Nascemos talhados para o encontro e a comunhão. Eis a razão pela qual a plenitude da pessoa não está em si, mas na comunhão com os outros.
O ser humano está a realizar-se em duas dimensões: a exterior ou eu individual e a interior que é o eu pessoal-espiritual.
A nossa interioridade espiritual emerge no íntimo do ser individual como o pintainho dentro do ovo.
Virá um dia em que a casca do ovo vai rebentar e o pintainho nasce para a comunhão universal.
A morte é este rebentamento da casca do ovo, condição para que o pintainho possa atingir a sua plenitude na Comunhão Universal do Reino de Deus.
Nesta comunhão cada pessoa é um ponto de encontro que nos ajuda a entrar em comunhão com a Humanidade e a Divindade.
É como uma “hiperligação” através do qual podemos conectar com Deus e o Homem. A maneira correcta de abrir esta “hiperligação” é abeirarmo-nos dele com respeito pela dignidade da
pessoa humana e venerando nele a sua condição de filho amado de Deus.
O drama está quando o “hiperligação” se enrosca sobre si mesmo. Neste caso, deixa de ser uma mediação para, através dele, encontrarmos Deus e o Homem.
Nascemos para renascer. Na verdade, o ser humano emerge como pessoa capaz de encontro e comunhão.
À medida que emerge, a pessoa converge para a comunhão universal do Reino de deus. A nossa interioridade pessoal emerge chamada à comunhão e com a densidade da vida eterna.
Na verdade, a plenitude humana não acontece nas pessoas isoladas, mas na comunhão orgânica da Humanidade.
Eis a razão pela qual só existe uma Humanidade, apesar de serem biliões as pessoas que a constituem.
Do mesmo modo, Deus é apenas um, apesar de ser uma comunhão de três pessoas. Reduzida a si e separada da dinâmica da comunhão, a pessoa está estado de perdição.
Isto quer dizer que apenas em contexto de relações as pessoas se possuem e encontram a sua plena identidade.
Reduzida a si e privada da comunhão, a pessoa fica em estado de inferno.
Calmeiro Matias
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