II-O AMOR FOI PRIMEIRO
Isto quer dizer que o amor e a vida espiritual precederam o Universo. Ainda antes de acontecer a explosão primordial que deu início à génese do Universo, já existia o Amor.
Por ter sido criado à imagem e semelhança de Deus, a Humanidade está a emergir e a concretizar-se em pessoas, as quais são uma realidade proporcional à própria Divindade.
Com o aparecimento da vida pessoal-espiritual, a evolução criadora atingiu o limiar da eternidade.
Depois, ficou esperando por Cristo, a fim de atingir a plenitude da divinização. Crescer como pessoa significa crescer em densidade espiritual e capacidade de comungar amorosamente.
A vida pessoal não é uma questão de quantidade. Não se mede ao quilo nem se avalia pelo volume.
Não se mede ao metro nem se analisa pelo cálculo das superfícies. Apenas podemos conhecer a qualidade e a grandeza da vida pessoal, analisando o seu jeito de amar.
Na verdade é o jeito de amar que revela a qualidade do coração e a densidade da sua humanização.
O jeito de amar de uma pessoa constitui a essência da sua identidade. No Reino de Deus seremos eternamente conhecidos e identificados, pelo modo de dançar o ritmo do amor.
O amor é o critério para conhecermos no céu a história da realização de uma pessoa. É mediante o amor que a pessoa Possui Deus e os outros, pois possuímo-nos a nós, a Deus e aos outros na medida em que nos damos.
Ao dar-se, a pessoa não se perde. Pelo contrário, encontra a sua plenitude. Devido à qualidade espiritual da sua vida, as pessoas humanas já pertencem à cúpula da Vida Constituída em densidade definitiva.
A humanização, portanto, implica um processo de espiritualização. Com o acontecimento de Cristo, a Humanidade foi divinizada e inserida na Família de Deus.
Ao criar-nos, Deus talhou-nos para amar. Eis a razão pela qual a nos, a solidão nos asfixia. De tal modo o amor está no centro da vida pessoal que os seres humanos que se recusam a amar não servem para a vida eterna.
Com o seu modo maternal de amar, o Espírito Santo vai-nos moldando e configurando com Cristo.
Ele é, como diz São Paulo o amor de Deus derramado nos nossos corações (Rm 5, 5).
Calmeiro Matias
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