperar do Messias.
Na verdade, reconhecer que Cristo é o Filho eterno de Deus implica afirmar que Deus não é apenas o Yahvé do Antigo testamento, mas sim uma comunidade familiar:
“Não acreditais que eu estou no Pai e que o Pai está em mim? As palavras que eu vos digo não são ditas por minha própria iniciativa.
O Pai que habita em mim é que faz as obras. Acreditai que eu estou no Pai e o Pai está em mim.
Pelo menos acreditai por causa das minhas obras” (Jo 14, 10-11).
A fidelidade incondicional de Jesus à missão que Deus lhe confiou é, pois, a fonte da Salvação para a Humanidade.
Eis a razão pela qual ele procurava fazer as coisas tal como o Pai lhe mandou: “Pois eu não falei por mim mesmo, mas o Pai, que me enviou, é que me comunicou o que devo dizer.
E eu sei que o seu mandamento traz consigo a vida Eterna. Eis a razão pela qual eu digo exactamente o que o Pai me disse para dizer” (12, 49-50).
Por fazer um com o Pai, o Filho é igualmente fonte de vida: “Assim como o Pai tem vida por si mesmo, também o Filho tem vida em si mesmo” (Jo 5, 26).
Jesus diz isto de modo mais explícito quando afirma: “Eu sou a Ressurreição e a Vida. Quem crê em mim, mesmo que tenho morrido, viverá.
Todo aquele que vive e crê em mim não morrerá para sempre” (Jo 11, 25-26).
18 maio, 2008
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