Pelo facto de as pessoas estarem em coordenadas de universalidade, as suas aspirações têm realização imediata.
Por outras palavras, no Reino de Deus, as aspirações de encontro, diálogo e comunhão de uma pessoa tornam-se realizam-se na medida em que surgem.
Não devemos esquecer que, no Reino de Deus, a pessoa está assumida e incorporada na comunhão universal dos santos cujo coração é a comunhão da Santíssima Trindade.
Na plenitude da vida a pessoa está realmente presente a tudo e a todos. Não por se deslocar a velocidades superiores à da luz, mas porque os desejos do seu coração têm emergência e realização simultâneas.
Tudo isto acontece dentro da organicidade e dinamismo da comunhão universal. Uma pessoa que se tenha excluído da comunhão universal não se encontra nem encontra ninguém, pois está fora das coordenadas da comunhão universal.
Demos um exemplo: imaginemos a comunhão universal do Reino de Deus constituída por biliões e biliões de pessoas.
Uma pessoa que deseja encontrar-se em interacção dialogante e amorosa com outra pessoa não precisa de perder tempo à sua procura, no meio de uma multidão incontável.
Isto quer dizer, como vimos acima, que as aspirações de uma pessoa se realizam na medida em que emergem no seu coração.
Enquanto está em realização na História, o ser humano habita nas coordenadas do espaço e do tempo.
Deus, pelo contrário, transcende o espaço e o tempo. Por outras palavras, Deus está presente ao universo mediante uma relação de criação amorosa.
Não como um prolongamento necessário, mas como a realização de um projecto que brotou do diálogo amoroso das pessoas divinas.
Calmeiro Matias
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