O homem exterior nasce da carne. O interior, pelo contrário, tem de nascer pelo Espírito, diz o evangelho de São João (Jo 3, 3-6).
Sem deixarmos de ser filhos dos pais humanos, vamo-nos tornando de modo gradual e progressivo mais filhos de Deus.
Isto quer dizer que a paternidade humana e a divina não são concorrentes, pois não se passam ao mesmo nível.
Com efeito, a paternidade humana passa-se ao nível bio-psíquico, cultural e genealógico.
A paternidade divina, pelo contrário, passa-se ao nível espiritual.
Eis as palavras de Jesus no evangelho de São João: O que nasce da carne é carne e o que nasce do Espírito é espírito” (Jo 3, 6).
Como imagem de Deus, a pessoa humana está chamada a fazer parte da família divina. Eis as palavras de São Paulo:
“De facto, todos os que se deixam conduzir pelo Espírito de Deus são filhos de Deus. Vós não recebestes um espírito de escravidão para cairdes no temor.
Pelo contrário, recebestes um Espírito que faz de vós filhos adoptivos. É este Espírito que vos faz clamar ‘Abba’, papá, o qual testemunha no nosso interior que realmente somos filhos de Deus.
Ora se somos filhos somos também herdeiros: herdeiros de Deus Pai e co-herdeiros com o Filho de Deus” (Rm 8, 14-16).
Deus criou o homem tendo como protótipo o próprio Jesus Cristo, diz a Carta aos Romanos:
“Porque aqueles que Deus conheceu previamente também os predestinou para serem uma imagem idêntica à do seu Filho, a fim de ele ser o primogénito de muitos irmãos” (Rm 8, 29).
Pela Encarnação foi-nos dado o poder de nos tornarmos filhos de Deus, diz o evangelho de São João (Jo 1, 12-14).
Calmeiro Matias
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