18 junho, 2008

O AMOR COMO ORIGEM E META DA CRIAÇÃO-II

II-OPÇÕES QUE CAPACITAM PARA AMAR

Para se realizar como pessoa, o ser humano tem de optar pelo amor, pois apesar de termos sido possibilitados e condicionados pelos outros, não estamos determinados.

O amor e a liberdade caminham juntos, pois a liberdade é a capacidade de se relacionar amorosamente com os outros e de interagir criativamente com as coisas e os acontecimentos.

Pelo facto de a pessoa humana estar a emergir como pessoa livre, consciente, responsável e capaz de amar, a pessoa vai-se aperfeiçoando na sua capacidade de amar.

É por esta razão que a pessoa só poderá crescer na sua capacidade de amar elegendo os outros como alvos de amor.

Esta eleição implica uma série de atitudes fundamentais para edificar o amor. Eis, a título de exemplo, algumas atitudes importantes para a realização pessoal e a comunhão com os irmãos:

Em primeiro lugar diríamos que o amor implica a eleição do outro como alvo de bem-querer.
Também implica pedir perdão quando magoamos e perdoar quando somos magoados.

O amor interpela a pessoa no sentido de estar presente nas horas difíceis, sobretudo quando o outro é incompreendido e humilhado.

Amar é dar a mão ao mais fraco, pois o amor é o grande arquitecto da fraternidade. O amor é o alicerce da cooperação e não edifica sobre a competição desleal.

Amar é ajudar o outro a gostar de si, valorizando as suas realizações e empenhamentos, mesmo quando não correspondem aos nossos interesses.

Amar acolher e aceitar o outro, ajudando-o a superar a solidão e a suportar os fardos pesados com que, por vezes, a vida nos carrega.

Amar é agir de modo a facilitar o amadurecimento do outro, dando-lhe oportunidades para que se realize com pessoa livre, consciente e responsável.

O amor nunca substitui. Amar é ajudar sem se sobrepor. Amar é ajudar o outro a descobrir sentidos para viver de modo empenhado e feliz.

Amar é saber calar quando se está magoado, esperando o dia seguinte para dialogar serenamente.

Amar é acreditar nas palavras e na rectidão de intenção do outro. Amar é não pretender que a minha opinião é a única válida, procurando caminhar para a convergência através do diálogo leal e verdadeiro.

Amar é reparar nas qualidades do outro e não girar obsessivamente ao redor dos seus defeitos.
Amar é pôr a disponibilidade em primeiro lugar, sabendo a escuta e o acolhimento é mais importante do que os presentes.

Amar é aceitar as diferenças. As pessoas que pretendem fazer dos outros meras cópias de si estão a agir contra o amor.

Amar é ajudar o outro a descobrir as suas qualidades pessoais, a fim de ele se sentir válido e motivado para dar o melhor de si.

Ama mais e melhor quem toma a iniciativa da reconciliação. Amar é alegrar-se com o sucesso do outro, ajudando-o a emergir como pessoa única original e irrepetível.

Amar é não exigir demasiada disponibilidade do outro para connosco e estar a tento para ver se o outro está precisando de mim.

Amar é agir de modo a impedir que o outro fique mais pobre e infeliz por se ter cruzado connosco na vida.

Amar é deixar que o outro realize o melhor das suas possibilidades, mesmo que isso implique seguir rumos de que não gostamos muito.

Jesus levou o amor até à sua expressão máxima: “Dar a vida pelo amigo”. O amor é a única rocha firme sobre a qual podemos edificar de modo seguro a nossa casa.

Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

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