III-A SABEDORIA DA HUMANIZAÇÃO
Não há humanização sem capacidade de diálogo e comunhão com os outros.
As pessoas demasiado enredadas em si só conseguem escutar-se a si e, por isso, não são capazes de sintonizar e comungar com os outros.
O homem humanizado reconhece os próprios erros e sabe que só o amor cura as feridas que o pecado abriu no seu coração e no coração dos irmãos.
O homem de coração humanizado não está sempre a culpar os outros das suas culpas, insatisfações e fracassos.
A pessoa que se empenha na tarefa da humanização não está sempre a julgar os outros e muito menos a culpá-los pelos nossos fracassos.
A pessoa que está sempre a criticar em geral anda a fugir de si e, muitas vezes, a projectar os próprios defeitos na pessoa dos irmãos.
À medida em que se humaniza, a pessoa procura ser amável e serena nas relações com os irmãos.
Procedendo assim está a preparar-se para receber a bênção prometida aos mansos, os quais, disse Jesus, possuirão a terra (Mt 5, 5).
A pessoa humanizada sabe que a amabilidade é a grande arma para desmontar as setas da agressividade com que os outros pretendem destruí-nos.
Ter a gentileza de dar a primazia ao outro é uma atitude que gera comunhão. A pessoa humanizada tem a sabedoria para discernir sobre os momentos oportunos para falar e as melhores ocasiões para saber calar e escutar.
É um excelente sinal de maturidade saber evitar discussões inúteis que só servem para exaltar os ânimos.
Este procedimento não ajuda o processo da humanização das pessoas. É um excelente sinal de sabedoria e humanização saber reconhecer quando o outro tem razão.
Devemos ter sempre presente que, ao romper com o amor estamos a romper com Deus, pois Deus é amor.
É verdade que, ao romper com Deus, não estamos a impedir que ele continue a amar-nos. De facto, o amor de Deus por nós é incondicional.
No entanto, não nos devemos esquecer de que apesar de não conseguirmos impedir que Deus nos ame, podemos impedir a comunhão ele.
De facto, a comunhão assenta na reciprocidade amorosa e não num amor unidireccional.
Por outras palavras, o amor pode ter uma só direcção, mas a comunhão só pode acontecer na reciprocidade amorosa. Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias
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