11 agosto, 2008

O TEMPO VISTO À LUZ DA ETERNIDADE-V

V-O TEMPO E A LIBERDADE

É em génese temporal que emerge e se fortalece em cada um de nós a pessoa livre, consciente e responsável.

A liberdade é a capacidade de a pessoa se relacionar amorosamente com os outros e interagir de modo criativo com os acontecimentos e as coisas.

É certo que a pessoa não nasce livre, mas sim com a possibilidade de chegar a ser livre. A possibilidade de sermos livres é o nosso livre arbítrio, isto é, a capacidade de optarmos pelo bem ou pelo mal.

A liberdade emerge como fruto da das opções na linha do amor. De facto, ninguém pode ser livre sem exercitar o seu livre arbítrio.

No entanto, temos de saber que não basta uma pessoa exercitar o livre arbítrio para se tornar livre.

Por outras palavras, a liberdade é um processo de libertação, realizado a partir do livre arbítrio.

Ao contrário das pessoas humanas, as pessoas divinas são infinitamente livres. Eis a razão pela qual não têm livre arbítrio ou seja a possibilidade de se tornarem livre.

De facto as pessoas divinas não têm a possibilidade de optarem pelo mal. O amor é uma dinâmica de bem-querer que tem como origem a pessoa e como meta a comunhão universal do Reino de Deus.

Deus é amor pleno e total diz a Bíblia (1 Jo 4, 7-8). Eis a razão pela qual é o próprio Deus que assume as nossas realizações de amor na comunhão familiar de Deus (Rm 8, 14-17).

Esta dinâmica leva a pessoa a eleger o outro como alvo de bem-querer, aceitá-lo assim como é e agir de modo a facilitar a sua realização e felicidade.

Por ser o resultado de um processo de libertação que se concretiza em opções de amor, a liberdade é a capacidade de as pessoas se relacionarem amorosamente e interagirem de modo criativo umas com as outras.

Dizer que a liberdade é um processo de libertação significa que se vai tornando realidade o que em nós começa por ser apenas uma possibilidade.

À medida que a pessoa se realiza, emerge de forma única, original e irrepetível. Isto quer dizer que, na Comunhão Universal da Família de Deus ninguém está a mais, pois ninguém é a cópia de outra pessoa.
Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

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