A vida natural não pode subsistir sem água. Do mesmo modo a pessoa humana, privada de amor, não pode emergir no melhor das suas possibilidades, acabando por definhar e morrer.
Na verdade, o amor não é uma questão secundária, pois é o fundamento de toda a realidade.
Ao pensarmos que Deus é amor, estamos a entrar no coração da essência divina (1 Jo 4, 7-8; 16).
Dizer que Deus é amor, significa que Deus é relações familiares de perfeição infinita.
Talhado para a comunhão com Deus, o ser humano pode emergir e crescer sempre como capacidade de amar.
Humanizar-se é, entre outras coisas, estruturar-se como pessoa capaz de amar. A dignidade humana começa no facto de a pessoa não nascer determinada.
Temos de ser nós a realizarmo-nos, ninguém nos pode substituir na tarefa da nossa humanização.
De facto, somos semelhantes a Deus. Na medida em que se realizam em contextos de comunhão amorosa, as pessoas humanas são realmente parecidas com as divinas.
A vida pessoal em comunhão precedeu todas as realidades criadas. Com efeito, no princípio só existia Deus, três pessoas em perfeita comunhão familiar.
Ainda não tinha sido iniciada a génese das galáxias, e já existia a Divindade como comunidade amorosa.
O amor confere às relações interpessoais uma força criadora. Na verdade, só em relações de amor a pessoa humana se pode estruturar de modo equilibrado e feliz.
Como Deus é amor, a génese do universo foi iniciada pela força criadora do Amor. Se a Divindade é comunhão de pessoas, então Deus é vida em plenitude, pois a plenitude da pessoa não está em si, mas na comunhão amorosa.
Calmeiro Matias
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