01 fevereiro, 2009

A PALAVRA DE DEUS COMO FONTE DE VERDADE-II

II-VERDADE E FIDELIDADE DE DEUS

A base da nossa confiança em Deus é o facto de ele ser fiel e verdadeiro. É certo que a inteligência orientada pelas ciências e pela filosofia é capaz de atingir aspectos importantes da verdade.

No entanto, a ciência sem a sabedoria não atinge a raiz mais profunda da verdade. Com efeito, a ciência, sem a sabedoria, sofre de uma profunda ambiguidade: tanto pode servir para o bem como para o mal.

Bem sabemos como a ciência já serviu para destruir muitos milhões de seres humanos. Este procedimento brota do mistério da iniquidade, conjunto de forças negativas que se opõe ao amor.

A sabedoria ajuda-nos a discernir os apelos do Homem Novo e a nascer e compreender a subtileza do homem velho que incessantemente pretende conduzir-nos para a mentira.

Segundo a Bíblia, é no coração que a verdade lança as suas raízes mais profundas. É no nosso coração e na nossa mente que emerge a sabedoria do alto, a qual nos capacita para agirmos em conformidade com a vontade de Deus.

Graças à revelação, os seres humanos podem saborear o sentido da vida e o lugar do Homem no plano de Deus.

Na primeira Carta aos Coríntios, São Paulo diz que os senhores do mundo, por se fecharem à Palavra de Deus, não puderam saborear a verdade do mistério de Deus e do Homem:

“Nós ensinamos a sabedoria, mistério oculto que Deus, antes dos séculos, predestinou para nossa felicidade.

Nenhum dos senhores deste mundo a conheceu, pois se a tivessem conhecido não teriam crucificado o Senhor da glória.

Mas como está escrito, o que os olhos não viram, os ouvidos não ouviram e o coração humano não pressentiu, Deus o preparou para aqueles que o amam.

A nós porém, Deus o revelou por meio do Espírito Santo, pois o Espírito tudo penetra, mesmo as profundidades de Deus” (1 Cor 2, 7-10).

Segundo o evangelho de São João, Pilatos interrogou Jesus sobre a verdade, apesar de a ter mesmo em frente dos seus olhos.

O Homem Novo só pode nascer no interior das pessoas que têm um coração preparado para acolher a verdade que vem da Palavra e do Espírito Santo.

De tal modo a verdade de Jesus coincidia com a verdade de Deus Pai, que Jesus se identificou totalmente com a sua vontade:

“Jesus respondeu-lhe: há tanto tempo que estou convosco e não me conheceis, Filipe? Quem me vê, vê o Pai!” (Jo 14, 5-9).

Numa outra passagem do evangelho de São João, Jesus diz: “Eu e o Pai somos um” (Jo 10, 30).
O coração dos Apóstolos só ficou plenamente preparado para acolher a verdade da revelação com o dom pascal do Espírito Santo.

Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

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