I-A EMERGÊNCIA DO HOMEM ESPIRITUAL
O evangelho de São João diz que a humanização do Homem supõe um segundo nascimento (cf. Jo 3, 3-6).
Podíamos comparar o Universo a um ovo gigante fecundado, isto é, cheio de possibilidades que podem realizar-se ou não.
O ovo de galinha fecundado, se for estrelado nunca dará pintainho. Mas se for metido na chocadeira com os seus trinta e seis graus de temperatura dá pintainho no curo espaço de vinte e um dias.
Assim acontece com a quantidade infinita de possíveis que habitam este ovo gigante que é o Universo.
O Universo está cheio de possibilidades de vida pessoal-espiritual no seu interior. Deus que é pessoas em comunhão imprimiu na génese criadora do Universo as suas impressões digitais.
É esta a razão pela qual a vida pessoal-espiritual surgiu na plenitude da génese histórica do Universo.
A vida pessoal-espiritual, na sua essência, é um feixe de energias espirituais constituídas em identidade pessoal livre, consciente, responsável, única, original e capaz de comunhão amorosa.
O Livro do Génesis sublinha que Deus criou o Homem à sua imagem e semelhança (cf. Gn 1, 26-27).
Isto não é dito sobre nenhum outro animal. Com esta afirmação, o Livro do Génesis revela-nos a realidade profunda do Homem.
Mas além disso, dizer que o Homem foi criado à imagem de Deus é também um ensinamento que nos revela a realidade de Deus.
A Humanidade está a acontecer como emergência histórica de pessoas cuja plenitude só pode acontecer na comunhão universal.
Por outras palavras, a Humanidade está a emergir de modo único, original e irrepetível no concreto de cada pessoa.
Na verdade, cada pessoa humana está a edificar-se sobre o alicerce da sua unicidade, mas interiormente talhado para a reciprocidade amorosa.
Isto quer dizer que a plenitude da pessoa não está em si, mas na comunhão amorosa. É por esta razão que a realidade divina não é constituída por três deuses, mas por três pessoas em comunhão amorosa.
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