Dizer que o Espírito Santo é o grande dom que nos vem de Cristo Ressuscitado, significa que o Espírito Santo actua de modo gratuito no nosso íntimo.
São Paulo exprime esta verdade, dizendo que o Espírito Santo é o Amor de Deus derramado nos nossos corações (Rm 5, 5).
O Espírito Santo é dom porque se dá de modo gratuito e incondicional. Com seu jeito maternal de amar ele anima a nossa vida de relações e é vínculo de comunhão orgânica. Por isso ele tem o sobrenome de Santo.
A bíblia diz que o Espírito Santo é como um vento, força que impele e anima a dinâmica das relações (cf. Jo 3, 8).
Ele é o hálito da vida que entrou no barro primordial do qual saiu Adão (Gn 2, 7). É também a Água Viva que, no interior da pessoa, se torna uma nascente de Vida Eterna (Jo 7,37-39; 4,14).
O Espírito Santo é também a seiva a circular da cepa da videira (Cristo), para nós que somos nós (Jo 15, 1-7).
Ele é o princípio de adopção mediante o qual nos tornamos filhos adoptivos em relação a Deus Pai e irmãos em relação ao Filho de Deus (Rm 8, 14-16).
Para sermos membros da Família de Deus, diz Jesus no evangelho de São João, termos de nascer de novo (Jo 3, 3-6).
Ele é o princípio animador da Nova Aliança, a qual não assenta nas tábuas da Lei, mas na dinâmica do Espírito.
No nosso íntimo, o Espírito Santo é princípio santificador, isto é, animador de relações e comunhão amorosa.
Levamos dentro de nós o forjador da santidade. Santos são os que o escutam e agem de acordo com os seus apelos.
É importante ter presente que o Espírito Santo nunca nos substitui. Interpela, ilumina, convida e chama-nos a agir em harmonia com as propostas do amor fraterno.
Como ternura maternal de Deus, o Espírito Santo optimiza as nossas relações, criando laços de amizade e comunhão.
Anima as relações entre os seres humanos, capacitando-os para serem dom uns para os outros.
O pecado contra o Espírito consiste em atribuir às forças do mal o que é obra sua.
Esta atitude leva a pessoa a fechar-se de modo gradual e progressivo à acção de Deus. O Novo Testamento diz que o pecado contra o Espírito Santo é o único que não tem perdão (Mc 3, 22-23; Mt 12, 24;Lc 11, 15).
A santidade é igual a comunhão amorosa. A anti-santidade por excelência é a pessoa fechada em si.
O Espírito Santo é santo e santificador, pois optimiza a nossa vida de comunhão com Deus e os irmãos.
Como comunhão perfeita de três pessoas, Deus é a santidade por excelência. Uma pessoa vive tanto mais a dinâmica da santidade quanto mais vive a dinâmica da comunhão amorosa.
As pessoas divinas são infinitamente santas porque vivem a dinâmica da comunhão amorosa em grau de perfeição infinita.
A santidade é uma realidade orgânica, isto é, interactiva e relacional. A expressão máxima da anti-santidade é o estado de inferno.
Neste estado, a pessoa fechou todas as possibilidades de encontro, diálogo e comunhão com as pessoas humanas, as divinas e outras que possa haver.
Neste estado, a pessoa não se encontra nem atinge a sua plenitude.Na verdade, a plenitude da pessoa não está em si, mas na reciprocidade da comunhão.
De facto, ninguém consegue encontrar-se ou possuir-se plenamente fora da comunhão. O Espírito Santo é princípio santificador enquanto animador de relações e vínculo orgânico de comunhão.
A vontade de Deus a nosso respeito é a nossa santificação, diz São Paulo aos Tessalonicenses (1 Tes 4, 3).
Na Primeira Carta aos Coríntios ele diz que o Espírito Santo é quem nos purifica e santifica (1 Cor 6, 11).
Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias
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