Nasceu entre os pobres e viveu a condição da gente simples da Galileia. A sua grande paixão era conduzir a Humanidade para a comunhão da Família de Deus.
Contra o que era costume no seu meio, tratava Yahvé por Abba, isto é, Papá.
Ensinava as pessoas a falar com Deus como um filho fala com seu pai, dizendo: Pai-Nosso que estais no Céu.
Era corajoso e punha-se sempre do lado dos marginalizados e dos oprimidos. Tomava partido pelos que não eram capazes de se defender, tornando-se a voz dos que não tinham força para defender os seus direitos.
Deixava mais felizes os que tinham a sorte de comunicar com ele em Profundidade. Nunca ninguém ficou mais pobre pelo facto de o ter encontrado.
Defendia a partilha dos bens como caminho seguro para se chegar à abundância. Se abrirmos o coração à fraternidade e seguirmos o caminho da partilha, ensinava ele, os bens da terra chegarão para todos e ainda vai sobrar.
Foi isto que ele quis ensinar com o milagre dos três pães e dos dois peixes partilhados, os quais chegaram para alimentar uma multidão.
Os três pães chegaram para todos e ainda sobraram vários cestos cheios de pedaços. Sentia-se bem entre os simples e os que tinham um coração capaz de acolher os outros.
Apreciava muito a companhia dos pobres, pois estes têm uma grande capacidade de partilhar.
Jamais defendeu a marginalização dos pecadores, apesar de se opor sempre ao pecado.
Na verdade, o seu sonho era banir o pecado da História Humana, pois este é a fonte da violência e do ódio e das guerras que atormentam as sociedades e os povos.
Apesar de se opor ao pecado nunca defendeu a morte dos pecadores, como faziam os sacerdotes e os fariseus do seu tempo.
Foi esta a razão pela qual ele tomou partido pela mulher adúltera, apesar de ser contra o adultério.
A destruição do pecado, segundo a sua maneira de entender, acontece no íntimo do coração humano pela acção do Espírito Santo.
Na verdade, só o Espírito Santo é capaz de renovar os nossos corações, fazendo-nos passar do egoísmo para o amor fraterno.
Dirigindo-se aos sacerdotes e aos doutores da Lei, um dia disse-lhes que eles pretendiam dominar o povo simples impondo-lhes normas e preceitos que não passam de invenções humanas.
Os que o escutavam com atenção encontravam sempre razões novas para viver. Não fazia publicidade dos seus gestos de generosidade, pois ele amava sem fazer alarde.
A Palavra de Deus era o grande amor da sua vida e exultava de alegria no Espírito Santo quando sentia que as pessoas compreendiam e acolhiam a sua mensagem.
Os detentores do poder e das riquezas não queriam que ele vivesse, pois a sua mensagem minava os sistemas caducos e as estruturas opressivas da sociedade em que vivia.
Como é costume nestes casos, os poderosos começaram a deturpar a sua mensagem e a verdade da Palavra de Deus, a fim de justificarem os seus planos para destruir a vida dos profetas.
O seu nome era Jesus de Nazaré. Denunciava o pecado, pois este mutila o Homem. Mas não sentia ódio pelos pecadores.
Foi por esta razão que no momento da sua morte, pediu a Deus que perdoasse o pecado dos seus assassinos.
Justificava o seu modo de actuar dizendo ser essa a vontade de Deus. O meu alimento, dizia ele, é fazer a vontade do Pai que me enviou.
Numa noite fria e escura os seus inimigos invadiram a sua casa, deixando-a vazia.
Fizeram-no desaparecer da companhia dos que o amavam. Mas Deus tomou partido por ele, ressuscitando-o.
De facto, Deus não permite que as pessoas que gastam a vida pelas causas do amor, acabem no vazio do cemitério.
O amor não pode terminar na morte, pois Deus é amor. Teve a sorte dos profetas, isto é, foi morto pelos inimigos da verdade e do bem.
Apesar de morrer rodeado de inimigos o seu coração estava tranquilo, pois tinha a certeza de que Deus ia restaurar a sua vida.
Eis a razão pela qual ele passou a vida a fazer bem a toda a gente e a pregar que a meta da nossa vida é a comunhão universal da Família de Deus.
Ele tinha a certeza de que nenhum homem pode destruir o projecto de amor que Deus sonhou para a Humanidade.
Foi para conduzir a Humanidade para esta meta feliz que ele viveu e morreu. No início da sua missão, o Espírito Santo consagrou-o, a fim de ele ter a força necessária para ser fiel até ao fim.
Eis a razão pela qual ele se sentia segura e tinha força para enfrentar as forças negativas que tentam desumanizar as pessoas e as sociedades.
Tinha a missão de inverter a dinâmica destrutiva do pecado de Adão. Com a sua infidelidade ao plano de Deus, Adão colocou a Humanidade no caminho do fracasso.
Jesus de Nazaré, com a sua fidelidade incondicional à vontade de Deus, colocou-nos no caminho que leva a fraternidade universal e à nossa incorporação na festa da Família Divina.
Ele é o Novo Adão, pois coube-lhe a missão de libertar o Homem das distorções operadas pelo Antigo Adão.
Eis as palavras de São Paulo a este respeito: “Assim como pela falta de um só veio a condenação e a morte, assim também, pela vida justa de um só veio para todos a Graça que dá a vida” (Rm 5, 18).
Levou o amor até à sua densidade máxima, dando a sua vida por todos nós, a fim de fazer de nós irmãos seus e filhos do seu Pai do Céu.
O seu nome era Jesus de Nazaré. Ensinava as pessoas a amarem-se umas às outras, a fim de se realizarem e serem felizes.
Ensinou aos seus discípulos que a profundidade máxima do amor se atinge quando uma pessoa dá a vida por alguém.
Eis as palavras que ele usou para fazer do amor o seu único mandamento: “É este o meu mandamento: que vos ameis uns aos outros como eu vos amei. Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a vida pelos seus amigos” (15, 12-13).
Ao morrer por nós, partilhou totalmente o seu ser, ao ponto de a sua vida se tornar um património comungável por todos os seres humanos.
Por outras palavras, como se deu totalmente, a sua vida deixou de ser apenas sua. Eis a razão pela qual, ao ressuscitar, difundiu por todos o Espírito Santo, essa Água Viva que gera vida eterna no nosso íntimo.
Após a sua ressurreição ficámos organicamente unidos a ele. Por isso ele nos transmite a semente da vida Nova, isto é, o Espírito Santo (1 Jo 3, 9).
Ele é, diz o evangelho de São João, a cepa da videira cujos ramos somos nós (Jo 15, 1-8). Uma vez ressuscitado tornou-se o coração da Comunhão Universal que une de modo definitivo o Homem com Deus.
Os seus inimigos, pensaram destruir a sua morada e, deste modo, bani-lo do nosso meio.
Na verdade, forçaram a as portas da sua habitação terrena matando-o.
Mas Deus restaurou-o, fazendo dele a coluna que sustenta o edifício da Nova Humanidade. Após a sua ressurreição ficou mais unido a nós do que antes, pois o ponto de encontro e comunhão com ele passou a ser o nosso coração.
Como um pão que se reparte para alimentar a vida dos outros, assim foi a sua vida. Por isso nos deixou a Eucaristia, onde se dá a todos na linguagem do pão partilhado.
Como tomava Deus e o Homem a sério, reuniu as condições perfeitas para ser o nosso Salvador e o condutor da caminhada que conduz ao nascimento do Homem Novo.
Ele é, como diz São Paulo, a cabeça da Nova Criação reconciliada com Deus (2 Cor 5, 17-19).
Unidos a toda a Humanidade nós queremos proclamar o grande dom da salvação e a nossa
entrada na Família de Deus graças à doação de Jesus Cristo!
Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias
01 outubro, 2009
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