III-A MORADA DE DEUS COM OS ELETOS
O lugar não o elemento decisivo (Jo 4, 21). É em Espírito e verdade que Deus que ser adorado pelos seus adoradores (Jo 4, 23-24).
O novo culto supõe um novo templo. Segundo a teologia joanina, o novo templo é Cristo ressuscitado.
Eis as palavras de Jesus no evangelho de São João: “Jesus respondeu: destruí este santuário e eu reedificá-lo-ei em três dias (...).
Jesus falava do santuário do Seu Corpo. Por isso, quando ressuscitou dos mortos, os discípulos recordaram-se do que ele tinha dito e acreditaram na Escritura e na palavra que Jesus dissera” (Jo 2, 19-22).
A nova Jerusalém tem as medidas do novo templo anunciado pelo Apocalipse de Ezequiel (Ez 41, 21; 42, 16; 45, 2; 48, 16).
A nova Jerusalém é a cidade dos ressuscitados, tal como o profeta Ezequiel tinha visto nos seus sonhos (Apc 21, 16).
É este o templo para onde acorrem as riquezas fabulosas segundo a visão do profeta Zacarias a respeito da Jerusalém messiânica (Apc 21, 18-21; cf. Zac 2, 4-8).
O templo do Senhor é a comunhão dos seus eleitos. Deus habita no coração dos eleitos. A nova Jerusalém não tem templo algum, pois Deus habita no meio dos seus eleitos que formam o templo de Deus e do Cordeiro (Apc 21, 22).
Todos têm acesso ao Senhor e comungam directamente com Ele. A Primeira Carta de São Pedro diz que os crentes são as pedras vivas do templo do Senhor (1Ped 2, 5).
Do mesmo modo, São Paulo diz que a comunidade cristã é o templo do Senhor: “Nós somos o templo do Deus vivo, diz o próprio Deus:
Habitarei e andarei entre eles. Serei o seu Deus e eles serão o Meu povo (...). Serei para vós um Pai e vós sereis para mim filhos e filhas» (2Cor 6, 16-18).
Os crentes são o templo de Deus porque Cristo lhes comunicou o Espírito Santo. É por esta razão que os crentes já não se pertencem a si (1Cor 6, 19).
Por outras palavras, a Nova Jerusalém é a comunhão dos salvos com Deus no Espírito Santo.
Já não existe o Sol nem a Lua na Nova Jerusalém.
Na morada dos eleitos, isto é, na Nova Jerusalém, a iluminação é a glória de Deus. Tudo se fez novo.
Na Nova Jerusalém já não há noite. Deus está permanentemente no meio dos seus eleitos.
Por isso o dia é permanentemente dia (Apc 21, 25).
Apenas os que estão inscritos no Livro da Vida que o Cordeiro possui, têm morada na Nova Jerusalém (Apc 21, 27).
O Pai e o Cordeiro são a nascente do rio da vida, isto é, o Espírito Santo. Este rio é resplandecente como o cristal (Apc 22, 1).
Os seus habitantes reinarão pelos séculos dos séculos (Apc 22, 5). Ninguém é mais que os outros. Todos são irmãos, quer se trate dos anjos, dos santos ou dos profetas (Apc 22, 9).
O que tiver sede venha e beba gratuitamente a água da vida (Apc 22, 17; cf. Jo 7, 37). Os crentes devem consolar-se e animar-se uns aos outros, diz o Livro do apocalipse, pois estas coisas estão próximas.
Animados pelo Espírito Santo, os eleitos gritam: “Ámen! Vem, Senhor Jesus” (Apc 22, 20b).
Trata-se de uma fórmula litúrgica usada pelas comunidades primitivas que revela bem a expectativa da Segunda vinda de Cristo nestas comunidades.
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