08 abril, 2008

CONHECER DEUS PARA MELHOR O AMAR-III

III-VÓS SOIS UMA DINÂMICA AMOROSA

Falando a Moisés a partir da sarça ardente, Vós dissestes-lhe: “EU SOU AQUELE QUE SOU” (Ex 3, 14).

Partindo do modo como vos nomeastes, Moisés deduziu que Deus é um “EU SOU”, isto é, alguém que está sempre a ser.

Se Deus está sempre a ser, isto quer dizer que apenas existe no presente, fazendo caminhada com o Povo.

Isto quer dizer que o Deus das Escrituras nunca foi um Deus do passado. À luz da Fé Cristã, a Divindade é uma emergência sempre actual de três pessoas infinitamente perfeitas em total
convergência de comunhão amorosa.

Depois de ele se ter revelado como o único, Deus já tinha condições para provocar um novo salto de qualidade no processo da revelação:

Há um só Deus, mas isto não quer dizer que ele seja um sujeito sozinho e encerrado num mundo de solidão.

Jesus Cristo revelou-nos o rosto de um Deus Relações cuja essência é uma Comunhão Familiar.
Podemos dizer que Deus é a Fonte da Vida e também a Vida em Plenitude.

Como realização máxima, a vida em plenitude só pode ser vida pessoal e em comunhão amorosa.
Para falar da vida comunitária da Divindade, a Bíblia diz que Deus é amor (1 Jo 4, 7;).

A primeira Carta de São João, diz que os seres humanos
apenas podem conhecer Deus se decidirem viver em dinâmica de amor:

“Caríssimos, amemo-nos uns aos outros, pois o amor vem de Deus. Aquele que ama nasceu de Deus e chega ao conhecimento de Deus.

Aquele que não ama não chegou a conhecer Deus, pois Deus é Amor” (1 Jo 4, 7-8). Depois especifica esta verdade dizendo:

“Deus é Amor. Quem permanece no amor permanece em Deus e Deus nele” (1 Jo 4, 16).
Para a bíblia, o conhecimento de Deus não é uma questão teórica.

Por outras palavras, o Deus da bíblia não uma espécie de equação matemática que possamos enunciar de cor e em fórmulas.

Pelo contrário, Deus é vida em plenitude, isto é, pessoas em total comunhão amorosa. Podemos dizer que o conhecimento de Deus é mais uma questão do coração do que da mente. Por isso Jesus fez este ensinamento aos discípulos:

“Bem-aventurados os puros de coração, porque verão a Deus” (Mt 5, 8). No Reino de Deus as pessoas vêem-se e conhecem-se através do coração, pois a sua identidade é o seu jeito de amar e comungar.
Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

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