IV-SABER RESPEITAR A CONDIÇÃO DA CRIANÇA
Não se deve dar demasiadas responsabilidades às crianças. Este procedimento rouba-lhes a possibilidade de ser criança.
Isto quer dizer que não é bom fazer das crianças adultos antes do tempo. Não mutilemos a riqueza interior das crianças, roubando-lhes o mundo das fantasias, dos sonhos e devaneios próprios dessa etapa de vida.
As fantasias, os sonhos e devaneios das crianças são muito importantes para elas desenvolverem a sua sensibilidade e capacidade criadora. Não há criatividade sem sonho e fantasia.
Estejamos atentos para não superproteger as crianças, pois a superprotecção aumenta a dependência das crianças e torna-as supersensíveis.
A criança tem de aprender que uma vida de sucesso também tem fracassos pelo meio. É bom ensinar às crianças que, ao longo da vida, terão de enfrentar dificuldades e obstáculos. É importante ajudá-las a contornar os obstáculos.
Sejamos leais para com as crianças. Cumpramos as nossas promessas. Sejamos justos nos castigos.
Os pais ponham-se de acordo sobre o modo de educar e agir. Se actuam em direcções opostas, as crianças sentem-se confusas e perdidas.
Se um dos pais põe a criança contra o outro, a criança começa por acreditar que este progenitor tem razão.
Mas em breve sentirá raiva e desprezo por ele, pois ele fez-lhe mal roubando-lhe um dos pilares básicos para a sua estruturação afectiva.
É preferível deixar que seja a criança a descobrir a verdade dos factos. Sejamos positivos na valorização dos seus trabalhos.
Se falar mal do trabalho da criança esta em breve em começará a imitar essas queixas em relação à escola, aos trabalhos de casa, e às tarefas que lhe são pedidas.
Não nos esqueçamos que as crianças copiam o que os pais fazem, não o que dizem. Bom educador é o adulto que é capaz de aprender com as crianças.
É importante que os pais arranjem tempo para falar e aprenderem com os seus filhos. Não nos devemos sentir inibidos na nossa acção de educadores pelo facto de podermos condicionar as crianças.
Mesmo tentando dar o melhor, podemos ter a certeza de que possibilitaremos e também condicionaremos.
Lembremo-nos de que não há adultos perfeitos como não há crianças perfeitas. Não existe uma fórmula mágica que possibilite a educação da criança sem quaisquer condicionamentos.
Quando a criança não presta atenção a qualquer dos progenitores, não se deve ver nisto um ataque, mas uma chamada de atenção no sentido de pedir mais espaços de comunicação.
Calmeiro Matias
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