03 agosto, 2009

ESPÍRITO SANTO E MATURIDADE DE FÉ-I

I-ESPIRITO SANTO E ESPIRITUALIDADE CRISTÃ

Dizer que o Espírito Santo é o grande dom que nos vem de Cristo Ressuscitado, significa que o Espírito Santo actua de modo gratuito no nosso íntimo.

São Paulo exprime esta verdade, dizendo que o Espírito Santo é o Amor de Deus derramado nos nossos corações (Rm 5, 5).

O Espírito Santo é dom porque se dá de modo gratuito e incondicional. Com seu jeito maternal de amar ele anima a nossa vida de relações e é vínculo de comunhão orgânica. Por isso ele tem o sobrenome de Santo.

A bíblia diz que o Espírito Santo é como um vento, força que impele e anima a dinâmica das relações (cf. Jo 3, 8).

Ele é o hálito da vida que entrou no barro primordial do qual saiu Adão (Gn 2, 7). É também a Água Viva que, no interior da pessoa, se torna uma nascente de Vida Eterna (Jo 7,37-39; 4,14).

O Espírito Santo é também a seiva a circular da cepa da videira (Cristo), para nós que somos nós (Jo 15, 1-7).

Ele é o princípio de adopção mediante o qual nos tornamos filhos adoptivos em relação a Deus Pai e irmãos em relação ao Filho de Deus (Rm 8, 14-16).

Para sermos membros da Família de Deus, diz Jesus no evangelho de São João, termos de nascer de novo (Jo 3, 3-6).

Ele é o princípio animador da Nova Aliança, a qual não assenta nas tábuas da Lei, mas na dinâmica do Espírito.

No nosso íntimo, o Espírito Santo é princípio santificador, isto é, animador de relações e comunhão amorosa.

Levamos dentro de nós o forjador da santidade. Santos são os que o escutam e agem de acordo com os seus apelos.

É importante ter presente que o Espírito Santo nunca nos substitui. Interpela, ilumina, convida e chama-nos a agir em harmonia com as propostas do amor fraterno.

Como ternura maternal de Deus, o Espírito Santo optimiza as nossas relações, criando laços de amizade e comunhão.

Anima as relações entre os seres humanos, capacitando-os para serem dom uns para os outros.
O pecado contra o Espírito consiste em atribuir às forças do mal o que é obra sua.

Esta atitude leva a pessoa a fechar-se de modo gradual e progressivo à acção de Deus. O Novo Testamento diz que o pecado contra o Espírito Santo é o único que não tem perdão (Mc 3, 22-23; Mt 12, 24;Lc 11, 15).

A santidade é igual a comunhão amorosa. A anti-santidade por excelência é a pessoa fechada em si.

O Espírito Santo é santo e santificador, pois optimiza a nossa vida de comunhão com Deus e os irmãos.

Como comunhão perfeita de três pessoas, Deus é a santidade por excelência. Uma pessoa vive tanto mais a dinâmica da santidade quanto mais vive a dinâmica da comunhão amorosa.

As pessoas divinas são infinitamente santas porque vivem a dinâmica da comunhão amorosa em grau de perfeição infinita.

A santidade é uma realidade orgânica, isto é, interactiva e relacional. A expressão máxima da anti-santidade é o estado de inferno.

Neste estado, a pessoa fechou todas as possibilidades de encontro, diálogo e comunhão com as pessoas humanas, as divinas e outras que possa haver.

Neste estado, a pessoa não se encontra nem atinge a sua plenitude.Na verdade, a plenitude da pessoa não está em si, mas na reciprocidade da comunhão.

De facto, ninguém consegue encontrar-se ou possuir-se plenamente fora da comunhão. O Espírito Santo é princípio santificador enquanto animador de relações e vínculo orgânico de comunhão.

A vontade de Deus a nosso respeito é a nossa santificação, diz São Paulo aos Tessalonicenses (1 Tes 4, 3).

Na Primeira Carta aos Coríntios ele diz que o Espírito Santo é quem nos purifica e santifica (1 Cor 6, 11).



Em Comunhão Convosco

Calmeiro Matias

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