Quando mais a missão messiânica de Cristo se desvinculava da ideia do Reino de David, mais a segunda vinda de Cristo é visto como um acontecimento salvador.
Para a Carta aos Hebreus a razão decisiva da segunda vinda de Cristo é conduzir os eleitos para a salvação.
O Senhor vai vir para salvar, não para condenar: “Está determinado que os homens morram uma só vez. A seguir, vem o juízo.
Assim também Cristo se ofereceu uma só vez pelo perdão dos pecados de muitos. Aparecerá uma segunda vez àqueles que o esperam, não por causa do pecado, mas para lhes dar a salvação” (Heb 9, 27-28).
Uma vez que o pecado foi perdoado em Jesus ressuscitado, já não há necessidade de oferecer ritos e sacrifícios pelo perdão do pecado:
“Onde há remissão dos pecados já não há necessidade de oferenda pelos pecados” (Heb 10, 18).
Depois acrescenta: “Os sacrifícios, as ofertas e os holocaustos pelo pecado não te agradaram” (...).
Disse em seguida: “Eis que venho para fazer a Tua vontade”. Aboliu assim o primeiro culto para estabelecer o segundo” (Heb 10, 8-9).
O pecado que conduz à destruição final é a recusa em viver segundo a dinâmica comunitária da fraternidade e comunhão para a qual o Espírito santo nos conduz.
O evangelho de São João vê a segunda vinda de Cristo exclusivamente para salvação da Humanidade.
O juízo e a condenação estão a acontecer agora no coração das pessoas pela acção do Espírito Santo.
Após a Sua glorificação, Jesus torna-se a fonte da vida e da ressurreição: “O Pai tem a vida em si mesmo. Do mesmo modo concedeu ao Filho ter a vida em si mesmo.
E deu-lhe o poder de julgar por ser o Filho do Homem (...). Vai chegar a hora em que todos os que estão nos túmulos ouvirão a Sua voz.
Os que tiverem praticado boas obras ressuscitarão para a vida. Os que tiverem praticado o mal ressuscitarão para a condenação.
Eu nada faço por mim mesmo. Conforme oiço é que julgo, e o meu juízo é justo porque não busco a minha vontade, mas a daquele que me enviou” (Jo 5, 26-30).
O juízo realizado é o reconhecimento da verdade e da fidelidade de Deus. Este reconhecimento é realizado em nós pelo Espírito Santo:
“Convém-vos que eu vá. Se eu não for, o Consolador (Paráclito) não virá a vós. Se eu for, enviar-vo-lo-ei. Quando ele vier, convencerá o mundo do pecado, da justiça e do juízo” (Jo 16, 7).
Calmeiro Matias
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