26 setembro, 2008

O ESPÍRITO SANTO E A ÁRVORE DA VIDA-III


III-O ESPÍRITO SANTO É O FRUTO DA ÁRVORE DA VIDA

Podemos dizer que o relato paradisíaco do livro do Génesis não foi uma realidade existente num princípio mítico.

Na verdade. o paraíso é um projecto sonhado por Deus para a plenitude dos tempos: “Quando chegou a plenitude dos tempos, Deus enviou o seu Filho nascido de uma mulher (…), a fim de recebermos a adopção de filhos” (Gal 4, 4-6).

Jesus Cristo é o Novo Adão, a cabeça da Humanidade reconciliada com Deus (2 Cor 5, 17-19).
É a Árvore da Vida que nos dá o fruto da Vida Eterna:

“Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a Vida Eterna e eu hei-de ressuscitá-lo no último dia.

Com efeito, a minha carne é verdadeira comida e o meu sangue é uma verdadeira bebida.
Quem come a minha carne a bebe o meu sangue fica a morar em mim e eu nele.

Assim como o Pai que me enviou vive e Eu vivo pelo Pai, também o que me come viverá por mim” (Jo 6, 54-57).

Mas São João tem o cuidado de acentuar que este mistério da comunhão orgânica com Cristo ressuscitado não é uma realidade biológica, mas sim uma realidade de grandeza espiritual:

“E se virdes o Filho do Homem subir para onde estava antes? O Espírito é que dá vida, a carne não presta para nada.

As palavras que vos disse são Espírito e Vida” (Jo 6, 62-63). A carne e o sangue de Cristo são a seiva da Árvore da Vida, isto é, o Espírito Santo.

O evangelho de São João diz que no momento da morte de Jesus um soldado trespassou com uma lança o coração de Jesus saindo dele Água e Sangue (Jo 19, 33-34).

São João está a falar da difusão do Espírito Santo, já antes anunciado como a Água Viva que faz brotar uma nascente de Vida Eterna no coração das pessoas que a bebem (Jo 7, 37-39; 4, 14).

O Sangue é o Sangue a Nova Aliança, isto é, o Espírito Santo que é o poder ressuscitador de Cristo a actuar em nós:

“Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a Vida Eterna e eu hei-de ressuscitá-lo no último dia” (Jo 6, 54).

Com a morte e a ressurreição de Jesus, a Humanidade dá um salto de qualidade, mediante a introdução na Família de Deus da qual resulta a divinização do Homem.

O Espírito Santo é o Sangue de Cristo ressuscitado, a circular em nós e a comunicar-nos a vida de Deus (Jo 6, 62-63).

O Paraíso sonhado pelo Livro do Génesis torna-se finalmente realidade. Os que são animados pela seiva da Árvore da Vida, isto é, o Espírito Santo, participam da Vida Eterna, pois são incorporados de modo orgânico na Família de Deus.

Eis as palavras de São Paulo na Carta aos Romanos: “Todos os que são movidos pelo Espírito de Deus são filhos de Deus.

Vós não recebestes um espírito de escravidão para andardes no temor. Pelo contrário, recebestes um Espírito de adopção graças ao qual clamamos “Abba”, isto é Papá.

E se sois filhos sois também herdeiros. Herdeiros de Deus Pai e co-herdeiros com Jesus Cristo, se formos fieis como ele foi, sofrendo pelo Evangelho como Ele sofreu” (Rm 8, 14-17).

O Livro do Apocalipse diz que os seres humanos que participam na comunhão da Família de Deus são alimentados pelo do fruto da Árvore da Vida:

“Felizes os que lavam as suas vestes, para terem direito à Árvore da Vida e poderem entrar nas portas da cidade” (Apc 22, 14).

Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

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