Os valores são inscritos na consciência humana como propostas ideais de acção. É mediante o processo educativo que os valores vão sendo comunicados à pessoa, de modo a formar a sua consciência.
A pessoa não nasce consciente. Isto quer dizer que não nasce habitada pelos valores. À medida que os valores vão sendo comunicados à criança, esta começa a sentir o apelo dos valores na sua consciência.
Isto não pode acontecer sem um contexto de relações com um mínimo de qualidade humanizante.
Quando a criança começa a habitar-se, isto é, a ser consciente, já está habitada por aqueles que lhe foram comunicando os valores.
Mas a pessoa humana não é apenas uma fotocopiadora, isto é, não se limita a receber os dados e a mantê-los como coisas estáticas.
É verdade que os primeiros conteúdos da consciência são o que a pessoa recebeu dos outros. Mas os dados recebidos são tijolos para construir o edifício da pessoa a emergir e a estruturar-se na história.
Podemos dizer que os valores são apelos ideais que convidam a pessoa a estruturar-se de acordo com eles.
Por se situarem ao nível do ideal, os valores nunca deixam de ser uma interpelação a ir mais longe, pois o real humano nunca atinge de modo pleno a meta do ideal.
Por outras palavras, existe uma distância entre o ideal proposto pelos valores e o real da pessoa em construção.
Calmeiro Matias
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