Com a morte Do rei Salomão, o reino de David dividiu-se em dois: Ao sul, o reino de Judá, ligado à casa de David. Ao norte o reino de Israel, constituído pelas dez tribos separatistas.
Reboão, o sucessor de Salomão, começou por sobrecarregar o povo com impostos muito altos.
Então o povo enviou emissários ter com o rei e pediram-lhe para baixar os impostos altíssimos com que Salomão tinha sobrecarregado o povo.
Eis como o livro dos reis descreve o conflito que levou à divisão do reino de David: “Todo o Israel (as dez tribos separatistas) ao ver que o rei não o quis atender, replicou: “Que temos nós a ver com a casa de David?
Que herança temos nós em comum com o filho de Jessé! Depois acrescentaram: Governa a tua casa David!” E Israel voltou para as suas tendas.
Mas o rei Reboão continuou a reinar sobre os filhos de Israel que pertenciam à tribo de Judá” (1 Rs 12, 16-17).
Deste modo, o rei do reino do Norte não era da casa de David e, portanto, não estava ligado à promessa messiânica.
Os escribas do reino do norte redigem um livro, assinando-o com o nome de Moisés, a fim de conferirem mais credibilidade às suas palavras.
O livro ficou conhecido com o nome de Deuteronómio, isto é, Nova Lei. No fundo é um resumo das normas e leis já existentes nos livros anteriores da chamada Lei de Moisés.
A esperança messiânica no livro do Deuteronómio não é associada à casa de David, pois os reis do norte não eram descendentes de David.
O futuro Messias, diz Moisés no Livro do Deuteronómio, será um profeta à maneira de Moisés.
Temos assim uma esperança messiânica associada à casa de David no reino de Judá e outra associada ao profetismo no Reino do Norte.
Com o desaparecimento da monarquia, a teologia sacerdotal começa a acentuar cada vez mais a vinda de um Messias da linhagem sacerdotal.
Alguns profetas começam a falar de dois Messias: um da casa de David e outro da linhagem sacerdotal (Zac 3, 8; 6, 11-12; Jer 33, 17-22).
Com a divulgação do livro do Deuteronómio, começa-se a falar de um Messias profeta, como Moisés diz no Livro do Deuteronómio:
Disse Moisés: “As gentes das terras que vos vou dar acreditam em agoireiros e adivinhos, mas a ti, o Senhor Deus não o permite.
O Senhor teu Deus suscitará no meio de vós, dentre os vossos irmãos, um profeta como eu. Deves escutá-lo.
No Monte Horeb dissestes: “Não queremos mais ouvir o Senhor no meio de relâmpagos e trovões, nem voltar a ver o fogo, a fim de não morrermos.”
O Senhor disse-me então: Está certo o que eles dizem. Suscitar-lhes-ei um profeta como tu, dentre os seus irmãos.
Porei as minhas palavras na sua boca e ele lhes dirá tudo o que eu lhe ordenar. Os que não derem crédito às palavras que este profeta vai pronunciar em meu nome, receberão o seu castigo” (Dt 18, 14-19).
Calmeiro Matias
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