24 abril, 2008

JESUS E A NOVIDADE DO REINO DE DEUS-V

V-AS PESSOAS NA PLENITUDE DO REINO

O Reino de Deus é constituído apenas por pessoas que se encontram capacitadas para a amorosa.
Podemos dizer que o Reino de Deus, portanto, é a esfera da Comunhão e da novidade permanente.

Na Festa da Vida Eterna os seres humanos dançam o ritmo do amor, mas cada qual com o jeito com que treinou durante a sua génese pessoal na História.

Por outras palavras, os ressuscitados mantêm a identidade que adquiriram na História.
Somos pessoas em construção. A nossa identidade espiritual é precisamente o jeito de nos relacionarmos amorosamente que vamos edificando na história.

O Reino de Deus é a esfera do amor, essa dinâmica de bem-querer que tem como origem a pessoa e como meta a comunhão.

A universalização do Reino de Deus aconteceu precisamente com o acontecimento da morte e ressurreição de Jesus.

Na verdade, Jesus Cristo venceu a morte no próprio acto de morrer. Enquanto, sobre a cruz, ia morrendo o que no homem é mortal, o imortal, ia sendo glorificado e directamente incorporado na comunhão da Santíssima Trindade.

Deste modo, ao morrer o último elemento daquilo que em Jesus é mortal, o imortal, isto é, a sua interioridade espiritual, estava plenamente ressuscitada.

Como vemos, Cristo não esteve um só minuto sob o domínio da morte, como convinha ao Senhor da Vida!

Foi assim que Cristo, ao morrer, destruiu a nossa morte e ao ressuscitar restaurou e conduziu a nossa vida à plenitude.

Foi este o modo como o Espírito Santo realizou em Cristo a vitória sobre a morte, não apenas para si, mas também para todos nós.

Foi assim que aconteceu a plenitude dos tempos, isto é, a fase da recriação e da divinização da Humanidade.

Se não tivesse havido pecado, a salvação em Cristo consistiria apenas na dinâmica da divinização humana.

Por outras palavras, sem o pecado não teria sido necessário a recriar o Homem Novo. Neste caso teria bastado conduzir a Humanidade à sua plenitude pela assunção na comunhão da Santíssima Trindade.

Eis as palavras de São Paulo sobre a plenitude à qual Deus nos conduziu em Cristo: “Foi assim que Deus nos escolheu em Cristo, antes da fundação do mundo, a fim de sermos santos e irrepreensíveis no amor, caminhando na sua presença.

Predestinou-nos para sermos adoptados como seus filhos por meio de Jesus Cristo de acordo com a sua vontade, a fim de ser louvado e glorificado pela graça que derramou sobre nós (…).

Foi este o modo como Deus nos manifestou o mistério da sua vontade e o plano amoroso que estabelecera, a fim de conduzir os tempos à sua plenitude, reunindo sob o domínio de Cristo tudo o que existe no Céu e na Terra.” (Ef 1, 4-10).

Em Comunhão convosco
Calmeiro Matias

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