09 maio, 2009

A VIDA COM LETRA GRANDE-I

I-A ORIGINALIDADE HUMANA

Nascemos talhados para o encontro e a comunhão. Eis a razão pela qual a plenitude da pessoa não está em si, mas na comunhão com os outros.

O ser humano está a realizar-se em duas dimensões: a exterior ou eu individual e a interior que é o eu pessoal-espiritual.

A nossa interioridade espiritual emerge no íntimo do ser individual como o pintainho dentro do ovo.

Virá um dia em que a casca do ovo vai rebentar e o pintainho nasce para a comunhão universal.

A morte é este rebentamento da casca do ovo, condição para que o pintainho possa atingir a sua plenitude na Comunhão Universal do Reino de Deus.

Nesta comunhão cada pessoa é um ponto de encontro que nos ajuda a entrar em comunhão com a Humanidade e a Divindade.

É como uma “hiperligação” através do qual podemos conectar com Deus e o Homem. A maneira correcta de abrir esta “hiperligação” é abeirarmo-nos dele com respeito pela dignidade da
pessoa humana e venerando nele a sua condição de filho amado de Deus.

O drama está quando o “hiperligação” se enrosca sobre si mesmo. Neste caso, deixa de ser uma mediação para, através dele, encontrarmos Deus e o Homem.

Nascemos para renascer. Na verdade, o ser humano emerge como pessoa capaz de encontro e comunhão.

À medida que emerge, a pessoa converge para a comunhão universal do Reino de deus. A nossa interioridade pessoal emerge chamada à comunhão e com a densidade da vida eterna.

Na verdade, a plenitude humana não acontece nas pessoas isoladas, mas na comunhão orgânica da Humanidade.

Eis a razão pela qual só existe uma Humanidade, apesar de serem biliões as pessoas que a constituem.

Do mesmo modo, Deus é apenas um, apesar de ser uma comunhão de três pessoas. Reduzida a si e separada da dinâmica da comunhão, a pessoa está estado de perdição.

Isto quer dizer que apenas em contexto de relações as pessoas se possuem e encontram a sua plena identidade.

Reduzida a si e privada da comunhão, a pessoa fica em estado de inferno.

Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

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