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Eis o retrato de uma pessoa que, ao longo da sua vida, foi dizendo não ao amor de modo continuado, sistemático e incondicional:
Nada, no seu íntimo, está estruturado de modo harmonioso e sólido. Nada em si é autêntico ou genuíno. Tudo o que comunica está desfocado.
Nada é firme e sólido. Nada do que fez valeu a pena ter sido feito. Nada de verdadeiramente belo aconteceu naquela existência.
Não há uma capacidade de amar solidamente edificada no seu coração. Podemos perguntar-nos se realmente valeu a pena ter vivido?
Podemos dizer que o amor é, realmente, a única razão que vale para viver e morrer. A pessoa humana situa-se na cúpula da Criação, pois está a emergir como realidade espiritual.
Por ser uma realidade espiritual, a pessoa, ao dar-se, não se perde. Pelo contrário, encontra-se e possui-se mais plenamente.
Como sabemos, o crescimento da vida espiritual não é uma questão de quantidade. Não se mede ao quilo, nem se avalia pelo volume. Não se mede ao metro, nem se analisa pelo método das superfícies.
Na verdade, o ser humano só se pode valorizar pela qualidade das suas relações.
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Calmeiro Matias
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