Deus Gostou da sua obra, pois era uma imagem perfeita de Deus. Deus viu que o Barro com coração é a mãe que cuida dos seus filhos com uma ternura e cuidados admiráveis.
É também o pai que faz planos, esforços e horas extraordinárias para que a sua família tenha o pão de cada dia.
Barro com coração é o casal que acolheu uma criança em situação de risco. É também aquele homem que, por ser honesto e fiel à sua consciência foi perseguido e despedido do emprego.
Barro com coração são os homens e as mulheres que vão gastando a vida pela defesa e libertação dos que não têm voz nem sabem defender-se.
Barro com coração são os jovens que tomam o amor a sério, não traindo os amigos e procuram ser fieis ao projectos ou alianças amorosas.
Barro com coração são os rapazes e raparigas, homens ou mulheres que deixam sempre mais ricas as pessoas que se cruzam consigo na vida.
Isto supõe uma atenção especial à presença dinâmica do Espírito Santo no nosso coração, pois é ele o hálito da vida que nos vai moldando à imagem e semelhança de Deus.
É agora, portanto, a nossa grande oportunidade. Ou nos realizamos colaborando com o Espírito Santo ou nos malogramos.
É agora que o Espírito Santo nos convida a amassar o barro, configurando a nossa identidade definitiva, isto é, o nosso jeito definitivo de nos relacionar e comungar com os outros.
No Reino de Deus, todos dançaremos o ritmo do amor, mas cada qual com o jeito que adquirir agora. É hoje o tempo de treinar.
Na medida em que o barro se vai amassando, estrutura-se de modo progressivo a nossa interioridade pessoal-espiritual que é única, original e irrepetível.
A nossa interioridade pessoal é um núcleo de energias espirituais que crescem em densidade espiritual e capacidade de interacção amorosa.
Ninguém pode ser substituído nesta tarefa. Comungaremos para sempre na Festa da vida eterna com a identidade que imprimirmos agora ao barro que temos a missão de amassar.
O ser humano é, pois uma obra-prima feita de barro em cuja interioridade está a emergir outra obra-prima feita de espírito e com capacidade de amar.
As nossas decisões, opções, escolhas e realizações são o cinzel com que modelamos este barro precioso.
A configuração que atingirmos mediante a tarefa da nossa realização na história constitui a nossa identidade definitiva.
Não nos podemos esquecer que apenas conseguiremos modelar e o barro, isto é, humanizarmo-nos, em comunhão com Deus e os outros.
Calmeiro Matias
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