22 agosto, 2009

CRISTO E A NOVA HUMANIDADE- III

III-CRISTO COMO FUNDAMENTO DO HOMEM NOVO

À luz da revelação, a Humanidade forma uma união orgânica, tal como a Divindade.

Graças ao acontecimento da Encarnação, a Humanidade e a Divindade ficaram definitivamente unidas.

As pessoas humanas, tal como as divinas, não são ilhas. Existe apenas uma Divindade, apesar de serem três as pessoas divinas.

Do mesmo modo existe apenas uma Humanidade, apesar de existirem biliões as pessoas.

Segundo esta maneira de entender as coisas, o bem e o mal que as pessoas fazem não as afecta apenas a elas, mas também a toda a Humanidade, unida de modo orgânico.

A mesma coisa acontece com o bem que as pessoas fazem. É aqui que está a base da dinâmica histórica da salvação:

Deus tomou partido por Jesus, ressuscitando-o e glorificando-o. Como a Humanidade forma um todo orgânico e dinâmico com Jesus, todos nós fomos assumidos e glorificados nele e com ele.

É este o argumento usado na Segunda Carta a Timóteo: “Eis uma palavra digna de confiança: “Se morremos com Cristo também vivemos com ele” (2 Tim 2, 11).

São Paulo diz que, graças a esta união orgânica, todos temos a mesma dignidade Jesus Cristo:

“Já não há diferença entre judeu ou grego, escravo ou livre. Já não há diferença entre homem ou mulher, pois todos formamos um só em Cristo Jesus” (Gal 3, 28).

O evangelho de São João diz que Jesus Cristo é o alicerce da nossa incorporação familiar em Deus:

“Nesse dia compreendereis que eu estou no Pai, vós em mim e eu em vós” (Jo 14, 20). Depois acrescenta: “Eu neles, tu em mim, Pai, a fim de eles serem perfeitos na unidade.

Deste modo o mundo conhecerá que me enviaste e os amaste a eles, tal como me amaste a mim” (Jo 17, 23).

Graças a esta união orgânica entre nós e Cristo, fomos incorporados na Família de Deus, tornando-nos filho em relação a Deus Pai e irmãos em relação ao Filho de Deus (Rm 8, 14-17).

São Paulo explicita ainda melhor a nossa pertença à Família de Deus por Cristo dizendo:

“Àqueles que Deus conheceu antecipadamente, também os predestinou para serem uma imagem idêntica à do seu Filho, de tal modo que este é o primogénito de muitos irmãos” (Rm 8, 29).

Graças a esta união orgânica com Cristo vamos deixando os frutos da carne, isto é, as acções do homem velho e passando gradualmente a produzir os frutos da Nova Humanidade enxertada em Cristo:

“A carne deseja o que é contrário ao Espírito e o Espírito o que é contrário à carne (Gal 5, 17).



Em comunhão Convosco
Calmeiro Matias





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