Esta dinâmica divinizante está activa no coração dos seres humanos pela acção do Espírito Santo que nos foi comunicado no momento da morte e ressurreição de Jesus Cristo.
As pessoas que estão na intimidade definitiva da Trindade Divina já estão plenamente divinizadas.
A força ressuscitadora do Espírito Santo acontece, pois, como transformação divinizante na nossa interioridade pessoal-espiritual.
Isto é possível porque a Humanidade é já proporcional à Divindade. Na verdade, a Divindade é pessoas e a Humanidade, também.
Embora as pessoas humanas não sejam iguais às divinas existe, no entanto, uma oporcionalidade que radica no facto de a Humanidade, tal como a Divindade, formarem uma comunhão orgânica de pessoas.
A dinâmica da Ressurreição de Cristo atinge a Humanidade inteira graças ao facto de fazermos uma unidade orgânica com Jesus Cristo.
Podemos dizer que a Humanidade forma com Jesus de Nazaré, o Cristo total. O evangelho de São João explica este mistério dizendo que Jesus é a cepa da videira cujos ramos somos nós (Jo 15, 1-7).
A grande Boa Nova da fé cristã não é a imortalidade da alma, mas a ressurreição das pessoas.
A imortalidade da alma não tem origem cristã e era admitida pelas religiões pagãs muito antes de existir o cristianismo.
Em geral todas as religiões acreditam na vida após a morte. Por outras palavras, a originalidade do cristianismo radica na sua fé na ressurreição de Cristo, a qu7al é garantia da ressurreição de todos os seres humanos.
Numa perspectiva cristã, a Salvação consiste em ser assumido na comunidade familiar da Santíssima Trindade.
Esta assunção e inserção acontece através de Jesus de Nazaré que é o medianeiro da Salvação e do Espírito Santo é o princípio dinamizador da comunhão humano-divina do Reino de Deus.
Como vemos, a plenitude da Vida eterna não consiste apenas em subsistir após a morte, mas sim no facto de sermos assumidos e optimizados em Deus através de Cristo.
As pessoas que porventura estejam em estado de inferno são imortais, mas não estão na plenitude da Ressurreição, a qual acontece como comunhão familiar humano-divina.
Podemos dizer que a ressurreição é uma recriação operada no nosso íntimo pela acção do Espírito Santo.
Temos que renascer pelo Espírito, pois o que nasce da carne é carne. Só o que nasce do Espírito Santo é Espiritual (Jo 3, 6).
Todos os que são movidos pelo Espírito Santo, diz São Paulo, são filhos e herdeiros de Deus Pai e co-herdeiros com Jesus Cristo (Rm 8, 14-16).
O Espírito Santo anima a nossa inserção familiar em Deus e leva-nos a clamar “Abba”, ó Papá (Ga 4, 4-7).
O acontecimento pascal de Cristo culminou com a Sua Ascensão. Em nós a dinâmica pascal de Cristo está actuando até à nossa assunção, movimento pelo qual atingimos a plenitude da nossa divinizaçã.
Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias
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