O gosto e o jeito de ser do Espírito Santo é criar laços entre as pessoas e fortalecer a comunhão que as anima.
Por ser uma pessoa divina, o Espírito Santo movimenta-se em coordenadas de universalidade e equidistância.
O seu ser é exclusivamente espiritual e transcende as limitações do espaço e do tempo. O termo hebraico Ruah (Espírito) significa vento, brisa, sopro, espírito e é quase sempre feminino.
A bíblia associa o Espírito Santo à vida e à fecundidade. O livro do Génesis diz que, no princípio, a terra era uma massa caótica, sem forma, e que o Espírito de Deus pairava sobre a escuridão do caos primordial.
O Espírito Santo é o hálito da vida que Deus insuflou no barro primordial do qual saiu Adão.
Habita de modo permanente no coração do Homem, facilitando o processo da sua humanização.
O Livro do Génesis diz que José do Egipto era um homem corajoso e muito válido, pois estava cheio do Espírito de Deus (Gn 41, 38).
No momento em que Jesus saiu das águas após o seu baptismo o Céu abriu-se e Jesus viu o Espírito de Deus vir sobre ele em forma de pomba (Mt 3, 16).
A partir deste momento, Jesus começa a agir movido pelo Espírito Santo. O Espírito Santo foi a força que ressuscitou Jesus. É também ele que nos ressuscita a nós com Cristo:
“E se o Espírito Santo que ressuscitou Jesus está em vós, também ele fará que os vossos corpos vivam por meio do mesmo Espírito que vive em vós” (Rm 8, 11).
Ao ressuscitar-nos, o Espírito Santo insere-nos na comunhão orgânica da Família de Deus:
“Todos os que são movidos pelo Espírito de Deus são filhos de Deus” (Rm 8, 14).
O profeta Isaías, pensando no futuro Messias, diz que ele terá a plenitude do Espírito:
“O Espírito do Senhor repousará sobre ele. Espírito de Sabedoria, entendimento, conselho, fortaleza, de conhecimento e temor de Deus” (Is 11,2).
O Espírito Santo, continua o livro de Isaías, vai consagrá-lo e capacitá-lo para realizar de modo perfeito a sua missão:
“O Espírito do Senhor está sobre mim porque me consagrou. Enviou-me para levar a Boa Nova aos que sofrem e curar os desesperados,
Para anunciar a libertação aos exilados, a liberdade aos prisioneiros. Ungiu-me para proclamar o ano da graça do Senhor, o dia em que o nosso Deus fará justiça, a fim de consolar os tristes” (Is 61, 1-3).
O Espírito Santo actuará nos crentes com a força da Palavra nos momentos de perseguição:
“O Espírito do vosso Pai Celeste falará por vós naqueles momentos” (Mt 10, 20). Ele é o Espírito do Pai que Jesus vai enviar, o qual testemunhará de Jesus:
“Quando o Consolador vier, o qual eu vos vou enviar desde o Pai, o Espírito da Verdade que procede do Pai, ele testemunhará de mim” (Jo 15, 26)
Nos momentos em que, mediante a oração, comunicamos com o Pai do Céu, o Espírito Santo gera em nós um coração filial.
Com seu jeito maternal de amar configura o nosso coração com o coração filial de Jesus, o Filho fiel.
Deste modo, a nossa relação com o Pai vai adquirindo o jeito do Filho unigénito de Deus: “E porque somos filhos, Deus enviou o Espírito de seu Filho aos nossos corações pelo qual clamamos “Abba”, ó Pai” (Gal 4, 6).
Tudo isto mostra bem com o Espírito Santo é princípio animador de relações e vínculo da comunhão orgânica que no incorpora na comunhão da Santíssima Trindade.
O profeta Zacarias diz que Deus, ao enviar o Messias, derramará sobre os crentes o Espírito de Graça e oração sobre os habitantes de Jerusalém:
“Derramarei o meu Espírito de graça e oração nos habitantes de Jerusalém. Eles olharão para aquele que trespassaram e chorarão por ele como se chora a morte de um filho único” (Zac 12, 10).
São Paulo diz que o Espírito Santo habita no coração do ser humano como num templo. Eis a razão pela qual o nosso agir deve processar-se em conformidade com Deus, a fim de não causarmos desgosto ao Espírito Santo:
“Não contristeis o Espírito Santo pelo vosso modo de agir. Lembrai-vos que ele vos marcou com o selo para o dia da salvação, quando a libertação do pecado atingir a sua plenitude” (Ef 4, 30).
O Espírito Santo é o consolador, diz Jesus no evangelho de São João: “Eu pedirei ao Pai e ele vos dará um outro Paráclito, o Espírito da Verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê nem o conhece.
Ele estará sempre convosco, pois permanece junto de vós e está em vós” (Jo 14, 16-18).
Enquanto está com os discípulos, Jesus é o seu defensor e consolador. Ao partir, Jesus vai enviar aos discípulos outro defensor e consolador, isto é, o Espírito Santo:
“No entanto, digo-vos a verdade: convêm-vos que eu vá, pois se eu não for o Consolador não virá a vós. Mas se eu partir eu vo-lo enviarei” (Jo 16, 7).
“No nosso íntimo, o Espírito Santo é o vínculo da comunhão orgânica que nos incorpora na família de Deus:
“Todos os que são movidos pelo Espírito de Deus são filhos de Deus. Vós não recebestes um espírito de escravidão para cairdes no temos, mas recebestes um Espírito de adopção que, no vosso íntimo, grita: “Abba”, papá” (Rm 8, 14-15).
Calmeiro Matias
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