18 janeiro, 2009

SABER ESTRUTURAR-SE COMO PESSOA-II

II-A PESSOA E A NOVIDADE DE DEUS

É verdade que os outros nos condicionam, mas é deles que recebemos as possibilidades fundamentais para nos realizarmos.

Ninguém nos pode substituir na tarefa da nossa realização. As relações marcadas com a densidade do amor têm em si a capacidade de fazer emergir e estruturar a realidade da pessoa.

O amor é, em si mesmo, uma dinâmica criadora. O amor nunca envelhece e é uma fonte permanente de novidade.

A génese do Universo foi iniciada pela força do amor. Na verdade, ainda antes da explosão primordial que deu início à génese do Universo, já existia o amor.

E a marcha criadora da Humanidade está a caminhar para a esfera da Comunhão Universal cujo centro é Deus.

Isto quer dizer que ao dar o salto para a vida pessoal e espiritual a evolução criadora atingiu o limiar da vida eterna.

Com o aparecimento de Jesus Cristo, o divino enxertou-se no humano e a vida humana foi divinizada.

Emergir como pessoa significa crescer em densidade espiritual e comungar amorosamente.
De facto, a vida pessoal não é uma questão de quantidade.

Não se pesa ao quilo nem se avalia pelo volume. Não se mede ao metro nem se analisa pelo cálculo de superfícies.

Apenas podemos avaliar a densidade da vida espiritual humana analisando o jeito de amar das pessoas.

De facto, é o jeito de amar que revela a qualidade do coração humano e o nível de humanização de uma pessoa.

A identidade espiritual da pessoa é, na realidade, o seu modo interagir e comungar com os outros.

No Reino de Deus conheceremos o modo como uma pessoa se realizou na história pelo modo como ela sabe amar e comungar com os outros.

A pessoa revela-se através da reciprocidade amorosa. Na verdade, é dando-se que a pessoa se encontra e possui.

Isto quer dizer que não serve para a vida eterna quem se recusa a amar. O Espírito Santo vai-nos moldando e capacitando para comungarmos na Família da Santíssima Trindade, pois ele é o amor de Deus derramado nos nossos corações (Rm 5, 5).

Por ser amor, Deus é uma novidade permanente, pois o amor não se repete. Isto quer dizer que Deus é surpreendente, tanto a nível das relações entre as pessoas da Santíssima Trindade como no jeito de se comunicar ao Homem.

Em comunhão Convosco
Calmeiro Matias

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