IV-ESPÍRITO SANTO E VIDA ETERNA
Com seu jeito maternal de amar, o Espírito Santo vai-nos guiando, a fim de nos conduzir nesta tarefa delicada da nossa realização.
Apenas os que bebem a Água Viva que Cristo nos oferece, isto é, o Espírito Santo, participam da plenitude da ressurreição, diz Jesus no evangelho de São João (Jo 4, 21-23; 7, 37-39).
Podemos dizer que Cristo ressuscitado é a Árvore da Vida que estava no centro do Paraíso cujo fruto, o Espírito Santo, nos dá a Vida eterna.
Devido ao pecado de Adão, diz o Livro do Génesis, a Humanidade ficou privada da vida Eterna (Gn 3, 22-24).
Mas Deus que é rico em misericórdia, enviou-nos Cristo como Novo Adão, diz São Paulo (Rm 5, 17-19).
No momento da sua morte e ressurreição, o Novo Adão reabriu-nos as portas do Paraíso e a Humanidade ficou com acesso ao fruto da Vida Eterna.
No momento da sua morte sobre a cruz, Jesus disse ao Bom Ladrão: “Hoje mesmo estarás comigo no Paraíso” (Lc 23, 43).
Por outras palavras, o Senhor ressuscitado é a Árvore da Vida que nos dá o fruto da Vida Eterna, isto é, o Espírito Santo que ele nos comunica ao ressuscitar:
“No último dia, o mais solene da festa, Jesus, de pé, bradou: “Se alguém tem sede, venha a mim e quem crê em mim que sacie a sua sede!
Como diz a Escritura, hão-de correr rios de Água Viva do seu coração. Jesus disse isto referindo-se ao Espírito santo que iam receber os que acreditassem nele.
Com efeito, o Espírito ainda não tinha vindo, pois Cristo ainda não tinha sido glorificado” (Jo 7, 37-39).
O Espírito Santo, diz São Paulo, incorpora-nos na Família de Deus onde somos inseridos como Filhos em relação a Deus Pai e como irmãos em relação a Deus Filho.
É por este Espírito Santo, acrescenta São Paulo, que nós clamamos “Abba”, Ó Pai (Rm 8, 14-16; Ga 4,4-7).
Como vemos, a identidade da pessoa humana, na Comunhão Universal da Família de Deus, não é anulada mas optimizada.
A simples imortalidade não é o centro da Boa Nova trazida por Cristo. No coração do Evangelho está a ressurreição, a qual implica a assunção, ou seja, a incorporação na Comunhão da santíssima Trindade.
À luz da ressurreição, a morte natural é o parto final, isto é, a derradeira possibilidade de nascermos para a plenitude da vida eterna.
Por outras palavras, a morte é o acontecimento que nos possibilita o nascimento total. Nesta perspectiva, o amor surge como a única razão válida para construir a vida.
O amor vale tanto para viver como para morrer. Uma pessoa que morreu para salvar outra não se suicidou. Pelo contrário atingiu a plenitude do amor.
Estamos a tocar um mistério que consiste nisto: a pessoa possui-se, dando-se, pois é dando-se que ela que recebe.
Não basta ser imortal para atingir a plenitude da vida. As pessoas que estão em estado de inferno são imortais, mas não estão na plenitude dos ressuscitados com Cristo.
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