10 abril, 2008

A PESSOA E A COMUNHÃO UNIVERSAL-II

II-É NA HISTÓRIA QUE EDIFICAMOS O ETERNO

Para emergir como ser livre, consciente, responsável e capaz de comunhão a pessoa tem de cultivar a fraternidade.

É verdade que ninguém nos pode humanizar. Mas a pessoa também não se pode realizar sem os demais, pois a pessoa está talhada para o encontro e a comunhão.

Eis a razão pela qual a pessoa, à medida em que emerge converge para a comunhão universal, fora da qual não pode encontrar a sua plenitude.

Com o acontecimento da morte, o nosso ser pessoal-espiritual nasce para a plenitude.Fica em coordenadas de universalidade e equidistância, tornando-se presente a tudo e a todos:

Pessoas Divinas, pessoas humanas e todos os outros seres pessoais que existam ou tenham existido no Universo.

Seremos eternamente segundo decidirmos nascer agora. Na Comunhão Universal do Reino de Deus dançaremos o ritmo do amor com o jeito que tivermos treinado na História.

O Céu, portanto, não é um lugar, mas sim a intimidade de Deus e a comunhão com os irmãos.
É este o coração do mistério da pessoa a emergir para a plenitude do Reino de Deus.

A meta para a qual a pessoa humana se está a caminhar é, pois, a divinização mediante a sua incorporação na Família de Deus.

Trata-se de uma comunhão orgânica como Jesus diz no evangelho de São João:“Quem come a minha carne e bebe o meu sangue fica a morar em mim e eu nele. Assim como o Pai que me enviou vive e eu vivo pelo Pai, do mesmo modo quem me comer viverá por mim” (Jo 6, 56-57).

A Carne e o sangue de Cristo ressuscitado é o Espírito Santo, acrescenta Jesus:“Isto escandaliza-vos? E se virdes o Filho do Homem subir para onde estava antes?

A carne não presta para nada. As palavras que vos disse são Espírito e Vida” (Jo 6, 62-63).
O Pai e o Filho, em Deus, fazem um no Espírito Santo (Jo 10, 30).

Do mesmo modo, a pessoa de Jesus, o Filho de Maria e o Filho Eterno de Deus fazem um no Espírito Santo.

Podemos dizer que o alicerce da nossa divinização é sólido e inabalável, pois o homem Jesus nunca mais deixará de ser divino.

Ele é a condição para o dinamismo divinizante do Espírito Santo se difundir organicamente por toda a Humanidade, incorporando-a na família da Santíssima Trindade (Rm 8, 14-16).

Deste modo, o Filho Unigénito de Deus se torna o primogénito de muitos irmãos (Rm 8, 29).
O Evangelho de João exprime esta verdade, dizendo que Jesus é a cepa da videira da qual nós somos os ramos (Jo 15, 1-8).

Por outras palavras, em Cristo ressuscitado acontece a assunção e incorporação da Humanidade no mistério da Santíssima Trindade.

Como estamos a ver, sem comunhão universal não existe plenitude pessoal. Este sonho de Deus é para toda a Humanidade e não apenas para os homens e mulheres que vieram depois de Cristo.

Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

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