22 abril, 2009

CRISTO COMO REI, PROFETA E SACERDOTE-III

III-JESUS COMO SACERDOTE

Após a morte e ressurreição de Jesus, os evangelhos vêem Jesus como o Servo sofredor que foi maltratado e humilhado.

O Servo é justo e, por isso, não merecia aquelas humilhações. Por ser solidário com os pecadores, o seu sofrimento e a sua morte violenta acabou por trazer vida para os pecadores.

Jesus não é um profeta, mas o profeta, diz o evangelho de João. Segundo o Novo Testamento, Jesus realiza a sua missão messiânica como rei, sacerdote e profeta.

A Primeira Carta de São Pedro diz que os crentes são as pedras vivas de um templo espiritual do Senhor sacerdócio Senhor.

Os cristãos, uma vez consagrados com o mesmo Espírito Santo que consagrou Jesus, ficam participantes desta tripla dimensão da consagração de Jesus.

A vocação dos crentes, diz a Primeira Carta de São Pedro, é oferecer sacrifícios espirituais agradáveis a Deus por meio Jesus Cristo (1 Ped 2, 5)

Depois acrescenta que a comunidade é um povo escolhido, uma nação santa, um povo sacerdotal, cuja missão é proclamar as maravilhas daquele que nos chamou das trevas para a sua luz admirável (1 Ped 2, 9).

Jesus reconheceu a dimensão sacerdotal da sua missão: Ao escolher o pão e o vinho, Jesus estava a afirmar que ele era o portador das bênçãos prometidas por Deus a Abraão.

As bênçãos concedidas a Abraão, diz o Livro do Génesis, foram-lhe concedidas pela mediação do Sumo-Sacerdote Melquisedec que era rei e Sumo-Sacerdote (Gn 14, 18-20).

As bênçãos concedidas por Deus a Abraão destinavam-se a todas as famílias da terra, diz o Livro do Génesis (Gn 12, 3).

Jesus ligou a sua missão messiânica ao sacerdócio de Melquisedec. Era este o sacerdócio de David, como proclama o salmo cento e dez (cf. Sal 110, 4).

A Carta aos Hebreus diz que o sacerdócio cultual dos levitas não tem qualquer poder para realizar a salvação:

“Por isso, ao entrar no mundo, Cristo diz: “Não te agradaram os holocaustos nem os sacrifícios pelos pecados.

Então eu disse: “Eis que venho, como está escrito de mim no livro, para fazer, ó Deus, a tua vontade (…). Deste modo, Cristo suprime o primeiro culto para instaurar o segundo” (Heb 10, 5-9).

Na verdade, Jesus Cristo nunca teve qualquer pretensão a exercer funções sacerdotais no Templo.

No evangelho de São João ele diz à Samaritana que Deus quer um culto realizado em espírito e verdade e não os cultos do templo (Jo 4, 21-24).

O sacerdócio da Nova e Eterna Aliança é o portador das bênçãos prometidas a Abraão, diz a Carta aos Hebreus:

“Muitas vezes e de muitos modos, Deus falou nos tempos antigos aos nossos pais, por meio dos profetas.

Nestes dias, que são os últimos, Deus falou-nos por meio do seu Filho, a quem constituiu herdeiro de todas as coisas e por mediação do qual fez o mundo.

O filho é o resplendor da glória do Pai, a imagem fiel do seu ser, o qual sustenta todas as coisas com a sua palavra poderosa.

Depois de ter realizado a purificação do pecado, sentou-se à direita da majestade de Deus nas alturas.

Ele é tanto mais superior aos anjos quanto superior ao deles é o nome que recebeu em herança.
Com efeito, a qual dos anjos Deus disse alguma vez:

“Tu és meu filho, hoje mesmo te gerei?” E ainda: “Eu serei para ele um pai e ele será para mim um filho?” (Heb 1, 1-5).

Entronizado à direita de Deus como rei e Sumo-sacerdote, Jesus é medianeiro de uma Aliança muito superior à Aliança que fez com Moisés:

“Considerai Jesus como Apóstolo e o sumo-sacerdote da Fé que professamos. Ele é fiel àquele que o constituiu sumo-sacerdote, tal como Moisés foi fiel à missão que Deus lhe concedeu.

Dizer que Jesus é rei, sacerdote e profeta significa proclamar que ele é o único mediador da Salvação, como diz a Primeira Carta a Timóteo:

“Há um só Deus e um só mediador entre Deus e os homens: Jesus Cristo, Homem” (1 Tim 2, 5).

Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

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