II-O MISTÉRIO DO MENINO DE MARIA
Mas este menino também continha em si um mistério profundo associado ao plano salvador de Deus.
Na verdade, o Menino de Maria fazia uma unidade orgânica e dinâmica, com a Segunda Pessoa da Santíssima Trindade.
Nele, o Humano e o Divino estão unidos, embora sem se misturarem nem confundirem.
Na sua dimensão humana ele é o Filho de Maria. Na sua dimensão divina é o Filho Eterno de Deus Pai.
Esta união acontece numa perfeita união e interacção humano-divina. Ele é Jesus de Nazaré, homem como todos os homens que nasceram de Adão, embora não seja pecador.
Mas também é o Filho Eterno de Deus, fazendo um só Deus com o Pai e o Espírito Santo. No seu interior encontram-se em perfeita unidade, o melhor de Deus e o melhor da Humanidade.
O Espírito Santo é a seiva que alimenta esta união orgânica misteriosa em que Deus e o Homem, sem se misturarem ou confundirem, fazem o único Cristo.
Como diz o evangelho de São João, a união do divino com o humano, neste menino é algo semelhante à união que existe entre a cepa da videira e os seus ramos:
“Permanecei em mim, disse ele depois de ser um homem, que eu permaneço em vós. Tal como o ramo não pode dar fruto por si mesmo, mas apenas permanecendo na videira, assim também acontecerá convosco, se não permanecerdes em mim.
Eu sou a videira e vós os ramos. Quem permanece em mim e eu nele, esse dá muito fruto, pois, sem mim, nada podeis fazer” (Jo 15, 4-5).
Eis o mistério sublime que habita o coração do Menino de Maria e faz dele o alicerce da Humanidade divinizada.
Crescia como outra criança qualquer. Chamava pai a um homem e mãe a uma mulher. Quando brincava com os outros meninos nas ruas de Nazaré, ninguém podia imaginar o mistério que habitava o íntimo desta criança.
Foi com este menino que teve início a plenitude dos tempos, isto é, o salto qualitativo da divinização do Homem.
Eis a razão pela qual ele é a expressão máxima da fecundidade de Maria. Ele é a Aurora do dia em que teve início a dinâmica da nossa salvação.
Podemos dizer que o Menino de Maria é a Vida Eterna ao alcance dos seres humanos. No momento da sua morte e ressurreição abriu-nos as portas do Paraíso como ele mesmo disse ao Bom Ladrão:
Depois de um breve diálogo com Jesus, o Bom Ladrão acrescentou: “Senhor lembra-te de mim, quando estiveres no teu Reino.
Jesus respondeu-lhe: “Em verdade te digo: hoje mesmo estarás comigo no Paraíso” (Lc 23, 42-43).
O Menino de Maria é a Árvore da Vida que, como diz o livro do Génesis, já estava no centro do Paraíso primordial do qual Adão, devido à sua infidelidade, foi expulso (Gn 3, 22-24).
O Menino de Maria surgiu como o Novo Adão. Com a sua ressurreição venceu a morte trazida pelo primeiro Adão.
Glória ao menino de Maria, pois foi por ele que a Vida Eterna ficou ao alcance de todos nós!
22 março, 2008
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