A nossa humanização é uma tarefa gradual e progressiva que ninguém pode realizar por nós.
Somo seres inacabados a todos os níveis. Estamos em construção, mesmo na dimensão espiritual.
Na verdade, a nossa dimensão espiritual não é uma alma estática e acabada como pensava Platão e os pensadores antigos.
A nível espiritual, a pessoa humana é um ser em processo de espiritualização. Dos outros recebemos os talentos ou possibilidades de realização.
Tudo nos é dado ainda antes de podermos decidir. Isto quer dizer que começamos por ser aquilo que os outros fizeram de nós.
Não escolhemos a raça, a língua, a família, a cultura ou nacionalidade. Apesar de não termos escolhido estes dados, são eles que formam o feixe dos talentos de que dispomos para nos realizarmos.
Os talentos de cada pessoa não se repetem. É por esta razão que a pessoa se constrói como ser único, original e irrepetível.
A força que faz emergir e robustece o nosso ser espiritual provém das relações de amor.
Podemos dizer que as relações marcadas pelo amor são a força geradora da emergência espiritual da pessoa humana.
Através de relações recebemos os possíveis dos outros. É também mediante as relações que os realizamos e nos estruturamos como pessoas.
Por outras palavras, o que recebemos dos outros é a matéria-prima de que dispomos para levarmos a efeito a nossa realização histórica.
Calmeiro Matias
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