04 junho, 2008

FALANDO COM DEUS SOBRE A HUMANIZAÇÃO-IV

IV- HUMANIZAÇÃO E COMUNHÃO AMOROSA

O processo da humanização só pode acontecer na medida que a pessoa faça do amor a rocha firme para edificar a sua casa.

A humanização não acontece quando a pessoa falseia a realidade do amor, pretendendo, por exemplo, amar a Deus, mas ignorar o amor aos irmãos.

A bíblia une sempre o amor a Deus com o amor aos irmãos.

A pessoa que está em processo de humanização Treina-se na arte de facilitar a realização dos outros, procurando aceitá-los por eles serem o que são e não por fazerem o que ela gostaria que eles fizessem.

A pessoa humanizada procura comunicar sempre numa linha de verdade e autenticidade. No trato com os irmãos não está sempre a olhar apenas para os seus interesses pessoais.

A pessoa humanizada não descuida a arte da partilha, ajudando os irmãos a ser mais felizes, não apenas com o seu ter, mas também com o seu ser e o seu saber.

A pessoa humanizada considera os outros como um dom de Deus. Com efeito, os demais são mediações que Deus nos concede para nos realizarmos como pessoas livres, conscientes, responsáveis e capazes de comunhão amorosa.

A pessoa humanizada tem consciência de que a sua realização e felicidade, depende do modo como vive as relações com os outros.

Graças à sabedoria que nos vem da Palavra de Deus, nós sabemos que a nossa plenitude nem sequer pode acontecer sem os outros.

Na verdade, é com os outros que nós faremos parte da Família de Deus, a qual não assenta nos laços do sangue mas sim no vínculo maternal do Espírito Santo.

Lembremo-nos de que não somos bons em tudo. Na verdade, há coisas em que os outros são muito melhores do que nós.

A pessoa humanizada não tem nunca a pretensão de ser a medida dos outros. Além disso, sente-se agradecida quando sente que os outros estão a ser atentos e respeitadores da sua originalidade e diferença.

A pessoa que tenta controlar e manipular os outros nunca conseguirá ser um ser profundamente humanizado.

Na verdade está a impedir que a Humanidade possa emergir com a sua novidade e diferença no outro.

Na verdade a marcha da humanização assenta no princípio fundamental de que cada pessoa é única, original e irrepetível.

As pessoas que põem o amor e a fraternidade em primeiro plano são uma mediação privilegiada de humanização para nós.

A pessoa que aceita o outro, apesar dos seus defeitos, está a dar passos largos na tarefa da sua humanização.

A pessoa humanizada entende os ensinamentos de Jesus segundo os quais a pessoa tem de lutar contra as forças negativas do pecado, o grande obstáculo ao processo da humanização.

À medida em que se humaniza, a pessoa deixa de alimentar ressentimentos ou planos de vingança em relação aos outros.

A pessoa humanizada não dá coisas para amarrar os outros.

Espírito Santo,
Tu és a ternura maternal de Deus a actuar no nosso coração. És tu quem nos incorpora na Família de Deus, como filhos em relação ao Pai e irmãos em relação ao Filho de Deus (Rm 8. 14-17).

São Paulo diz que tu és o amor de Deus derramado nos nossos corações (Rm 5,5). Ajuda-nos a caminhar de modo seguro nesta arte delicada da nossa humanização, condição essencial para sermos divinizados com Cristo.

Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

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