Isto quer dizer que uma pessoa amada em densidade cinco está capacitada para amar em densidade cinco, como diz o evangelho de São Mateus (Mt 25, 20-21).
Na verdade, começamos por ser o que os outros fizeram de nós. Mas isto não é o mais importante.
Verdadeiramente decisivo é o que nós construímos com os possíveis ou talentos que recebemos dos outros.
No íntimo da nossa consciência, o Espírito Santo interpela-nos no concreto do dia a dia a ser fiéis aos apelos do amor.
A pessoa é convidada a amar com as possibilidades de amar que recebeu através do amor dos outros. Isto significa que as pessoas não são ilhas.
Com efeito, formamos uma união orgânica onde o amor dos outros possibilita a nossa realização e o nosso amor possibilita a realização dos outros.
Podemos dizer que a voz da nossa consciência é a voz dos que inscreveram em nós os valores que fomos interiorizando.
Mas a voz da nossa consciência é também a voz do Espírito Santo que nos convida a ser fiéis aos talentos que recebemos dos outros.
Isto que dizer que agir de acordo com a consciência significa responder sim aos valores que os outros nos transmitiram e à voz do Espírito Santo que “é o amor de deus derramado nos nossos corações” (Rm 5,5).
Por outras palavras, o Espírito Santo é, no nosso íntimo, uma voz suave que nos convida a ser dom para os irmãos nas diversas circunstâncias da vida.
O ser humano tem a possibilidade de se recusar a seguir a voz da consciência e dizer não ao amor com que foi amado.
Neste caso, a pessoa torna-se uma força negativa no tecido social humano. Não se realiza como pessoa nem facilita a realização dos outros.
É verdade que o amor dos outros não nos realiza, mas dá-nos a possibilidade de nos realizarmos se formos fiéis aos talentos que deles recebemos.
Calmeiro Matias
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