16 março, 2008

ESPÍRITO SANTO E RENASCIMENTO-I

I-O NASCIMENTO DO HOMEM NOVO

Espírito Santo,
Louvado sejas por teres consagrado Jesus para realizar a missão de anunciar o Evangelho aos pobres, capacitando-o para dar vista aos cegos, fazer que os cegos vejam, os coxos caminhem e os surdos oiçam (Lc 4, 18-21).

Por seres o amor de Deus, tu és, Espírito Santo, uma força libertadora. És tu quem nos faz exultar de alegria quando a revelação de Deus se torna clara para nós.

Eis como São Lucas descreve esta exultação: Nesse mesmo instante, Jesus exultou de alegria sob a acção do Espírito Santo e disse:

“Bendigo-te, ó Pai, Senhor do Céu e da terra, porque escondestes estas coisas aos doutores e aos inteligentes as revelaste aos pequeninos” (Lc 10, 21).

O evangelho de São João diz que o Homem Novo só pode nascer pela tua acção Espírito Santo: “O que nasce da carne é carne e o que nasce do Espírito Santo é espírito.

Por isso não te admire de eu te ter dito que tendes de nascer de novo” (Jo 3, 6). Pouco antes de morrer e ressuscitar, Jesus disse que tu, Espírito Santo és o Espírito da Verdade e que só conduzidos por ti podemos caminhar em direcção à verdade:

“Quando ele vier, o Espírito da verdade, há-de guiar-vos para a verdade plena” (Jo 16, 13).
A verdade é a compreensão e enunciação correcta e adequada da realidade de Deus, do Homem, da História e do Universo.

Isto quer dizer que só tu, Espírito Santo, nos podes fazer crescer na verdade, a fim de que a nossa maneira de ver as coisas corresponda de modo gradual e progressivo àquilo elas são realmente.

Tu és a terceira pessoa da Santíssima Trindade. Tu és o vínculo maternal da comunhão orgânica que nos une a Cristo e, através dele, à comunhão da Santíssima Trindade.

Assim como Deus Pai ama com um jeito paternal, tu, Espírito Santo, tens um jeito maternal de amar.

Tu és a fonte da vida. Todos os gestos de amor encontram em ti a sua raiz. Sem a tua acção nos nossos corações, os sacramentos não passam de ritos estéreis e vazios.

Sem a tua acção inspiradora no nosso coração, as Sagradas Escrituras seriam apenas letra que mata, como diz São Paulo (2 Cor 3, 6).

Do mesmo modo, a comunidade cristã sem a tua acção, Espírito Santo, não passa de um grupo com leis, ritos e normas, mas sem uma vida de comunhão com Deus e os irmãos.

Espírito Santo,
Tu ressuscitaste Jesus Cristo e incorporastes-nos na Família de Deus. Graças a ti somos filhos em relação a Deus Pai e irmãos em relação ao Filho Eterno de Deus (Rm 4, 4-7).

Tu és o princípio animador do mistério da Encarnação, dinamizando a união orgânica que existe entre o Filho eterno de Deus e Jesus de Nazaré, o Filho de Maria!

Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

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