IV-A PAZ DE CORAÇÃO COMO TAREFA
O Novo Testamento insiste em que a paz brota no nosso coração na medida em que acolhemos e sintonizamos com o Espírito Santo que habitas em nós.
Jesus sentia necessidade de se retirar para lugares silenciosos, a fim de saborear a paz que vem do Espírito Santo.
É esta a razão pela qual ele convida os discípulos a cultivarem a paz em sítios calmos:
“Retiremo-nos para um lugar deserto e fiquemos ali por algum tempo” (Mc 6, 31).
Podemos dizer que quinze ou vinte minutos de silêncio e meditação diária são essenciais para realizarmos a “higiene” da mente e do coração.
Este exercício vai-nos introduzindo gradual e progressivamente na comunhão com Deus. Nesses momentos podemos fazer a experiência da comunhão com toda a Criação, como diz São Paulo:
“Tudo vos pertence: a vida, a morte, as coisas presentes e as futuras. Tudo é vosso, mas vós sois de Cristo e Cristo é de Deus” (1Cor 3, 21-23).
Quando sentirmos o nervosismo a progredir em nós, saibamos pôr um travão, a fim de não perturbarmos em nós a dinâmica da vida.
As pessoas que se deixam vencer pelo frenesim do mundo acelerado em que vivemos, desgastam-se e não conseguem ajudar os outros.
Está comprovado que a pressa excessiva e o activismo não trazem vantagens para ninguém.
Se nos treinarmos para acolher diariamente este dom maravilhoso que é a presença de Deus em nós, viveremos a Paz que São Paulo diz ser um dos frutos da acção de Deus em nós (Gal 2, 33).
Deus está em mim e por mim e para mim. A alegria que brota da paz interior está ao meu alcance.
Com efeito, se esvaziar a mente e o coração o dinamismo libertador de Deus invade-me e enche-me da sabedoria necessária para acolher o dom da paz:
“Felizes os servos que o Senhor, ao chegar, encontrar vigilantes” (Lc.12,37). Se meditarmos a Palavra e acolhermos o Espírito Santo, a nossa mente ganha um novo impulso.
Deste modo se tornarão claras para nós as seguintes palavras de São Paulo: “O Reino de Deus é justiça, paz e alegria no Espírito Santo” (Rm 14, 17).
O evangelho de São Lucas vai nesta mesma linha quando escreve: “A vinda do Reino de Deus não é observável no nosso exterior.
Não se poderá dizer: ei-lo aqui, ou ei-lo acolá, pois o Reino de Deus está dentro de vós” (Lc 17, 20-21).
Em Comunhão ConvoscoCalmeiro Matias
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