06 junho, 2008

A MORTE À LUZ DA FÉ CRISTÃ-III


III-A PESSOA E A COMUNHÃO UNIVERSAL

Por ser espiritual, a nossa interioridade pessoal não cai sob a alçada da morte, pois transcende a curva natural da vida: nascer, crescer, envelhecer e morrer.

O nosso ser exterior ou individual acaba no cemitério. Entra nos circuitos físico-químicos da natureza, como a casca do ovo depois de o pintainho nascer.

A nossa interioridade pessoal-espiritual, pelo contrário, está talhada para a plenitude da comunhão universal.

A morte é a porta para a plenitude da vida eterna, dom que nos ´«e concedido por Cristo ressuscitado.

Mas, com sabemos, não há ressurreição sem morte. Não há ressurreição gloriosa com Cristo se não houver morte progressiva ao egoísmo.

Felizes são os que sabem aproveitar a vida presente para construir a vida eterna, isto é, a vida pessoal-espiritual.

Como vimos acima, a razão da nossa vida na história não é apenas prolongar a vida mortal, mas construir a vida eterna.

De facto, apenas o nosso ser interior, por ser pessoal e espiritual, tem densidade para ser assumido na plenitude da vida eterna.

Vista a esta luz, a morte é condição para atingirmos a nossa glorificação com Cristo Ressuscitado.
Graças ao mistério da Encarnação, a salvação já está ao nosso alcance!

O Filho de Deus fez-se nosso irmão, a fim de sermos membros da família divina (Jo 12-14).
Mediante o parto derradeiro da morte, nascemos para a vida em plenitude. Nascemos definitiva e plenamente para Deus.

Em Comunhão convosco
Calmeiro Matias

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