I-DEUS PAI NO ANTIGO TESTAMENTO
A Revelação de Deus é um processo histórico iniciado com o clã de Abraão, atingindo o seu ponto mais alto com Jesus Cristo.
O grande protagonista da marcha da revelação é o Espírito Santo e o rosto de Deus é um dos seus aspectos principais.
Na verdade, o mistério de Deus e o mistério do Homem são os dois pilares sobre os quais assenta o edifício da revelação.
O rosto de Deus é, pois, um aspecto central da acção reveladora do Espírito Santo. O povo bíblico começa por descobrir Yahvé como o Deus da Aliança.
Só muito lentamente o povo começa a descobrir o jeito paternal de Deus amar o seu povo.
Através de Moisés, Deus declara ao Faraó que o Povo de Israel é o seu filho primogénito (Ex 4, 22- 23).
Neste contexto a expressão significa que entre todos os povos, Israel é o primeiro. Se o Faraó não libertar o filho primogénito de Deus, será castigado e corre o risco de perder o seu próprio filho primogénito, isto é, o herdeiro do trono do Egipto.
A presença de Deus junto do seu filho primogénito faz lembrar a presença de um pai que actua de modo protector junto do seu filho.
Eis o modo bonito com o Livro do Deuteronómio descreve a presença carinhosa de Deus junto do seu povo:
“Nenhum outro povo tem o seu deus tão perto de si, como Yahvé está perto de Israel (Dt 4, 7).
O Profeta Oseias profere um oráculo sobre o amor paternal que leva Deus a libertar o seu filho primogénito da escravidão do Egipto:
Eis as palavras do profeta Oseias: “Quando Israel era menino, eu o amei. Do Egipto chamei o meu Filho” (Os 11, 1).
O amor preferencial de Deus por Israel manifestou-se de muitos modos, sobretudo pela maneira como o acompanhou e protegeu o seu povo ao longo da sua história.
Através do profeta Jeremias, Deus declara-se Pai de Israel: “Sou um pai para Israel e Efraim é o meu primogénito “ (Jer 31, 9).
Associando a ternura paternal de Deus à sua acção criadora, o povo bíblico começa a ver o Pai Bondoso, associando-o ao Deus que Criou o Homem à sua imagem e semelhança.
Ao criar o Homem à Sua imagem e semelhança, Deus modelou-o de modo a que ele pudesse atingir a plenitude dos filhos de Deus.
O Povo de Israel, diz Isaías é o Filho predilecto de Deus. Foi modelado por Deus em vista a uma vida plenitude e comunhão amorosa:
“Mas agora, ó Senhor, tu és o nosso Pai. Nós somos o barro e Tu o oleiro. Na verdade, nós somos obra das tuas mãos” (Is 64, 7).
Por outras palavras, os membros do povo eleito são filhos de Deus não só pela criação como também pela eleição.
Além de pertença de Deus pelo poder de criação, os israelitas, são filhos do Deus Vivo por eleição (Os 1, 9; Dt.14, 1; Is 1, 2).
Mas a paternidade de Deus vai ganhar novos contornos nas profecias messiânicas. A primeira profecia messiânica declara que David vai ter um descendente para o qual Deus vai ser um Pai.
Graças a este filho a casa de David será inabalável (2 Sam 7, 12-16; cf. 1 Cron 17, 10-14; 22, 8-10).
No dia da entronização dos filhos de David, o salmo dois garante ao novo rei que pode governar tranquilo, pois Deus é seu pai: “Tu és meu filho, hoje mesmo te gerei “ (Sal 2, 7).
Os reis da casa de David podem dirigir-se a Deus chamando-o de seu pai, seu Deus, rochedo da sua salvação (Sal 89, 27-29).
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